E finalmente estamos de volta com mais um artigo polêmico para vocês, gamers sedentos por tretas, principalmente se for sobre videogames, mais ainda se for aquele console wars maroto entre os 16 bits mais famosos do mercado. O Mega Drive e seu maior rival, o Super Nintendo. Fazia um tempinho que não trazíamos uma tret… Digo, um review para vocês, mas agora chegou o momento de apreciar Final Fight 2 vs Streets of Rage 2. Então vamos lá conferir mais um Senta Que Lá Vem a Treta!
Os anos 1980 e 1990 nos trouxeram os mais diversos jogos, dos mais variados estilos e vertentes e nos consoles mais conhecidos e alguns bem desconhecidos, e entre eles tivemos os Beat ‘n Up, aqui no Brasil conhecido como Briga de Rua pela galera das locadoras da vida. Estes títulos eram uma febre absoluta nos anos 80 e continuaram a evoluir na década seguinte, com sequências e títulos novos, dando uma alegria sem igual para a molecada – e também os adultos – que gostavam de meter a porrada nas gangues virtuais.
Neste gênero tivemos os mais diversos títulos, muitos deles extremamente clássicos como: Double Dragon, Teenage Mutants Ninja Turtles, Captain America & The Avengers, Cadillacs and Dinosaurs, Captain Commando, entre muitos outros que não irei mencionar aqui…
Entre tantos títulos desse gênero que foram lançados, a Capcom, sem sombra de dúvida foi a maior responsável por boa parte deles, sendo ela considerada numa das pioneiras deste gênero ao desenvolver um título que se tornou consagrado depois, sim, me refiro ao Final Fight!
Final Fight foi lançado em 1989 para os arcades e foi um sucesso estrondoso em todo o mundo, fazendo com que a Capcom começasse seu verdadeiro legado antes mesmo do Street Fighter II, o jogo de luta que também iria definir um novo conceito ao estilo, mas isso fica para uma outra treta.
Com o lançamento do Super Nintendo é claro que a Capcom não iria deixar de portar o seu beat n up carro chefe para o console, e logo tivemos o Final Fight para o 16 bits da Nintendo. Porém, como muitos sabem essa versão veio com alguns “probleminhas” em relação ao original dos arcades, mas isso também não vem ao caso agora, pois o jogo em questão aqui será a sua continuação.
Todos aqui também sabem que essa continuação foi desenvolvida pela Capcom exclusivamente para o Snes em 1993, logo nunca existiu um Final Fight 2 para o arcade.
Voltemos um pouco no tempo, mais precisamente para 1991. A Sega também estava à desenvolver o seu jogo de beat em up para o Mega Drive. Este seria o primeiro da série Streets of Rage, ou Bare Knuckle no Japão.
Quando o jogo foi lançado muito se especulou sobre o mesmo ter sido plagiado do Final Fight, principalmente por um dos protagonistas do game (Axel) ser muito parecido com o Cody. Como se camiseta branca e calça jeans fosse algo super original naquela época XD. Enfim, Streets of Rage nasceu e foi muito bem aceito pelos gamers, sendo muito elogiado principalmente pela sua fantástica trilha sonora composta pelo grande Yuzo Koshiro, e totalmente inspirada na dance music.
No ano seguinte, dezembro de 1992, Streets of Rage 2 é lançado e logo de cara se pode notar sua evolução, seja no visual, nas músicas e principalmente na sua jogabilidade. Algo totalmente deslumbrante.
Agora que já sabemos um pouquinho sobre a linha do tempo dos protagonistas, vamos logo começar esse episódio do Senta Que Lá Vem a Treta?
Em primeiro lugar, tentarei mais uma vez ser o mais imparcial possível (mentira XD), mostrando todas as diferenças entre ambos os jogos, e é claro que a ideia de trazer uma contenda entre esses dois títulos foi justamente por causa de tretas passadas, tendo que ouvir coisas como: “ah cara, Final Fight 2 é muito melhor que Streets of Rage 2, não tem comparação”.
Seguindo essa linha de pensamento eu irei fazer todas as comparações possíveis sobre esses dois clássicos da briga de rua. Segue lá pelota.
Apresentação
Final Fight 2
História:
Após a destruição da Mad Gear Gang, Metro City retornou lentamente ao normal.
Cody e Jessica saíram de férias juntos e Guy voltou ao seu cronograma de treinamento.
Haggar também voltou para casa e continuou a administrar Metro City como Prefeito. Mas, secretamente, a Gangue Mad Gear estava se reagrupando.
Agora, a Mad Gear está pronta para atacar aqueles que se opuseram a eles. O primeiro passo deles é prender a noiva de Guy, Rena e o seu pai, Genryusai.
Quando a irmã de Rena, Maki, descobre isso, ela imediatamente entra em contato com Haggar para pedir ajuda.
Apresentação:
Haggar: “Olá. Aqui é o prefeito Mike Haggar.
Maki: “Mike, sou eu Maki. Você tem que me ajudar. A Gangue Mad Gear raptou meu pai e minha irmã!
Haggar: “O que ?! Gangue Mad Gear está de volta? Mas como…?”
Maki: “Isso não importa. Eu descobri que a Mad Gear está indo para Hong Kong e eu vou atrás deles.”
Haggar: “A Gangue Mad Gear deve pagar por seus crimes. Eu te encontro em Hong Kong.
Carlos: “Eu devo muito a você e ao Guy, por favor, deixe-me ir com você, Mike. Além disso. Eu amo chutar bundas.”
Streets of Rage 2
História:
“Um ano depois da batalha …
A Cidade que havia sido atormentada pelo crime e pela violência estava segura e pacífica.
No entanto, o mal mais uma vez lançou sua sombra sobre a Cidade. ”
O Mr. X, chefe do Sindicato que acreditava-se ter sido destruído pelos três jovens vigilantes, voltou à vida mais forte do que nunca.
Sedento por vingança, ele sequestra Adam na tentativa de atrair Axel e Blaze para uma armadilha!
Axel e Blaze partiram para ajudar seu fiel companheiro, acompanhado pelo amigo de Axel, Max, um adepto do wrestler, e pelo irmão mais novo de Adam, Skate. Eles estão determinados a salvar Adam e colocar Mr. X fora de ação!
Quatro jovens amigos, com raiva ardendo dentro deles, defendem a amizade e a paz …
Como podemos observar, enredo não é o ponto forte de nenhum dos dois títulos (mas quem se importa?), porém, devo concordar que no caso do Final Fight 2 apresentou algumas cutscenes com algumas animações. Já Streets of Rage 2 mostrou uma abertura mais simples, porém bonita, contando os acontecimentos anteriores e o que estaria por vir.
Como Streets of Rage 2 não exibe uma apresentação animada ou algo do tipo, nada mais justo que dar esse mérito ao Final Fight 2 pela sua narrativa simples, mas bonita.
Apresentação… Final Fight 2 Wins!
Visual
Tai o tópico que acredito ser o mais simples e ao mesmo tempo “complexo” de se explicar, pois são vários aspectos à serem abordados, mas vou tentar aqui ser o mais didático possível, comparando tudo que for relevante para a nossa treta.
E só para frisar, este comparativo não foi construído baseado em fontes externas como YouTube, Wikipédia ou qualquer outro artigo sobre estes dois games.
Para começar vamos dar uma conferida na ambientação de ambos os jogos, analisando os cenários dos mesmos.
Cenários
Em Final Fight 2 a porrada começa em Hong Kong, e os lutadores vão dando uma volta ao mundo até chegar no Japão e enfrentar o grande chefão Retu.
A pancadaria de Streets of Rage 2 acontece na Cidade (City), começando à noite em uma rua muito barra pesada e terminando ao amanhecer no terraço do Quartel General do Mr. X.
Com relação aos cenários, ambos os jogos fizeram a sua parte. Final Fight 2 tem cenários bem detalhados, e o pixelart trás uma aparência que se assemelha a de uma pintura. Cada país tem uma animação e alguns efeitos como na Inglaterra, Itália e Japão, mas nada demais.
Em Streets of Rage 2 os cenários também foram muito bem feitos e possuem animações e alguns efeitos, mas acaba levando vantagem por um detalhe: as cores. É notável que o colorido em SoR2 é se mais chamativo que em FF2. Mas pera aí! Não é o SNES que reproduz 32k de cores? Como assim o Mega Drive com apenas 512 cores consegue ser mais colorido? Zueiras à parte, realmente as cores do game Final Fight 2 se mostram desbotadas, principalmente para um console que tem uma paleta de cores tão grande. Furada da Capcom again.
Os Personagens
Agora vamos entrar de cabeça no que acredito ser um divisor de água muito importante aqui e que com certeza vai machucar o coraçãozinho de algumas pessoas. Vou mostrar agora todos os personagens (protagonistas, inimigos e chefes) de ambos os jogos, e também todos os quadros de movimentos de alguns só para esclarecer algumas coisas.
Essa parte é realmente importante, e que por si só já poderia declarar o vencedor dessa treta. Mas, melhor que apenas escrever eu vou ilustrar essa bagaça só para não ficar nenhuma dúvida.
O que ajudou muito jogos a serem um sucesso desse universo? Gráficos, jogabilidade, som, diversão? Sim. Tudo isso é indispensável num game que se preze, mas existe um outro detalhe que poucos ligam ou acham irrelevantes em um jogo de videogame, e isso se chama: carisma. Qualquer jogo de sucesso tiveram personagens carismáticos e que são lembrados por alguma coisa. Seu visual, movimentos especiais, quantidade de golpes acabam se tornando um referencial para o game. Até a voz do personagem ao desferir um golpe, exemplo do Mustapha (Cadillacs and Dinosaurs) e seu “flying kick” (conhecido como Curió aqui nas redondezas XD), entre diversos outros detalhes que fazem com que tanto o jogo quanto os personagens sejam lembrado até hoje.
Primeiro vamos falar dos mocinhos dos dois games.
Em Final Fight 2 são três personagens assim como no primeiro game, porém, só Haggar ainda continua presente. Guy e Cody cederam seus lugares para Maki e Carlos.
Streets of Rage 2 conta com quatro personagens: Axel, Blaze, Max e Skate, o irmão caçula do Adam.
Agora vamos relembrar toda a escória de bandidos de ambos os games.
Na matemática Final Fight 2 sai ganhando em quantidade de inimigos, mas como falamos por aqui: “não é assim que a banda toca”.
Mas à frente irei explicar esse outro detalhe. Seguimos agora revendo os Chefões dos jogos.
Seis chefes comandam a Mad Gear Gang, sendo que cada um controla um país específico. Won Won em Hong Kong, Fredie na França, Bratken na Holanda, Philippe na Inglaterra, Rolento na Itália e por último no Japão, você enfrenta o big-boss, Retu.
Aqui é preciso passar por oito setores da City, ou seja: 8 estágios. Nos fundos do bar você terá que enfrentar Barbon, o barman do local, e na sequencia vai dar de cara com Jet, Zamza, Stealth e Souther, Abadede, R. Bear, os robôs Particle e Molecule, Shiva como sub-chefe, e por último, o chefão do Sindicado portando a sua metralhadora, Mr.X.
Agora sim, vamos entrar no “X” da questão e com certeza vai doer um pouco, mas acredito que só nos que mesmo que por um devaneio insistia em defender o indefensável.
Um dos principais fatores que fazem de SoR2 um jogo infinitamente superior a FF2 são os seus personagens. Heróis, capangas ou chefes, todos eles possuem muito mais quadros de movimentos.
Como vocês já devem saber, nos jogos 2D, são usados sprites, esses sprites são animados a partir de vários desenhos até se chegar ao tipo de movimento que se quer. Assim, quadro à quadro vão se fazendo o sprite andar, saltar, atacar e etc. semelhante com a técnica dos desenhos animados mais velhos.
Quanto mais quadros desenhados, mais detalhados ficam os movimentos do personagem, e quanto menos quadros se tem, a movimentação acaba ficando “feia”, assim como aconteceu com o Mortal Kombat pra Mega, que teve vários quadros de movimentos cortados do original. clique aqui para ler essa treta
Como havia dito à pouco, “quanto mais quadros desenhados, mais detalhada e bonita fica a movimentação do personagem” e nesse caso Streets of Rage 2 destrói Final Fight 2. Se você saca um pouco de animação e se liga nesses detalhes vai perceber logo o que estou dizendo, mas se ainda assim não percebe ou acredita que exista diferenças assim tão gritantes, vamos as deliciosas comparações.
Numa soma de quadros de movimentos dos personagens jogáveis entre os dois chegamos a isso:
Final Fight 2: Haggar = 54 Carlos = 48 Maki = 44
Streets of Rage 2: Blaze = 98 Axel = 91 Skate = 86 Max = 79
Chega ser um massacre. A Blaze que possui o maior número de quadros de animação tem quase o dobro do Haggar, que tem o maior número de animações dos três.
Mas eu quero as “ibagens”, mostra as “ibagens”!
Montei três “duelos” entre personagens das franquias, mostrando todos os seus quadros de animações. Primeiro os pesos pesados, Haggar vs. Max.
A peleja entre as garotas chega ser injusta, pois Maki é a personagem do FF2 que possui menos quadros de animação, apenas 44. Já a Blaze é a que exibe mais movimentos, 98 no total.
Na batalha entre os “bonitões” de cada franquia, mais uma vez Streets of Rage 2 sai ganhando com folga. São 91 movimentos do Axel, contra 44 do Carlos.
Indiscutivelmente a gama de movimentos e golpes dos heróis do beat ‘n up da SEGA é muito maior e com isso se torna muito mais detalhada e perceptível. Até mesmo com o personagem parado existem animações em SoR2, que vão além da guarda ao “jogar de cabelo da Blaze”. Em FF2 os personagens nem mesmo possuem uma guarda com movimento.
Esperem aí! Vocês acham que já acabou? Claro que não, quem disse que íamos deixar os vilões fora dessa treta. Sim, temos que dar uma chance a escória do crime organizado, que por sua vez também tem um papel muito importante nos jogos, e também aqui nessa treta.
Já disseram que os NPC’s (ou inimigos mesmo), de Streets of Rage 2 não eram tão interessantes assim, pois a SEGA abusou de usar um sprite para fazer outro(s). Isso é uma técnica comum entre os designers, aproveitar o sprite e desenhar por cima dele, ou apenas modificar o rosto, ou qualquer parte do corpo (isso no caso de um personagem).
Acho que não seria exagero dizer que a grande maioria dos desenvolvedores usaram desse “macete” para ganhar tempo ou simplesmente economizar memória. Agora não é justo dizer que em SoR2 usaram e abusaram dessa técnica. E como no esquema “mato a cobra e mostro o pau”.
Na imagem acima temos os dois casos onde foi usado a técnica de redesenhar ou modificar sprites para se criar um outro. A dupla Galsia e Donovan e o motoqueiro Fog. No primeiro caso eles removeram a jaqueta de Galsia e mudaram o rosto e rasparam o cabelo dele, criando assim o Donovan. E com o Fog, usaram um de seus quadros de movimento, desenharam a perna na posição e colocaram a motocicleta.
Agora vamos dar uma conferida no time de bandidos da famigerada Mad Gear.
Bom, como vocês podem observar eu separei todos os personagens que serviram de base para outros, e a quantidade de vezes que isso foi feito é muito maior.
Primeiro temos o Bull, Elijah, Mic e Mark, todos eles usam o mesmo Sprite, mudando apenas detalhes nos rostos, roupa e posição dos braços.
Na sequência temos Schot e Jack, e estes só a cabeça é diferente, variando o cabelo punk do Schot e o chapéu e óculos de Jack.
Depois o trio: Eliot, Elias e Joe. Todos foram usados o mesmo sprite, com diferenças apenas nos rostos de Elias e Eliot. Embora Eliot e Joe tenham os mesmos sprites, Joe usa como arma um coquetel molotov e não um bastão como os outros.
Os mesmo acontece com Atlas e Jony. Mesmo corpo com modificações na cabeça e na paleta de cores.
Com as malvadas não seria diferente, né? Mary e Eliza também estão na mesma pegada dos outros, diferenciando seu rosto e cores. Um detalhe… Nas versões ocidentais de Final Fight 2, elas foram substituídas por Leon e Robert.
Calma, não acabamos ainda. Acredito que tenha se perguntado, mas e os movimentos? Será que todos eles possuem também os mesmo quadros de animações, ou foram feitos novos ataques?
Bom, é isso que vamos descobrir agora.
Vamos ver mais alguns sprites dos NPC’s de SoR2 e FF2 e ver a diferença.
Mary e Electra.
Apenas o sprite de Jack (SoR2) possui 34 quadros de animações, a mesma quantidade que os sprites de Elick e Elias juntos.
Pra gente terminar essa parte vamos fazer uma comparação rápida com os chefões das duas facções, Mad Gear e o Sindicato.
Me lembro detalhadamente de que quando eu fui jogar Final Fight 2 à convite dos gêmeos (Marquinhos e Buna), amigos meus no bairro que morava. Eu ainda não tinha visto nada do jogo, nem mesmo imagens em revistas da época. Foi muito depois até, de ter alugado o cartucho de Streets of Rage 2 pela primeira vez.
Me recordo também do hype que os dois fizeram a respeito dos gráficos e tals. Que os “bonecos” eram enormes, maiores que no Streets of Rage (risos), aquela coisa do console wars que vem dos primórdios. Enfim, eu estava ansioso para jogar e ver se o jogo era tudo aquilo que esses dois irmãos estavam alardeando há dias…
Como eu já tinha jogado o Streets of Rage 2, a minha reação não podia ser diferente de um: “meh, mas dá jogar” (isso foi em pensamento XD). Foi depois de um tempo jogando que eu comecei a ver todas as “deficiências” que o jogo tinha, desde a música que pouco empolgava até os gráficos. Eu não lembro ao certo quantas fases chegamos a jogar, mas o que mais me deixou desmotivado a continuar jogando foram os chefes do jogo. Cara, além de não ver o tal “carisma” neles, praticamente todos pareciam ter o mesmo movimento ou ataque. Quando finalizei Final Fight 2 em outra oportunidade, eu realmente senti um pouco de vergonha alheia quando o último boss, o Retu apareceu. O “samurai” só ficava pulando, dava um soco ou uma giratória, e apenas isto!
Vamos dar uma olhada em alguns dos bosses de ambos os jogos e sua gama de animações.
E assim fechamos finalizamos esse capitulo. Final Fight 2, apesar de ter bons gráficos, com cenários legais e sprites grandes e detalhados, não chega nem perto do seu rival no que tange animação dos personagens. Seus cenários apesar de muito bem desenhados não consegue por si só determina-lo vencedor do segundo assalto.
Visual… Streets of Rage 2 Wins!
Som
Esse round com certeza eu poderia pular e já declarar o vencedor, mas sei que além de não ser justo ia gerar um belo “mi mi mi”, pois eu sei que ainda existe uma pequena legião de fanáticos que faz questão de provocar dizendo que a música que Yuzo e Kawashima compôs para Streets of Rage 2 não agrada, ou na pior das análises é inferior a trilha de Final Fight 2. Porém, como gosto é algo incontestável, e eu respeito muito isso, nesse duelo eu apenas colocarei algumas músicas de cada jogo e deixo que seus ouvidos decidam qual é mais interessante para se ouvir fora do videogame, seja no celular ou som do seu carro.
Final Fight 2 – Carve a Dragon Wood (Hong Kong)
https://www.youtube.com/watch?v=CAT4bJf9rSM&
Streets of Rage 2 – Go Straight (Stage 1)
Um detalhe sobre as músicas de Final Fight 2. Apesar de cada país (fase) ser dividido entre zonas, NÃO existe uma track para cada uma dessas zonas, como acontece em Streets of Rage 2. Você vai ouvir a mesma música durante toda a fase. Apenas no Japão se ouve mais de uma música durante a fase. Outra “mancada” na minha opinião é não ter uma música tema para os chefões, simplesmente ouvimos a mesma música quando eles chegam, com exceção do último chefe, o Retu, que quando ele dá as caras ouvimos o tema da fase Hong Kong.
Streets of Rage 2 – Never Return Alive (Boss Theme)
Final Fight 2 – Fret Street Beat-Beat (France)
https://www.youtube.com/watch?v=aFlaQ_fYTDE&
Streets Of Rage 2 – Spin On The Bridge (Stage 2)
Final Fight 2 – Creeping Wheeping (Holland)
https://www.youtube.com/watch?v=pdU2m3fe9YY&
Streets of Rage 2 – Dreamer (Stage 3)
Final Fight 2 – Bust Up the Railway (England)
https://www.youtube.com/watch?v=jLNAY0vV8ng&
Streets of Rage 2 – Slow Moon (Stage 5)
Final Fight 2 – Bears are Hiding in the Woods (Japan)
https://www.youtube.com/watch?v=nmQmHGKUJyY&
Streets of Rage 2 – S.O.R. Super Mix (Stage 8)
Final Fight 2 – Lift Fighter II (Japan act2)
https://www.youtube.com/watch?v=04SuMZQjYWM&
Streets of Rage 2 – Revenge of Mr. X (last boss)
E então, será que ainda é preciso argumentar sobre trilha sonora neste caso? Sei que alguém pode alegar, mas e os efeitos sonoros e vozes, não conta?
Bom, mesmo em efeitos sonoros e vozes, Streets of Rage 2 se mostra bem mais variado. Com efeitos sonoros que causa mais impacto e mais vozes também, dando mais “vida” a jogatina, mesmo que muitos digam serem “roucas”. Sendo assim, SoR2 leva mais uma.
Som… Streets of Rage 2, Wins!
Jogabilidade
Os dois jogos possuem comandos precisos e de resposta muito boa, porém ao jogar Final Fight 2 de cara você se dá conta que a variedade de golpes ou ataques é extremamente básica. É bater, pular e chutar, agarrão e golpe especial para derrubar geral. Não tem corrida (em SoR2 também não), ou ataque combinado nem nada. É o feijão com arroz da porradaria XD.
Preparei uma lista com os ataques do Haggar para exemplificar.
01 – Segurar: com o inimigo seguro você pode atacá-lo de três maneiras diferentes.
02 – Cabeçadas, depois de segurar o inimigo.
03 – Backdrop Suplex, depois de segurar o inimigo
04 – Spinning Piledriver (Pilão), depois do inimigo seguro: pular e depois ataque
05 – Spinning Double Lariat (Giratória), ataque + pulo (perde energia)
06 – Body Splash (Esmagar): após pular, ataque + baixo
Streets of Rage 2 também não há corrida, apenas o Skate consegue por usar patins In Line, mas a gama de movimentos e golpes é muito maior que a da concorrente.
Vejamos a move list do Max abaixo:
01 – Grab (Segurar por trás): pode-se fazer alguns ataques
02 – Brain Buster (Suplex): segurando o inimigo de frente, esquerda ou direita + B
03 – Atomic Drop (Quebra coluna): segurando o inimigo de costas, pular + B
04 – Grab (Segurar pela frente): pode-se fazer ataques diferentes
05 – Jumping Throw (Pular e arremessar): segurando o inimigo de frente, pular + B
06 – Bear Punch (Cascudos), segurando o inimigo de frente, B
07 – Knuckle Bomb (Giratória): sem mexer no direcional, pressione o A
08 – Elbow Drop (Pulo e cotovelada): após pular, ataque + baixo
09 – Blitz (Rasteira): frente, frente + B
10 – Mule Kick (Coice): pressione B + C. Atinge inimigos atrás e na frente
11 – Hammer Punch (Martelo): Segure B por 1 ou 2 seg. e depois solte. Derruba os inimigos
12 – Thunder Tackle (Ombrada): A + direcional para qualquer direção
Obs.: Axel, Blaze e Skate, podem saltar e mudar de lado após segurar os inimigos para aplicar o ataque desejado. Acredito que o Max, por ser o menos ágil e também mais pesado, esse movimento ficaria um tanto “além da física”.
No geral, no que diz respeito a precisão nos comandos, ambos os jogos seguem empatados na jogabilidade. A única discrepância fica por conta do move list muito básico do Final Fight 2, principalmente se comparado ao Streets of Rage 2.
É com grande pesar (mentira²) que trago a notícia de mais uma derrota do FF2 nessa briga.
Jogabilidade… Streets of Rage 2, Wins!
Diversão/Fator Replay
Finalmente chegamos ao último round dessa peleja de rua… Ambos competidores se mostraram muito equilibrados (mentira³), mas temos que terminar XD.
Deixando as piadinhas de lado, vamos agora analisar a diversão e o fator replay dos jogos. Assim como a parte sonora isso acaba indo um pouco para o lado pessoal de cada um, mas ainda assim é preciso checar e avaliar todos os aspectos possíveis nos jogos.
Streets of Rage 2 e Final Fight 2 são dois jogos que certamente divertem os jogadores, principalmente os adeptos ao gênero. Mas é claro que não poderia deixar de frisar o fato de que a Capcom vacilou feio no desenvolvimento de uma sequência para um de seus beat ‘n up mais icônicos dos anos 80 e 90. Ainda que se trate de um jogo feito apenas para consoles, sem dúvida alguma merecia um suporte muito maior do que o lhe foi prestado.
Gráficos medianos, que mesmo exibindo sprites grandes na tela não consegue encobrir a falta de animações dos mesmo, tornando repetitivo além da conta à jogatina. Um outro detalhe, que aí fica por conta da limitação do console é a quantidade de inimigos que aparecem. Independente de se estiver jogando de 1 ou 2 players, no nível normal ou expert só vão aparecer três inimigos por vez para se tacar a porrada.
Confira todas as diferenças que foram citadas sobre os dois jogos, nessas duas Long Plays e tirem suas provas:
Querendo ou não, isso acaba deixando mais monótono ainda a jogatina. Streets of Rage 2 coloca 5 inimigos na tela, e muitos desse tem uma barra de energia pequena, o que faz com que eles sejam derrotados rapidamente, fazendo a CPU trazer mais inimigos, variando o tipo e deixando tudo mais frenético.
Somando isso a pobre variação de golpes disponíveis em Final Fight 2, fica complicado encontrar argumentos que tirem o “título” de jogo mediano, se comparado ao seu rival.
As música também não são das melhores coisas no jogo, nada empolgantes, tirando mais ainda o brilho do jogo. Apenas uma ou duas faixas ficaram decentes na MINHA opinião.
Contudo, acredito que conseguimos abordar todos pontos importantes para avaliar esses dois games. Sei que dei início a mais uma treta deliciosa, mas quem se importa? Aqui é o Senta Que Lá Vem a Treta ou não é?
Espero que tenham gostado desse comparativo, e se não gostou, coloca seu o comentário também e vamos trocar uma ideia sobre o seu ponto de vista em relação a esse embate.
Muito obrigado e até a próxima pessoal!