O mercado de jogos inspirados em Vampire Survivors continua crescendo rapidamente, trazendo títulos que replicam e expandem a fórmula do sucesso indie. Achilles: Survivor é uma dessas experiências, mas com um diferencial notável: uma ambientação mitológica e elementos de estratégia que tornam o jogo mais dinâmico. Disponível em Acesso Antecipado no Steam, o game busca trazer um frescor ao gênero. Mas será que ele consegue se destacar? Vamos analisar.
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História
Diferente de muitos jogos do gênero, Achilles: Survivor se preocupa em construir um enredo mínimo para contextualizar a ação. Aqui, controlamos Aquiles, o lendário guerreiro grego, que foi ressuscitado por Hades para servir como soldado descartável em uma batalha contra outros deuses. No entanto, ao ser descartado, Aquiles decide lutar contra seu destino e escapa do Tártaro, enfrentando hordas de inimigos mitológicos enquanto liberta outras almas para se juntar à sua causa.
Apesar de simples, essa narrativa funciona bem para imergir o jogador no mundo do jogo, lembrando vagamente a jornada de God of War em menor escala. Pequenos trechos de texto antes de cada fase ajudam a reforçar esse contexto, o que é um detalhe bem-vindo.
Jogabilidade
No cerne, Achilles: Survivor segue a estrutura clássica dos survivor-likes: o jogador corre pelo mapa enquanto ataques automáticos disparam contra hordas de inimigos, acumulando experiência para desbloquear habilidades e melhorias. No entanto, o jogo adiciona elementos estratégicos interessantes, como a possibilidade de construir estruturas para melhorar atributos, curar o personagem ou criar barreiras defensivas.
Outro ponto de destaque é a inclusão de objetivos dentro do mapa, algo que adiciona uma camada de progressão e evita que o jogo se torne um simples “corra e sobreviva”. Os jogadores podem capturar pontos estratégicos e convocar aliados para ajudar na batalha, criando uma sensação de controle tático ausente em muitos outros jogos do gênero.
O sistema de progressão, por outro lado, ainda precisa de ajustes. Atualmente, todas as personagens jogáveis compartilham a mesma árvore de habilidades, diferenciando-se apenas pelos atributos básicos e o ataque inicial. Isso diminui a diversidade e pode afetar a longevidade do jogo, já que não há motivação real para testar todos os personagens.
Gráficos e Direção de Arte
Visualmente, Achilles: Survivor impressiona dentro do contexto do gênero. Diferente do estilo pixelado popularizado por Vampire Survivors, este jogo opta por gráficos 3D detalhados, trazendo um design de criaturas mitológicas bem elaborado. As animações são fluidas, e os efeitos visuais dos ataques mágicos dão um brilho especial às batalhas.
No entanto, o jogo não está isento de problemas técnicos. Durante as fases mais avançadas, quando a tela se enche de inimigos e efeitos especiais, há quedas notáveis na taxa de quadros. Isso pode comprometer a experiência, tornando-se um problema a ser resolvido antes do lançamento definitivo.
Trilha Sonora e Efeitos Sonoros
A trilha sonora de Achilles: Survivor acompanha bem o ritmo frenético do jogo, trazendo temas orquestrados que evocam uma atmosfera de batalha mitológica. Os efeitos sonoros também cumprem seu papel, com golpes e magias soando impactantes. No entanto, a repetição de algumas faixas pode cansar após longas sessões de jogo.
Conclusão
Achilles: Survivor é um survivor-like promissor que consegue se destacar por sua ambientação mitológica e mecânicas diferenciadas, como a construção de estruturas e captura de pontos estratégicos. No entanto, ainda precisa de ajustes, especialmente na otimização e na diferenciação entre personagens.
Para os fãs do gênero, é uma boa aposta, especialmente se você procura uma experiência com mais profundidade do que os tradicionais “auto-shooters”. Se os desenvolvedores conseguirem polir a experiência antes do lançamento final, este pode se tornar um dos grandes nomes do gênero. Vale a pena ficar de olho!