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Wizdom Academy: Magia e Gestão em Construção

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Wizdom Academy

Wizdom Academy chegou ao acesso antecipado cercado de expectativas e polêmicas. O jogo, que mistura simulação com elementos de gerenciamento de colônia, apresenta um conceito encantador: construir e administrar uma escola de magia. No entanto, embora traga ideias promissoras, a execução inicial deixa a desejar em diversos aspectos.

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Ainda assim, é possível enxergar um enorme potencial por trás da proposta. Com uma ambientação que remete a universos conhecidos como Harry Potter e Wizard101, o título oferece uma base sólida para evoluir em futuras atualizações. Ao mesmo tempo, enfrenta críticas severas por decisões éticas e técnicas em sua fase inicial.

A seguir, o texto analisa os principais pontos positivos e negativos de Wizdom Academy. O foco recai tanto nas mecânicas implementadas quanto nas promessas dos desenvolvedores. Vale destacar: o jogo ainda está em desenvolvimento e mudanças significativas podem surgir ao longo do tempo.


Um conceito mágico com identidade única

Wizdom Academy se destaca entre os jogos de simulação graças à sua temática diferenciada. O jogador assume o papel de diretor de uma escola de magia, responsável por treinar jovens bruxos e feiticeiras. Desde o início, fica evidente a inspiração em clássicos da fantasia, embora o universo criado tenha sua própria identidade.

O sistema educacional apresentado oferece recompensas claras para quem investe na formação dos alunos. Cada estudante pode evoluir de um novato com uma varinha improvisada até um mago poderoso, dependendo da qualidade das aulas oferecidas. Além disso, há provas e desafios que medem o aprendizado, tornando a progressão mais envolvente.

Wizdom Academy

Outro ponto que merece destaque é a tentativa de equilibrar lucros com qualidade de ensino. Em vez de priorizar apenas a rentabilidade, o jogo incentiva a criação de turmas eficazes e cursos relevantes. Esse equilíbrio contribui para uma experiência mais imersiva e gratificante.

Por fim, Wizdom Academy ainda considera a presença de alunos problemáticos, exigindo estratégias para manter o engajamento nas aulas. Apesar de o sistema de disciplinas ainda ser simples, há espaço para melhorias — especialmente na personalização dos currículos e no desenvolvimento das personalidades dos alunos. Com atualizações constantes, essa camada de profundidade pode se expandir de forma satisfatória.


Desafios éticos e técnicos em acesso antecipado

Apesar do potencial criativo, Wizdom Academy enfrenta críticas por usar arte gerada por inteligência artificial. Praticamente todos os retratos dos personagens foram criados dessa forma. Isso levanta preocupações éticas e afasta parte do público que valoriza a arte tradicional feita por humanos.

Os desenvolvedores afirmaram que pretendem substituir essas imagens futuramente, contratando artistas para criar novos visuais. Essa promessa, se cumprida, pode melhorar a recepção do jogo. Afinal, o título demonstra apreço pela arte e merece ser complementado com ilustrações autênticas.

Do ponto de vista técnico, o jogo também apresenta problemas consideráveis. Erros de interface, bugs constantes e limitações estruturais prejudicam a jogabilidade. Um dos bugs mais graves impede o funcionamento adequado das construções, travando completamente a evolução da escola. Em um jogo baseado em gerenciamento e expansão, isso compromete a experiência.

Além disso, o espaço disponível para construções é limitado demais. Obstáculos bloqueiam áreas importantes logo no início da partida, dificultando o aprendizado dos novos jogadores. Seria interessante ver uma expansão da grade inicial e uma simplificação nos objetos que atrapalham a construção.

Por fim, o excesso de recursos exigidos e a dificuldade em compreender sistemas como “seca de mana” tornam o início confuso e frustrante. A curva de aprendizado precisa de ajustes, e tutoriais mais claros poderiam facilitar a adaptação ao jogo.


Elementos de combate e exploração ainda precisam evoluir

Wizdom Academy planeja incorporar combates e missões de campo envolvendo professores e estudantes. Atualmente, essas expedições já estão presentes no jogo, mas ainda não oferecem desafios reais. A ausência de batalhas torna essa funcionalidade rasa e pouco atraente.

Há grande expectativa para que o sistema de combate seja desenvolvido com criatividade. A adição de minigames de cartas ou batalhas por turnos traria profundidade ao gameplay e valorizaria ainda mais os personagens envolvidos. Esse aspecto, se bem executado, pode se tornar um dos diferenciais da experiência.

Outro ponto que merece atenção é o sistema de construção. A possibilidade de personalizar salas e corredores encanta, mas falta flexibilidade. A inclusão de elementos como paredes curvas, pontes e construções irregulares casaria perfeitamente com a temática mágica. Ao mesmo tempo, a mecânica atual exige precisão e, por vezes, força o jogador a apagar e recriar projetos várias vezes até que funcionem corretamente.

Ainda que o jogo permita acompanhar de perto a movimentação dos alunos e professores, o ritmo acelerado pode atrapalhar. O modo rápido é excessivamente veloz e dificulta o controle preciso das ações. Já os menus, embora intuitivos, nem sempre exibem alertas claros. Muitos ícones surgem com avisos em vermelho, mas sem explicar o motivo, o que gera frustração e atrasa o progresso.


Gestão de recursos: uma dança constante entre crise e equilíbrio

Administrar uma escola mágica exige atenção constante aos recursos disponíveis. O jogador precisa contratar professores, construir salas, organizar aulas, evitar invasões e manter o fluxo de mana. Em paralelo, é necessário garantir o sustento financeiro da instituição, algo que pode se tornar problemático rapidamente.

A principal fonte de renda são as mensalidades dos alunos. Contudo, para que avancem de série e permaneçam na escola, é preciso pagar uma taxa adicional — o que gera dilemas econômicos. Muitas vezes, o jogador se vê forçado a escolher entre manter alunos ou investir em infraestrutura, o que torna a administração desafiadora.

Além disso, as frequentes secas de mana interrompem o funcionamento da escola, exigindo que setores inteiros sejam desativados temporariamente. Em vez de representar um desafio estratégico, essas pausas forçadas acabam se tornando incômodos que quebram o ritmo do jogo. Uma possível solução seria transferir essas dificuldades para fases mais avançadas, oferecendo um início mais acolhedor para novos jogadores.

Mesmo com tantas tarefas simultâneas, o jogo rapidamente se transforma em uma sucessão de comandos nos menus. A sensação de urgência desaparece e a rotina da escola se estabiliza cedo demais. Para um título com um mundo tão encantador, seria interessante desacelerar e permitir que os jogadores aproveitem mais a ambientação e os personagens antes que tudo vire uma corrida por resultados.


Conclusão

Wizdom Academy apresenta um universo cativante, recheado de possibilidades criativas e mecânicas que, embora promissoras, ainda precisam de refinamento. O charme da proposta é inegável, mas problemas técnicos, escolhas controversas e limitações de gameplay atrapalham sua plena realização.

A expectativa é que, com o tempo, os desenvolvedores corrijam os bugs, expandam os sistemas inacabados e cumpram a promessa de substituir os visuais gerados por IA. Caso essas melhorias ocorram, Wizdom Academy pode se tornar uma referência no gênero de simulação mágica.

Por enquanto, o título funciona mais como uma base com potencial do que como um produto finalizado. Ainda assim, para quem busca uma experiência diferente e está disposto a acompanhar sua evolução, vale a pena ficar de olho no desenvolvimento do jogo. Atualmente, Wizdom Academy está disponível em acesso antecipado na Steam.

A Comunidade Mega Drive recebeu uma chave para o review do jogo.

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