Lembro bem da primeira vez que eu joguei Vampire Survivors. Estava eu navegando no Gamepass do Xbox One e o título havia sido lançado a pouco. Vi o trailer e achei aquilo meio meh. Um jogo de pegar item e ficar parado ou controlando o boneco e só isso? Vou baixar isso não.
.
Uma semana depois, a internet estava em polvorosa com Vampire Survivors, considerado um dos jogos mais viciantes do ano. Comentários como “Que jogo incrível!” e outros elogios chamaram minha atenção. Pensei: “Não é possível que esse jogo seja tudo isso.”
Decidi abrir o Game Pass novamente e fazer o download do jogo. Era um título leve, e em apenas 10 minutos já estava jogando. O que aconteceu depois foi surpreendente: só consegui parar cerca de quatro horas depois. Percebi que estava completamente viciado no jogo que, a princípio, subestimei.
Logo em seguida, terminei o jogo em menos de uma semana. Alguns meses depois, novas DLCs foram lançadas, e eu não hesitei em comprá-las. Aproveitei também para adquirir o jogo permanentemente, evitando depender do Game Pass. Isso resultou em mais duas semanas de imersão e puro vício.
Uma ode ao Castlevania antes da DLC com esse nome
Vampire Survivors é uma verdadeira carta de amor criada pela Poncle. Embora o jogo não siga a jogabilidade tradicional de Castlevania, ele presta uma homenagem à icônica franquia da Konami ao incorporar elementos familiares, como os conceitos dos personagens, e os adapta em um formato de jogo idle com toques de shoot ‘em up.
A premissa é simples, mas eficaz: você controla um dos vários personagens disponíveis, que vai desbloqueando ao longo do jogo, em uma das 11 ou 12 fases (não lembro a contagem exata agora). O objetivo principal é sobreviver por 30 minutos em cada fase, enfrentando hordas de inimigos que se tornam progressivamente mais desafiadores.
Ao completar essa meta, você é recompensado com conquistas, novas armas e power-ups, além de desbloquear personagens adicionais. Com isso, o jogo mantém um ciclo viciante de progressão que incentiva o jogador a continuar até conquistar todas as 209 conquistas disponíveis atualmente.
Os personagens e as armas que coletamos durante as partidas trazem uma sensação nostálgica e remetem aos títulos de Castlevania, especialmente os lançados para GBA e NDS. Da mesma forma, os inimigos enfrentados, embora alguns possuam características próprias e únicas, também evocam essa familiaridade, fortalecendo ainda mais a homenagem feita pela Poncle à série clássica.
O viciante sistema idle
O desafio central de Vampire Survivors é simples: sobreviver durante as runs de 30 minutos ou em runs menores de 15 minutos. No entanto, esse é apenas o começo. O segundo desafio é desbloquear todas as armas e power-ups disponíveis, algo que mantém o jogador envolvido por muitas horas.
Com cerca de 10 a 12 horas de jogo, é possível conquistar quase metade das conquistas, mas isso requer seguir as instruções e dicas que o próprio jogo oferece. Uma vez que você libera uma boa parte das armas, power-ups e personagens, derrotar o chefão final pode ser alcançado em menos de 8 horas. Se o sistema de progressão não for totalmente compreendido, o tempo para finalizar os principais pontos do jogo pode se estender para 20 a 25 horas.
A jogabilidade é surpreendentemente simples e direta. O jogador apenas precisa se movimentar em direção aos inimigos, derrotá-los e coletar os cristais que aumentam a experiência. Com essa experiência, é possível evoluir as armas e os power-ups, repetindo o ciclo por 30 minutos para completar a run.
No que diz respeito aos controles, a simplicidade impera. O único controle real é a movimentação do personagem. O único botão adicional necessário é o botão A do controle do Xbox, usado para avançar as raras caixas de diálogo do jogo.
Pode parecer um conceito monótono à primeira vista, mas, assim como em Adventure Capitalist, o “menos” representa “mais”. Há uma profundidade oculta em Vampire Survivors que os trailers dificilmente capturam, e é essa profundidade que transforma a experiência em algo viciante e único.
DLC’s alongam a vida útil do jogo
Logo após o lançamento de Vampire Survivors, a Poncle introduziu a primeira DLC: Legacy of Moonspell. Essa expansão trouxe um elenco de mais 8 personagens ao já extenso roster do jogo. Além disso, adicionou 13 armas inéditas, permitindo mais combinações estratégicas, e uma nova fase para os jogadores explorarem, prolongando ainda mais a diversão de destruir hordas de inimigos.
A segunda DLC, Tides of Foscari, seguiu o mesmo caminho, expandindo o jogo com mais 8 personagens e 13 armas adicionais, além de uma nova fase gigantesca para exploração. O conteúdo extra garantiu horas a mais de gameplay empolgante.
Em seguida, a expansão Emergency Meeting fez algo inusitado: trouxe personagens do popular jogo Among Us. Com 9 novos personagens, 15 armas para testar e mais uma fase, a DLC trouxe uma mistura interessante e inesperada ao universo de Vampire Survivors.
Por fim, antes da aguardada Ode of Castlevania, houve a DLC Operations Guns, que incorporou personagens da clássica franquia Contra ao jogo. Essa expansão adicionou 11 novos personagens, 22 armas poderosas e uma fase repleta de ação explosiva, proporcionando uma experiência intensa e nostálgica.
Em resumo, Vampire Survivors se destaca pela quantidade impressionante de conteúdo. Com suas expansões, o jogo se reinventa constantemente, garantindo aos jogadores um fluxo contínuo de novidades e desafios.
E veio a Ode to Castlevania
A última DLC de Vampire Survivors, lançada em 31 de outubro de 2024, é um verdadeiro espetáculo de novidades. Para começar, é possível jogar com todos os Belmonts, as Belnades, os Morris e outros personagens icônicos da franquia Castlevania, uma das mais importantes da Konami.
Quando se trata de armas, a DLC não decepciona: são 40 novas armas para os jogadores explorarem e testarem. Logo percebi que precisaria de mais do que um simples fim de semana para aproveitar tudo que essa expansão oferece.
Além disso, a DLC inclui um mapa gigantesco, rico em detalhes e desafios. Para explorá-lo completamente, é necessário investir pelo menos uns três fins de semana.
A princípio, a jogabilidade da DLC segue o padrão das anteriores: jogar, completar a run de 30 minutos e desbloquear personagens e armas. No entanto, há uma surpresa interessante nesta expansão. Em uma parte do castelo, enquanto enfrentava inimigos, entrei em uma sala onde o jogo se tornou “2D” e, pela primeira vez, permitiu que eu pulasse.
Sem entrar em muitos spoilers, essa reviravolta trouxe uma nova dimensão à experiência de jogo, que antes se limitava a mover o personagem e mais nada.
A possibilidade de jogar novamente com personagens que conheci no NES, SNES, Mega Drive, GB, GBA e NDS é uma experiência incrivelmente nostálgica e sangrenta.
E como se não bastasse, a trilha sonora é baseada nos clássicos que todos amamos. Ouvir temas como Vampire Killer, Bloody Tears, Simon’s Theme e Leon’s Theme em versões remixadas foi simplesmente extasiante.
Conclusão
Para resumir, Ode to Castlevania é realmente uma ode à franquia Castlevania, e pelo seu preço, vale a pena adquirir essa DLC — ou todas as outras, se você ainda não as possui.
Vampire Survivors e suas DLC’s estão disponíveis no Steam, PlayStation 4 e 5 (PlayStation Store), Xbox One, Series e Windows (Microsoft Store), Android e Nintendo Switch (eShop).