
Lançado originalmente em 2004, Phantom Brave conquistou seu lugar como um dos RPGs táticos mais singulares do gênero. Agora, mais de vinte anos depois, a Nippon Ichi Software retorna ao mundo de Ivoire com uma aguardada continuação: Phantom Brave: The Lost Hero. Disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5 e com versão para PC prevista para a primavera de 2025, o jogo promete resgatar os elementos clássicos da franquia, ao mesmo tempo em que introduz novas mecânicas e uma história inédita.
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Mas será que a volta à ilha de Skullrock e aos Phantoms vale a pena? Ou o jogo deveria ter permanecido como uma lembrança nostálgica? Nesta análise, vamos explorar os principais aspectos de Phantom Brave: The Lost Hero para descobrir se esse retorno à franquia faz jus ao legado deixado em 2004.
História
A trama de The Lost Hero se passa seis meses após os eventos do jogo original. Marona, agora mais respeitada pelos cidadãos de Ivoire, embarca em uma nova jornada ao lado de Ash, seu fiel guardião e Phantom. Tudo começa com uma viagem de navio interrompida por uma frota fantasma chamada Shipwreck Fleet. Marona acaba isolada em uma ilha, sem seus poderes habituais e sem sinal de Ash.
Nesse novo ambiente, ela conhece Apricot, uma Phantom em busca de seu pai desaparecido. A parceria entre as duas se desenvolve naturalmente, e ambas iniciam uma busca que mistura emoção, mistério e revelações sobre o verdadeiro perigo por trás da Shipwreck Fleet. Mesmo com uma narrativa menos impactante que a do título original, o jogo preserva seu charme e humor característico, criando momentos que divertem e cativam.
Jogabilidade
A jogabilidade continua sendo o grande diferencial da franquia. Em vez de seguir o padrão dos RPGs táticos baseados em grades, o jogo oferece movimentação livre em áreas circulares. Isso amplia as possibilidades estratégicas, permitindo a execução de ataques e movimentações de forma mais fluida. A habilidade “Chartreuse Gale” possibilita que Marona vincule Phantoms a objetos do cenário, dando forma física a esses aliados.
Cada objeto oferece diferentes atributos, o que adiciona uma camada de profundidade ao combate. Além disso, o sistema “Remove” limita o tempo que cada Phantom permanece no campo, exigindo planejamento. Ainda é possível fundir Phantoms com Marona por meio da habilidade “Confriend”, resultando em habilidades poderosas e visuais inéditos. Outro destaque é o uso de Gadgets como canhões e catapultas, que expandem a variedade de estratégias possíveis em batalha.
Visual e Trilha Sonora
O estilo visual sofreu uma mudança notável. Os sprites 2D pixelados deram lugar a modelos 3D em estilo chibi. Embora essa transição divida opiniões, os novos visuais são vibrantes, com cores vivas e uma direção de arte quase artesanal. A possibilidade de rotacionar a câmera adiciona dinamismo à exploração dos ambientes.
A trilha sonora é outro ponto forte. As músicas se adaptam bem a cada ambiente, com temas relaxantes para as ilhas tropicais e composições intensas para as batalhas. O único ponto fraco está na dublagem em inglês: enquanto parte do elenco entrega boas performances, alguns personagens soam deslocados. Felizmente, é possível alternar para o áudio em japonês, que oferece atuações mais consistentes.
Criação de Personagens e Base
A formação da equipe é uma das mecânicas mais ricas do jogo. Com mais de 50 classes diferentes, desde guerreiros até bruxas e marinheiros, é possível montar grupos personalizados de acordo com a estratégia desejada. Durante a criação, é viável ajustar atributos, resistências elementais e habilidades.
No intervalo entre as batalhas, Marona pode retornar à ilha de Skullrock, sua base de operações. Ali, os Phantoms recebem funções específicas: mercadores abrem lojas, exploradores criam novas masmorras e assim por diante. Esse sistema amplia a progressão e permite um maior controle sobre os recursos da equipe, sem se tornar excessivamente complexo.
Conclusão
Phantom Brave: The Lost Hero representa um retorno corajoso a um universo querido por muitos. A Nippon Ichi Software apostou em inovações sem abandonar as raízes do original. Embora a narrativa não atinja o mesmo impacto emocional de 2004, o conjunto das mecânicas, visuais renovados e a liberdade tática proporcionam uma experiência envolvente.
Com desafios crescentes, opções de dificuldade ajustáveis e conteúdo pós-jogo, o título atende tanto veteranos quanto novatos no gênero. Para os fãs da franquia, The Lost Hero é um convite para reviver a magia de Ivoire, agora com novas possibilidades. A esperança é que esse seja apenas o começo de uma nova fase para a série Phantom Brave.