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A Geração 32-bit foi impactante!

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Geração 32-bit

Não posso dizer que acompanho os videogames desde a primeira geração. É algo, digamos assim, impossível porque só fui nascer em 1983. Então se fui acompanhar os videogames, foi ali por volta de 1988, com uma vaga ideia do que eram videogames. Passei da 2ª para 3ª Geração e foi um choque! Desta para 4ª também foi algo de encher os olhos, mas a Geração 32-bit, também conhecida como 5ª Geração foi uma verdadeira mudança de paradigma.

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Historicamente falando, esta geração em questão, que também ficou conhecida como a Geração 3D, começou ali com o 3DO em 4 de outubro de 1993. Um mês depois a Atari trouxe o Jaguar em 23 de novembro de 1993. Estes dois consoles sendo lançados primeiramente nos EUA e, depois, no resto do mundo.

Mas o impacto desta geração só veio a ser sentida quando a SEGA e a Sony entraram na arena. De um lado, a então gigante azul apostou num upgrade para o Mega Drive, com o SEGA 32X lançado no dia 21 de novembro de 1994. E, um dia depois, lá no Japão a Sega do Japão trouxe ao mundo o Sega Saturn, o seu verdadeiro videogame 32-bit, sendo lançado no dia 22 de novembro de 1994.

Basicamente duas semanas depois, o grande concorrente do Saturn, produzido pela Sony, iria aparecer. Sendo chamado de PlayStation, ele foi lançado no dia 03 de dezembro de 1994. E é com o lançamento destes dois consoles que eu considero o real início da Geração 32-bit!

Atari Jaguar, o último suspiro da Atari

A Atari foi uma empresa que revolucionou o mercado dos videogames lá no seu início. Trouxe o espetacular Atari 2600 e dominou o mundo dos jogos eletrônicos como ninguém. E sabemos a que isso levou.

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Quando uma empresa se torna líder inconteste de mercado, sem quase nenhuma rival para bater de frente, decisões idiotas podem ser cometidas e a derrocada é quase certa, tanto é que a empresa dona do Atari não acertou nos sucessores do 2600. O 5200 e o 7800 tiveram uma baixíssima aceitação no mercado. E, por fim, a empresa acabou apostando suas fichas no Atari Jaguar.

Eis ele…

Entre os consoles malfadados dos anos 90, o Jaguar foi um dos maiores desastres. A Atari percebeu corretamente o surgimento dos gráficos 3D, mas o console já estava defasado quando chegou ao mercado. Além disso, o Jaguar recebeu pouco suporte de terceiros, e a maioria dos jogos da própria Atari eram versões inferiores de sucessos de arcade, como Virtua Racing e Mortal Kombat.

A campanha de marketing do Jaguar se baseava na ideia de que ele era o primeiro console de 64 bits, enquanto o padrão da época era 16 bits. Seus comerciais provocativos incentivavam os jogadores a “fazer as contas”. Nos anos 90, a métrica dos “bits” se referia principalmente ao processador da máquina. Apesar de alguns componentes do Jaguar processarem 64 bits, sua CPU (Unidade Central de Processamento) era de apenas 32 bits. Isso gerou controvérsia, e muitos na indústria acusaram a Atari de usar táticas enganosas de marketing. No entanto, isso pouco importou no final.

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A biblioteca limitada do Jaguar não sustentava a promessa dos 64 bits. A maioria dos jogos 3D era lenta e desajeitada, enquanto os títulos 2D não ofereciam a mesma jogabilidade dos jogos para Mega Drive ou Super Nintendo. Quando o preço do console caiu para $99, poucos jogadores ainda o levavam a sério. E, mesmo com o lançamento de um acessório de CD e um controle de seis botões, o Jaguar já estava praticamente condenado.

O fracasso do Jaguar também marcou o fim da Atari como corporação. Após a descontinuação do console, a empresa foi dissolvida, encerrando uma era importante na história dos videogames.

3DO e o seu legado curioso

O 3DO Interactive Multiplayer é lembrado como uma curiosidade da história dos games. Embora muitos o considerem um fracasso movido por jogos baseados em FMV e apelo para nichos, o 3DO brilhou momentaneamente como um símbolo de inovação. Criado por Trip Hawkins, fundador da Electronic Arts, o console foi lançado em 1993 com especificações impressionantes e promessas audaciosas.

Produzido por fabricantes como Panasonic, Goldstar e Sanyo, o 3DO era o primeiro console de 32 bits amplamente disponível. Com recursos como gráficos avançados para a época, som estéreo Dolby Surround e um sistema operacional próprio, ele parecia revolucionário. O modelo inicial FZ-1 custava exorbitantes $699, afastando o público e limitando seu impacto inicial.

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Mesmo assim, o 3DO conseguiu lançar alguns sucessos, como Need for Speed, Road Rash e Gex, além de versões aprimoradas de Star Control 2 e Flashback. A facilidade para desenvolvedores, com baixas taxas de royalties, trouxe uma enxurrada de jogos – muitos de qualidade duvidosa. Títulos polêmicos, incluindo softcore interativos, mancharam sua reputação, especialmente no Japão.

Com a chegada do PlayStation e do Sega Saturn, mais baratos e tecnologicamente superiores, o 3DO perdeu relevância rapidamente. Reduções drásticas de preço e lançamentos de modelos atualizados, como o FZ-10, não foram suficientes para salvá-lo. A produção foi encerrada em 1996, marcando o fim de uma era breve, mas marcante.

Geração 32-bit

Apesar de suas falhas, o 3DO ainda tem um lugar especial entre os fãs da época, com jogos exclusivos e ideias inovadoras. Seu preço como item de colecionador pode ser proibitivo, mas o 3DO permanece uma peça intrigante da história dos videogames, oferecendo um vislumbre dos desafios e excessos da indústria nos anos 90.

A UTI do Mega Drive chamado 32X

O Sega 32X é lembrado como um dos maiores erros da indústria dos videogames. Lançado em 1994, o acessório tinha a intenção de oferecer uma experiência de próxima geração para os donos do Mega Drive antes da chegada dos consoles de 32 bits. A ideia parecia promissora, mas problemas de estratégia, execução e suporte ao produto condenaram o 32X.

O dispositivo, com design em forma de cogumelo, se conectava ao topo do Mega Drive e vinha equipado com dois processadores de 32 bits. Apesar disso, sua compatibilidade com jogos do Mega Drive limitava o potencial do hardware, assim como ocorreu com o Sega CD. O preço inicial de $150 incluía cupons de desconto para jogos, mas o suporte de desenvolvedores foi escasso.

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Títulos como Virtua Racing e Virtua Fighter exibiam as capacidades 3D do 32X, mas a maioria dos jogos oferecia apenas gráficos semelhantes aos do Mega Drive com cores mais vibrantes. O mercado, já de olho no Sega Saturn e no PlayStation, ignorou o 32X. Em apenas um ano, o acessório foi descontinuado, deixando poucos jogos memoráveis em seu curto legado.

O fracasso do 32X dividiu a base de usuários do Mega Drive, atrapalhou o foco no Sega Saturn e ilustrou a confusão estratégica da Sega na época. Em um cenário ideal, com suporte adequado, o 32X poderia ter preenchido a lacuna para jogadores que buscavam gráficos de nova geração a um custo reduzido.

Geração 32-bit

Historicamente, o 32X é visto como um símbolo de má gestão, mas também como um reflexo da transição turbulenta da Sega para os consoles de 32 bits.

Sega Saturn e sua breve passagem

Lançado no Japão em 22 de novembro de 1994, o Sega Saturn é frequentemente rotulado como um “fracasso”, mas essa visão ignora sua complexidade e impacto. Embora comparado pejorativamente ao PlayStation, o Saturn tinha desafios técnicos que, quando superados, resultavam em experiências impressionantes.

Geração 32-bit

Inicialmente projetado para gráficos 2D, o Saturn aproveitava a expertise da Sega com o Mega Drive e arcades. A adição de capacidades 3D ocorreu após a descoberta dos planos da Sony, mas tornou o hardware complexo para desenvolvedores. Ainda assim, o console brilhou nos jogos 2D, com ports quase perfeitos de clássicos como Metal Slug e OutRun, além de exclusivos aclamados, como Radiant Silvergun e Guardian Heroes. Com o cartucho de expansão de 4MB, rodava versões arcade superiores, como X-Men vs Street Fighter.

No 3D, o desempenho era irregular, mas títulos como Virtua Fighter 2, Sega Rally e NiGHTS into Dreams mostraram o potencial do console, rivalizando com o PlayStation. Apesar disso, a complexidade do hardware dificultava o desenvolvimento de jogos multiplataforma.

Geração 32-bit

No Japão, o Saturn teve um início forte, com vendas expressivas e títulos exclusivos de alto nível, como Panzer Dragoon e Burning Rangers. Seu controle 3D introduziu inovações que influenciaram o design do controle do Dreamcast.

Porém, globalmente, a complexidade técnica e a concorrência do PlayStation limitaram seu sucesso. Mesmo assim, o Sega Saturn deixou um legado duradouro com sua rica biblioteca de jogos e avanços que marcaram a evolução dos consoles.

PlayStation e o chute no traseiro feito pela Sony

Em 3 de dezembro de 1994, a Sony lançava o PlayStation no Japão, marcando sua entrada no mercado de consoles. O projeto começou como um leitor de CD-ROM para o Super Nintendo, fruto de uma parceria entre Sony e Nintendo. No entanto, a Nintendo encerrou inesperadamente a colaboração para firmar acordo com a Philips, motivando a Sony a criar um console próprio.

Com lançamento global em 1995, o PlayStation enfrentou concorrentes como o Sega Saturn e o Nintendo 64. Apesar de ser um novato, o console teve um impacto imediato: 100 mil unidades vendidas no primeiro dia no Japão e 2 milhões em seis meses. A biblioteca de jogos foi um dos principais atrativos, com títulos icônicos como Gran Turismo, Tekken, Resident Evil e Crash Bandicoot.

Inicialmente, o protótipo do PlayStation, apelidado de “Nintendo Play Station”, chegou a ser apresentado na CES de 1991, mas apenas uma unidade sobreviveu, descoberta em 2015. Apesar de desafios no desenvolvimento e dúvidas internas sobre o impacto na reputação da Sony, o engenheiro Ken Kutaragi convenceu os executivos a apostar no projeto, transformando o console em uma revolução na indústria.

Com preço competitivo, o nome da Sony e o sucesso de jogos como Ridge Racer, o PlayStation superou as expectativas e vendeu mais de 103 milhões de unidades até o encerramento de sua produção em 2006. Seu legado vai além dos números, marcando a transição do domínio de Sega e Nintendo para a era dos discos e da ascensão da Sony como uma potência nos videogames.

Essa Geração 32-bit foi braba

Eu tive o privilégio de acompanhar a Geração 32-bit. Se não era com o console em mãos, foi em locadora, senão era na casa de primo ou, até mesmo, tendo um.

No meu caso, o Atari Jaguar foi o único desta linha que eu não joguei na época, mas os demais consoles da Geração 32-bit, pude ter contato. O 3DO foi numa locadora em fortaleza chamada LKC, dali pude jogar Gex, Road Rash e Road & Tracks Presentes: Need for Speed. Alguns meses depois do lançamento americano – e brasileiro – do Saturn, obtive um por conta da minha mãe.

Um dos primeiros títulos que eu joguei do console de 32-bit da SEGA foi Panzer Dragoon e foi algo que me deixou de boca aberta. Meu primo ganhou um PSX, como eu sempre chamei o PlayStation, e neste console a Geração 32-bit ficou ainda mais evidente.

Need for Speed estava presente, junto com Resident Evil e Mortal Kombat Trilogy. Bons tempos, ótimos bons tempos de conhecer aqueles consoles que, se não tinha jogo para jogar, dava para usar como CD Player!

Que geração maravilhosa foi essa do Saturn e do PlayStation!

Fonte: The Videogame Critic, Grumpy old Gamers, The Videogame Critic, Leftover Culture, Yorkvision.

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