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BGS 2024, aos olhos de Rodrigo Goniadis

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BGS 2024

Primeiramente, agradeço ao Daniel Gomes por me conceder os privilégios de representar a Comunidade Mega Drive como imprensa na BGS 2024. O único dia que fui foi em 12.10.2024.

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Dessa forma, a responsabilidade de levar conteúdos e escrever esse texto sobre a minha opinião a respeito do evento, é muito diferente comparado aos demais eventos que fui.
Até por se tratar de um dos maiores eventos de games da América Latina.

Segundamente, vamos ao que interessa: o que achei do evento?

BGS 2024Essa foi a minha segunda vez na BGS. A primeira foi em 2019, num sábado, e me diverti muito com vários stands (VÁRIOS) focados nas empresas de games, além, é claro, de encontrar canais amigos prestigiando o evento.

Não tivemos as edições de 2020 e 2021 por causa da pandemia de Covid-19. Só que houve uma coisa que me surpreendeu antes de eu ir à edição de 2024: o feedback das pessoas nas redes sociais.

Opiniões como “o evento só quer saber de influencers, empresas de games que se danem” ou “inacreditável como o evento caiu muito”. Como fui pela primeira vez em 2019, não tinha essa percepção, MAS percebi que, neste ano de 2024, as coisas mudaram, e entendi o que o público estava dizendo.

Me deparei com várias empresas (VÁRIAS) que não têm o foco em games, mas estavam lá promovendo seus produtos, como Smart TVs, e, consequentemente, cada aparelho estava ligado a um console, o que mostrava que estavam ali também para divertir o público. No entanto, o que realmente importa para o público são as grandes empresas de games.

BGS 2024
Logo da SEGA no estande dela na BGS 2024

Quem estava lá? Sega e Nintendo, as gigantes e ex-rivais, com seus próprios stands. A Sega colocou Sonic X Shadow Generations à disposição para a galera jogar, mas a fila imensa me desanimou a testar o jogo. No entanto, tirei uma foto com o trio Sonic, Tails e Knuckles, que estavam promovendo o futuro filme Sonic 3, com estreia prevista para dezembro deste ano.

Outros jogos que me chamaram a atenção no stand da Sega foram Like a Dragon: Pirate Yakuza in Hawaii e Metaphor: ReFantazio. Gostei muito do que vi desses games. Também havia Two Point Museum, um jogo em que você precisa administrar um museu, no estilo simulação de negócios.

Estande da Nintendo

BGS 2024
Não teve SEGA e Nintendo lado a lado, mas vou deixar esse livro aqui do lado da Nintendo no texto.

A Nintendo teve um stand ainda maior, com várias TVs para a galera jogar seus jogos, como Mario Kart, Smash Bros, Mario Wonders, Pokémon, Zelda, entre outros. Apenas os exclusivos da empresa, mas que chamaram bastante a atenção do público, que compareceu em peso ao stand da poderosa empresa japonesa.

Super Mario Party foi um dos destaques, com lançamento programado para 17 de outubro deste ano. O painel da Nintendo foi muito interessante ao mostrar os lançamentos mais recentes de jogos produzidos pela própria empresa, além de dar um gostinho do que virá pela frente em Super Mario Party. Esse é o tipo de coisa que queremos ver na BGS: jogos que serão lançados no futuro, mas já estão à disposição do público para jogar. Sonic X Shadow Generations, Super Mario Party, o novo Fatal Fury e o novo Double Dragon são exemplos. Mas, no geral, foi muito pouco.

As demais?

Há de se questionar o motivo pelo qual a Sony e a Microsoft não tiveram interesse em participar da BGS 2024, assim como aconteceu em 2023. Em 2022, a Sony esteve presente, mas a empresa de Bill Gates não compareceu. Portanto, as duas gigantes que protagonizam o mercado de consoles, ao lado da Nintendo, não marcaram presença juntas pelo segundo ano consecutivo.

É óbvio que ter a Sony, Microsoft, Sega e Nintendo na BGS 2024 seria um prato cheio para os fãs. E não apenas elas, mas também Konami, Capcom, Square, entre outras. A Ubisoft estava presente, mas não com seu stand próprio, e sim com uma apresentação de um quiz desesperador no balão intergaláctico temático de Star Wars Outlaws, com a participação de Mary e Octavio no stand da Samsung.

Muito pouco para uma empresa do tamanho da Ubisoft. Aliás, esse tipo de coisa foi o que me chamou a atenção na BGS: muitos stands sem relação com games e pouco foco no tema principal do evento. Ter ali um EA FC, Fortnite, entre outros, é plausível, pois atraem grande público e ajudam a levar gente para o evento, mas não sustentam o evento.

Ausências sentidas

A ausência das grandes empresas do mercado de games em um evento desse porte mostra que a BGS não está sabendo conduzir bem as negociações para atrair gigantes do mundo dos games. Enquanto isso, a Gamescom pode acabar se tornando a maior rival da BGS. Outro exemplo de empresa que marcou presença, mas que não tem nada a ver com games, foi a loja do Flamengo.

Acho que é algo inédito um clube de futebol levar sua loja para um evento de games, sendo que sabemos que o carro-chefe do Flamengo é o futebol. Aliás, o clube possui um time de e-sports, então por que não aproveitar esse momento na BGS? Eles estavam presentes, mas apenas no Meet and Greet.

Vamos falar um pouco dos indies?

Mas a BGS 2024 não teve apenas pontos negativos. Na minha opinião, um dos maiores destaques foi a ala de games indies. Muitos desenvolvedores estavam lá mostrando seus conteúdos, o que nos leva à conclusão (aliás, uma conclusão que tenho há anos) de que os brazucas são feras.

Havia jogos indies para o Atari 2600, um jogo baseado na Lenda de Arariboia, um jogo em uma locomotiva onde precisamos fugir de uma criatura aterrorizante, um jogo de aventura de uma tartaruga, Mark of the Deep, que foi mostrado há pouco tempo em um evento online da Tectoy, entre outros.

Foi muito legal ver essa galera arrasando nos jogos. Todos esses títulos serão lançados na Steam. Pude experimentar alguns e fiquei impressionado com a qualidade de cada game brasileiro. É ótimo que a BGS apoie essa galera, e espero que continue abrindo mais espaço para eles, assim como outros eventos de games que possam dar suporte aos indies brasileiros.

BGS 2024Uma cereja do bolo dessa minha visita à ala indie foi a loucura que cometi ao comprar o icônico Incidente em Varginha. Comprei o jogo completo, com caixa, manual e CD-ROM, que, de acordo com o vendedor, está atualizado para rodar no Windows 10 e 11.

 

Vou fazer um vídeo para o meu canal mostrando a instalação e a jogatina desse jogo. E outra novidade que ele me contou: o game vai ganhar uma versão remasterizada, que tem chances de aparecer no evento Canal 3 SP em novembro.

Voltando no tempo com os fliperamas

Agora vamos para a ala dos fliperamas. Não estava cheia, estava bem tranquila para jogar. Parei para jogar Daytona USA (joguei mal pra caramba), Sega Rally Championship de 1995, um joguinho de tiro disponível e nada mais. Porém, comparado a 2019, houve uma queda nessa área dos fliperamas.

Falta de jogos interessantes? Não acredito, alguns clássicos estavam lá. Falta de interesse do público? Pode ser que sim, já que esses jogos têm muita gente que os joga em vários shoppings de São Paulo e até nos emuladores.

Ou seria falta de um bom marketing? É possível. Há muitos fatores a considerar. O marketing é a alma do negócio, mas percebi que a BGS 2024 focou mais no marketing das empresas presentes e em suas apresentações ao vivo.

Conclusão

Eu não achei as apresentações interessantes, para mim, foi muito mais do mesmo. Sabe aquela sensação de algo que poderia ser impactante? Não teve, pelo menos para mim. Na Gamescom Latam, por exemplo, tivemos uma entrevista com a galera da Gamescare para falar sobre o Neptune, e a Tectoy mostrando o Zeenix. Esse tipo de impacto é o que o público quer ver.

Imagine em um stand de games, uma apresentação que anuncia que um determinado jogo estaria disponível exatamente naquele momento. Isso seria sensacional! (Mas não no estilo da Sega na E3 de 1995, quando anunciou o lançamento do Saturn de surpresa, causando uma reação negativa).

Resumindo, se eu fosse dar uma nota para a BGS 2024 no dia que fui, seria um 6. A nota seria mais baixa, mas o fator Nintendo, Sega e, principalmente, os games indies brasileiros me fizeram elevar um pouco a avaliação. No entanto, é necessário rever algumas coisas para atrair as grandes empresas em um evento dessa magnitude, antes que ele siga o mesmo caminho da E3.

Texto por Rodrigo Goniadis, criador de conteúdo do canal Sega Saturn Mania BR.

Aproveitem e vejam a live que ele fez sobre a Brasil Game Show 2024.

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