Mesmo depois de dois anos, Vampire Survivors continua a influenciar muitos jogos por aí com a sua temática roguelike de “sobrevivência” e Vampire Hunters é mais um nessa longa lista, só que em primeira pessoa.
.
Antes de falarmos um pouco mais de Vampire Hunters, que tal termos uma lista de jogos nesse estilo que valem a pena dar aquela conferida?
- Renfield: Bring Your Own Blood;
- Road Defense: Outsiders;
- Twilight Survivors;
- Boons & Burdens;
- Time Wasters;
Estes são alguns títulos que dá para conferir, pois estão no Steam e todos eles tem um bom preço, mesmo sem estarem em promoção.
Mas, foco, vamos falar agora de Vampire Hunters.
O gênero FPS e eu
Sou um gigantesco fã dos jogos FPS, conheci esse gênero lá com o Wolfenstein 3D quando o meu primo instalou o Shareware do jogo no PC dele e me apaixonei por matar os nazistas a torto e direito.
E isso com, 9 ou 10 anos de idade. Então tive a oportunidade de jogar o Shareware de DOOM e pronto, o casamento foi selado ali, principalmente porque além de já estar amando o gênero, caiu que DOOM era um jogo de Scifi. Unindo o útil ao agradável.
Quase 30 anos depois veio um joguinho que, num primeiro momento parecia uma coisa chatinha e monótona de se jogar. Conheci ele no Gamepass, instalei no Xbox One e… só larguei o osso umas duas horas depois.
Era o título Vampire Survivors com um estilo roguelite, ou rogue like, com um desafio de sobreviver 30 minutos com as mais diversas ondas de inimigos pegando umas bolas azuis para ganhar experiência e, assim, escolher armas para continuar na sua missão.
Depois disso vieram vários jogos nesse estilo, como alguns que eu citei acima, uns bons, outros ruins e um que me chamou a atenção foi Vampire Hunters.
Mate todo mundo, mas em primeira pessoa
Desculpem a introdução, mas é algo que achei por demais necessário para poder falar do jogo que está destacado no artigo, pois ao invés de ele ser o mais do mesmo, na verdade ele veio trazer algo de novo.
Ao invés de você ter a visão de cima (também conhecida como Top-Down), que a maioria dos jogos deste gênero adotaram, o Gamecraft Studios, empresa dev brasileira, foi para um lado completamente diferente, trazendo a primeira pessoa para o gênero!
E que grata surpresa ter essa visão, trazendo um ar novo para algo que, por pouco, não se torna enjoativo.
Eu sei bem que muitos por aí não gostam da visão em primeira pessoa, ou FPS, mas nesse estilo, a coisa se casa muito bem. Aqui temos um personagem percorrendo corredores 3D tentando sobreviver uma hora de inimigos.
Num primeiro momento, claro, jogos como DOOM, Wolf3D, Rise of the Triad vieram a mente, mas o destaque mesmo vai para…
Até parece filhote de Quake
Sim, o destaque maior para mim perante o Vampire Survivor é que os gráficos lembram um pouco Quake, o primeiro jogo FPS a usar polígonos, criados pela idSoftware.
Outra questão é que ao usar esse estilo, veio também a lembrança dos jogos que abusaram desses gráficos no PC, mesmo antes do Quake, e muito no Saturn e PSX.
Isto foi uma lembrança bem forte porque o que eu vi nos inimigos, e até mesmo nos personagens escolhidos, são os gráficos chapados e pouco texturizados daquela época.
Acredito que esta foi uma opção do pessoal do estúdio em homenagear esta época do jogos eletrônicos.
Armas, armas, armas
Em Vampire Hunters, o arsenal é tão variado quanto caótico, e ser capaz de empunhar até 14 armas ao mesmo tempo eleva a carnificina a um novo nível de diversão.
No início, você tem acesso a armas como submetralhadoras, lança-chamas e lança-foguetes, mas, ao progredir, o jogo lhe oferece opções cada vez mais excêntricas, como pistolas laser, canhões piratas e até crucifixos bumerangues.
Essas armas são divididas em três categorias: Primárias, que são armas de uso contínuo, Secundárias, geralmente de tiro único e recarregáveis, e Passivas, que atuam como Familiars e disparam automaticamente em intervalos definidos.
A flexibilidade em Vampire Hunters permite que você dispare suas armas manualmente, para aquele toque de precisão, ou escolha a função de disparo automático, facilitando o combate frenético e intensificando o estilo “bullet hell” do jogo.
Com 10 slots para armas Primárias e dois para cada categoria de Secundárias e Passivas, você pode criar uma combinação tetradeca única — sim, são 14 armas atirando ao mesmo tempo.
Esse verdadeiro show de destruição é uma combinação de puro caos e uma experiência incrivelmente satisfatória, onde cada disparo contribui para a insanidade visual que enche a tela de projéteis, inimigos explodindo e uma verdadeira chuva de poder.
Sobreviver é essencial
A dinâmica é simples, mas viciante: forme sua build, entre na arena e sobreviva aos 30 minutos de pura intensidade. Mesmo que a dificuldade inicial seja um desafio, a progressão do jogo te recompensa com melhorias, permitindo aos poucos a construção de combinações poderosas que tornam o combate mais fácil e muito mais caótico.
Vampire Hunters captura o bem o gênero de sobrevivência, com armas criativas e uma jogabilidade boa — é o tipo de jogo que te faz voltar para mais uma run, sempre buscando novas estratégias e builds, pena que o mapeamento por onde passam os inimigos pode matar o jogo pela sua simplicidade.
O inferno é aqui
Os inimigos em Vampire Hunters seguem uma progressão bem pensada, mas com uma previsibilidade que faz com o que o jogo perca um pouco da graça.
No início, a quantidade e a força dos inimigos são manejáveis, permitindo ao jogador se ambientar e experimentar as mecânicas de combate. Contudo, à medida que o tempo passa, os inimigos começam a surgir em maior número, com variedades cada vez mais ameaçadoras, o que vai elevando a dificuldade progressivamente.
Nos primeiros momentos, eles são mais fáceis de lidar, porém podem ser um pouco resistentes para meu gosto, o que demanda atenção para não ser cercado.
Conforme se avança, chefes poderosos entram em cena. Esses inimigos são uma mudança significativa no ritmo, e derrotá-los não apenas traz uma sensação de conquista, mas também garante recompensas que ajudam a aprimorar seu personagem.
Essas recompensas, como armas iniciais e habilidades, reforçam a imersão e a vontade de progredir, tornando o loop de jogabilidade viciante — incentivando o jogador a superar os próprios limites, sobreviver mais tempo e desbloquear tudo o que o jogo oferece.
Apesar do nível de desafio crescente, alguns podem achar que, em longas sessões, a repetição se torna um tanto previsível. Mesmo com uma seleção variada de armas, a presença de novos inimigos ao longo das partidas não é suficiente para mantê-lo cativante para todos.
Ainda assim, para aqueles que apreciam partidas curtas e intensas, o jogo proporciona boas doses de diversão e estratégia em cada sessão.
Poucas fases e melhor mapeamento
O título tem apenas quatro fases, então, apesar das sessões serem grande, tornam o jogo bem pequeno e pouco aproveitável, num primeiro momento.
Foi assim que eu me senti ao jogar Vampire Survivor, num primeiro momento tempos atrás.
Acredito que, com o passar dos meses, os desenvolvedores acrescentarão novas fases e aprimorarão os desafios, especialmente o mapeamento dos cenários.
Já na primeira partida, descobri pontos em que é fácil ficar parado e esperar os inimigos virem na sua direção, o que acaba reduzindo um pouco a tensão e a diversão do jogo.
Conclusão
Vampire Hunters pode ser um jogo que traria uma tendência nova para os clones e homenagens ao Vampire Survivors. Só espero que os desenvolvedores mitiguem alguns problemas e sempre atualizem o título com coisas novas.
Tirando isso, Vampire Hunters me divertiu bastante até o presente momento e espero por novidades.
O jogo está disponível para o PlayStation 5 e PlayStation 4, Xbox Series e Xbox One, Nintendo Switch no eShop e PC no Steam.
A Comunidade Mega Drive & O Quebrando o Controle receberam a key para review do jogo.