A Retrocon 2024 aconteceu nos dias 3 e 4 de agosto, e a Comunidade Mega Drive esteve presente em ambos os dias. O evento teve seus altos e baixos, e gostaria de compartilhar minha opinião sobre ele.
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Antes de tudo, considero-me um ‘veterano’ na cobertura de eventos. Desde 2016, já cobri a BGS, participei várias vezes do SANA, em Fortaleza, e estive na gamescom latam 2024.
Esta é a segunda vez que participo da Retrocon como imprensa, representando a marca da Comunidade Mega Drive. Meu objetivo é sempre fazer a cobertura do evento e me divertir quando possível.
Com essa perspectiva, torna-se mais fácil formar uma opinião objetiva ao cobrir um evento. Por isso, escrevo este texto com o intuito de sugerir melhorias para futuras edições.
O local
A Retrocon 2024 ocorreu no mesmo local do ano passado, no Pro Magno, um lugar de fácil acesso, tanto de carro quanto de ônibus. No entanto, este ano, o evento organizado pela Warpzone, Casa dos Videogames e Mr. Games foi realizado no primeiro andar do prédio, o que proporcionou um espaço maior e facilitou a circulação do público.
Esse foi um ponto positivo, mostrando que a Retrocon cresceu em comparação ao ano passado. Contudo, esse crescimento trouxe alguns problemas.
Embora o local seja de fácil acesso, a ausência de uma estação de metrô próxima faz com que os visitantes precisem utilizar duas conduções se optarem pelo transporte público, o que é um ponto negativo.
Esse foi o mesmo problema enfrentado pela gamescom latam, já que a estação de metrô mais próxima estava a pelo menos 4 km de distância, exigindo um transfer demorado até o local.
A fila
Todo evento, seja de pequeno, médio ou grande porte, sempre enfrenta algum tipo de fila. Quem já foi à BGS sabe bem como isso acontece.
No entanto, encarar uma fila sob o sol forte não é nada agradável, especialmente quando você pagou pelo ingresso. Nesse aspecto, a equipe responsável pela vistoria na Retrocon falhou miseravelmente. Essa situação ocorreu devido às regras estabelecidas para a Retrocon deste ano, que foram as seguintes:
Dentro destas regras, havia esta em particular:
Não será permitida a entrada de consoles, cartuchos e controles. A venda durante o evento é reservada somente aos lojistas expositores.
Os seguranças foram instruídos a realizar revistas detalhadas em busca de itens proibidos, especialmente entre aqueles que portavam mochilas, bolsas e outros acessórios para guardar volumes, o que tornou o processo demorado.
Apesar das quatro filas de revistas — duas para o público feminino e duas para o masculino —, a falta de agilidade na vistoria fez com que a fila avançasse muito lentamente.
Nesse processo, algumas falhas se tornaram evidentes. Por exemplo, eu vim do Rio de Janeiro direto para o evento e, se estivesse carregando um videogame portátil, não o deixaria no guarda-volumes, pois é algo de valor que eu preferiria manter comigo. O mesmo vale para outras pessoas que levaram consoles, revistas ou qualquer outro material relacionado a videogames para autógrafos ou outros fins, que não fossem vendas.
Essas questões precisam ser reavaliadas na próxima Retrocon, assim como a política de alimentação. A segurança exigia que apenas garrafas de água seladas fossem permitidas, o que é um erro, especialmente em um dia quente, quando alguém pode estar bebendo água do lado de fora.
Até alimentos quase foram barrados, mas, após apresentar as regras, isso foi revertido. Um treinamento mais adequado para os seguranças é essencial para a próxima edição da Retrocon.
Banheiros
Havia banheiros suficientes para todos, mas, no primeiro dia, dois deles estavam inexplicavelmente fechados. No geral, os banheiros estavam sempre limpos, e em nenhum momento houve problemas que atrapalhassem o fluxo dos visitantes do evento.
Bem diferente que na BGS e, até mesmo, na gamescom latam, na Retrocon os banheiros ficaram decentes. Na primeira, a melhor forma de usar os banheiros era perto da sala de imprensa, por exemplo.
Bebedouro público
Houve uma falta significativa por parte da Retrocon. Eventos como esse precisam oferecer bebedouros acessíveis para os participantes. Se não fosse por uma busca minuciosa, eu nem teria descoberto que havia um bebedouro completamente escondido atrás da praça de alimentação.
Por conta disso, poucas pessoas souberam onde poderiam encher suas garrafas de água, evitando assim os altos preços da praça de alimentação.
E a praça de alimentação?
Como em todo evento, a praça de alimentação tinha preços absurdos que fazem qualquer bolso chorar, por isso, evito-a como o diabo foge da cruz.
Na Retrocon, no entanto, a praça de alimentação apresentou outro problema: filas. As filas eram gigantescas e demoravam entre 30 a 50 minutos, sendo que parte do tempo era gasto no pagamento, que não era feito diretamente nos Food Trucks, mas sim com pessoas em máquinas espalhadas pela praça.
Depois de enfrentar a fila, ainda havia a falta de cadeiras e mesas para se sentar. Embora esse problema tenha sido corrigido no segundo dia, o domingo teve menos público, então quem estava na Retrocon não sofreu tanto.
Quanto aos preços, achei-os dentro do esperado para o evento. No entanto, optei por não me alimentar lá, preferindo comer antes e almoçar fora, pois era mais econômico.
Lojas
As três lojas dos criadores da Retrocon — Mr. Games, do Gilão, Casa do Videogame, do Tiozão, e Warpzone, do Cleber — foram alguns dos pontos mais movimentados da feira.
Passei pelas duas primeiras lojas e, embora houvesse itens interessantes, nenhum me convenceu a gastar, especialmente porque estou guardando dinheiro para uma futura RTX 4060 e um Ryzen 5 8600g. Portanto, nada de gastos supérfluos.
Na Warpzone, os visitantes encontraram uma videolocadora retrô, algo bem bacana, além de campeonatos de Super Nintendo organizados pelo Juan, do Snestalgia, e exemplares dos livros lançados pela Warpzone, como ‘Mega Drive Definitivo’ e o ‘Clones’.
As demais lojas ofereciam uma grande variedade de produtos, desde jogos antigos e novos até Funko Pops, mangás e outros itens orientais, proporcionando opções bem diversificadas para todos os públicos.
E por falar em público, os influencers digitais
A Retrocon veio com tudo no que tangencia os influencers digitais. Pelo site foram 44 influencers que estiveram na Retrocon e que pessoal pode interagir, de uma forma ou de outra.
Entre eles, posso citar os que eu conheço:
- BRKSEDU;
- John Hancock;
- Luis Estevam (Retrogamer Brasil);
- Pedro Cogu (Cogumelando);
- Daniel Borges (Games das Antigas);
- Renato Wamberto (Canal Nerd Show);
- Ed Topzero (Aperte Start, gente fina esse caboclo);
- Coelho no Japão;
- Pablo Miyazawa;
- Renato Cavallera (Segredo dos Games);
- Velberan;
- Izzy Nobre;
- Gusang (Assopra Fitas).
Claro que eu não reconhecer os outros, não inválida de forma alguma a presença deles e para os seus fãs, o que foi algo bem bacana ter estes influencers para todos os gostos.
Jogatinas
Quem foi à Retrocon 2024 teve duas opções para jogar: nos consoles, conectados a TVs de tubo, alguns até com seus controles originais, ou nos arcades, fornecidos pela Casa do Videogame e pela Warpzone. Infelizmente, algumas máquinas estavam com defeitos, além de outro problema que mencionarei a seguir.
Não posso esquecer das máquinas de pinball, todas originais, até onde pude verificar.
O maior problema com os arcades foi o espaço extremamente apertado. As máquinas nas extremidades tinham fácil acesso, mas as que ficavam no meio eram quase inacessíveis.
A organização da Retrocon parece ter esquecido que grande parte do público usa mochilas, e o local onde os arcades estavam posicionados tinha espaço suficiente para que as máquinas fossem distribuídas de forma mais espaçada.
Palcos
Havia dois palcos na Retrocon: um central, que chamava mais atenção, e outro menor, próximo à praça de alimentação.
Uma melhoria que eu sugeriria para o evento seria divulgar a programação de ambos os palcos com antecedência de uma semana, para que os interessados pudessem se planejar melhor.
Por exemplo, houve uma entrevista com o Gusang que teve pouca presença e outra com o Eric, do Cosmic Effect, que também contou com pouco público.
O ponto alto do evento, o Museu do Gilão
Em colaboração com o VGDB, que foram responsáveis pelo museu no ano passado, este ano tivemos a exposição da coleção do Gilão, e foi algo espetacular.
Com a presença da equipe do VGDB, sempre com um ou dois membros à disposição, os visitantes puderam encontrar uma grande variedade de videogames, alguns deles ligados, e contar com especialistas que falavam sobre os itens expostos.
Considero que essa foi a grande atração do evento, pois o museu apresentava a história de todas as gerações de videogames presentes no local. Embora não fossem todos os videogames da história, isso é um detalhe menor.
No pós-evento, após o fechamento das portas e a retirada das lojas e visitantes, tive a oportunidade de ver de perto um Wondermega, um Mega Karaoke e tocar em muitos outros itens com os quais nunca havia tido contato, o que fez uma grande diferença na minha percepção desses produtos.
Conclusão
Apesar dos problemas que já mencionei ao longo do texto, a Retrocon 2024 foi um bom evento para mim. Principalmente porque tive a oportunidade de reencontrar amigos de São Paulo e conhecer muitos outros vindos de fora do estado.
No ano que vem, o evento da Warpzone, Casa do Videogame e Mr. Games terá três dias, então muitas surpresas estão por vir. Só espero que, nesse período, haja melhorias nos seguintes pontos:
- Filas, com menor tempo de vistoria;
- Revisão das regras, uma coisa é proibir vendas, outra é proibir a pessoa de levar o seu item seja para jogar com outras pessoas ou até mesmo pegar autógrafo;
- Bebedouros, mostrar onde estão eles no local do evento;
- Uma programação para os palcos, assim como um horário dos influencers;
- Transporte público, ser mais próximo de metrô e ônibus;
- Maior espaço para os videogames, arcades e pinballs.
Além disso, estou ansioso para a próxima Retrocon e para as surpresas que o Cléber, o Tiozão e o Gilão trarão.
Termino aqui meu relato, que pode ter sido breve, sobre a Retrocon 2024. É provável que eu tenha esquecido de algum detalhe, mas é assim mesmo.
A Comunidade Mega Drive recebeu passes de imprensa para cobrir a Retrocon 2024.