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Ara: History Untold tenta ser um novo Civilization! | Review | PC

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Desenvolvido por veteranos da franquia Civilization, Ara: History Untold é a nova alternativa 4X que traz um pouco de frescor ao gênero.

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Criado pela Oxide Games, um estúdio fundado há nove anos por ex-membros da Firaxis (os criadores de Civilization), Ara: History Untold segue os passos dos jogos de estratégia histórica no estilo 4X: eXploração, eXploração, eXpansão e eXtermínio, pontuando uma experiência de turnos simultâneos (com modo multiplayer síncrono/assíncrono baseado em nuvem como bônus).

O jogo começa nas reviravoltas da história, quando os primeiros colonos fincam suas tendas em um mapa vazio, e os recursos naturais aguardam sua prioridade de exploração. Para guiar esses pequenos povos rumo a um futuro próspero, o jogo oferece uma gama de líderes famosos: George Washington, Shaka Zulu ou Nefertiti estão dispostos a governar o regime de sua escolha, cada um com características específicas de sua personalidade.

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Por exemplo, nossa escolha se baseou em Joana d’Arc, uma diplomata imprevisível, mas uma grande força em combate. No entanto, não há nenhum outro vínculo ou contexto histórico desse personagem emblemático.

Regiões francesas podem fazer fronteira com a Índia e a Tailândia, e nenhum conselheiro será realmente francês, com Imhotep cumprindo essa função na maior parte do tempo. E uma excelente notícia: a Torre Eiffel pode ser erguida em Lille. Aqui, você recria a história de A a Z.

A busca pelo prestígio

O objetivo de cada nação que coexiste no mesmo mapa é simples: gerar prestígio suficiente para liderar o ranking dos países e não ser rotulado como “esquecível”, o que resultaria em eliminação fatal ao avançar para um novo ato.

No total, é preciso sobreviver aos três grandes capítulos do jogo, com os últimos turnos ambientados na era atual, dando tempo suficiente para que Joana d’Arc ensine tribos vizinhas os fundamentos da inteligência artificial.

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As apostas são colossais, e a necessidade de manter o foco para não ser eliminado é permanente, apesar de haver alguns limites importantes: uma vez que se domina as metas do jogo e seus aspectos mais sutis, torna-se fácil ganhar vantagem sobre outras nações, garantindo uma vitória com tal facilidade que a experiência pode se tornar arrastada após o início do último ato, especialmente após mais de 20 horas de jogo.

A corrida pelo prestígio é atraente porque, em vez de focar em um único caminho para a vitória, como a dominação militar ou cultural em Civilization, você pode elevar seu povo em várias áreas sem foco específico. O prestígio depende de diversos fatores-chave: comércio, indústria, cultura, governo, pesquisa e religiões.

Além disso, a árvore de pesquisa tecnológica é generosa, não linear, oferecendo liberdade de abordagem ao criar sinergias entre suas infraestruturas. Sacrifícios devem ser feitos: conforme cada era se aproxima do fim, você decide com que rapidez deve empurrar seus cientistas rumo ao futuro, em detrimento da pesquisa atual.

Tentativas, várias tentativas

Foram necessárias muitas horas de tentativa e erro para me familiarizar com o jogo, que felizmente vem com um guia generoso, apesar da interface não ser tão intuitiva. A complexidade reside principalmente na microgestão das suas estruturas. Cabe a você escolher o que uma fábrica produz, como produz e para que será usado o produto.

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O mesmo vale para oficinas, cerâmicas, fazendas, padarias, redes de pesca e outros locais de artesanato cujas complementaridades são essenciais. Uma vez assimilados esses aspectos, o jogo se torna uma rotina agradável, onde você otimiza constantemente seus rendimentos e antecipa os cenários que sua nação enfrentará.

Graficamente bonito

O visual é bonito. O jogo usa o Nitrous Engine, oferecendo um mundo dinâmico e detalhado. Porém, ao final da partida, o mapa sofreu com algumas lentidões, o que pode incomodar. Mesmo com uma excelente dublagem em francês e tradução correta, há pequenos problemas de tradução e algumas tags de texto quebradas que provavelmente serão corrigidas no lançamento.

Diplomacia aleatória

Um elemento perturbador do início ao fim é a diplomacia, que parece incoerente. É frustrante quando a Rainha da Inglaterra, cordial até então, se torna sua inimiga de um dia para o outro, mudando de ideia sem motivo aparente.

Quando três nações começam a negociar de forma aleatória, isso pode estragar a experiência. Para contornar esse problema, reduzimos o número de nações no mapa em uma jogada subsequente. Há uma boa variedade de níveis de dificuldade, permitindo jogar de forma tranquila ou arriscando ser bombardeado por George Washington, mesmo após ele aceitar um vaso de cerâmica como presente de corrupção no dia anterior.

Embora gostemos da ideia de que o destino de seu povo seja determinado por suas escolhas, é muito difícil prever o próximo movimento do oponente. O comércio internacional traz desafios interessantes: declarar guerra tem um custo, e perder uma guerra é ainda mais caro, especialmente em termos de território e prestígio.

Outro ponto que parece aleatório são os eventos roteirizados, conhecidos de Frostpunk e Humankind. Esses eventos geralmente pedem sua intervenção em assuntos de uma tribo, mas não têm impacto significativo ou continuidade relevante, servindo apenas para você escolher passivamente entre duas soluções com vantagens distintas.

Sem Hexágonos

Quanto aos recursos humanos, você encontrará papéis familiares, como o de batedor, que tem movimentos automatizados práticos para liberar sua atenção. Há também oráculos e missionários para espalhar sua religião, desbloqueando versos que concedem impulsos úteis. As forças armadas também oferecem variedade, com equipamentos que evoluem ao longo das eras, embora sua gestão seja um pouco cansativa.

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Fato interessante: o mapa de Ara não é dividido em hexágonos, mas em regiões irregulares que adicionam uma dimensão estratégica extra. Essas regiões são unidades territoriais que as cidades reivindicam conforme crescem, e as forças militares ocupam-nas uma a uma.

O tamanho, formato e número de lados variam, exigindo pensamento estratégico na expansão. Se você quer construir uma maravilha, como a Torre Eiffel, a região inteira será sacrificada, então é melhor escolher uma com apenas duas zonas. Nesse sentido, Ara oferece uma flexibilidade territorial interessante para desenvolver estratégias rumo à vitória.

Conclusão

Apesar dos bons esforços dos ex desenvolvedores da Firaxis de criar algo para ser comparável com o Civilization, aqui o grande problema está no microgerenciamento de elementos necessários para a expansão do império.

No mais, arrumando este pequeno porém, Ara tem a possibilidade de cativar os fãs neste estilo de jogo.

Ara: History Untold está disponível para o PC nas lojas Steam e XBoX.

Comunidade Mega Drive recebeu uma key para review do jogo.

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