Bem, eu gostaria de começar o texto sobre o Mullet Madjack falando bem dele, mas não é algo bem assim. Na verdade, os dez primeiros andares já me fizeram desgostar um tanto assim do título em questão.
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Mullet Madjack parece o Sonic nas dorgas!
No primeiro momento que coloquei o jogo para rodar no PC, a primeira coisa que deu para sentir é a paixão do pessoal da Hammer95 Games por animes e a contracultura cyberpunk dos anos de 1980 e 1990.
Nas animações vi ali muito do Akira, Ghost in The Shell e outros desenhos daquela época, assim como um pouco de Snatchers e Policenauts e, claro, obras cinematográficas como Blade Runner.
Tudo isto foi misturado extremamente bem na apresentação do título, colocando o jogador neste universo tresloucado do Mullet Madjacket.
Mas o que se passa nesse universo?
No ano de 2090, você, um justiceiro viciado em dopamina, embarcará em uma missão para resgatar uma influencer aprisionada por robôs bilionários em um arranha-céu. Em um mundo onde o futuro se desenrola online, você realizará o resgate durante uma live, onde cada andar conquistado lhe dará o poder de escolher melhorias para sua jornada.
A história é extremamente simples, mas isso é a parte que funcionava tão bem nos jogos de FPS dos anos de 1990. Simples e direta.
E é com isto em mente que você partirá numa aventura de 100 andares de pura emoção, e irritação, até conseguir resgatar a influencer.
Sinta o gosto da dopamina
Você pode estar pensando que irá um título tipo DOOM ou Wolfenstein 3D. Cada andar com corredores extensos e enormes labirintos. Errrr, não é o caso deste jogo.
Aqui você é um moderador e está transmitindo o seu avanço no prédio em tempo real. Desta forma para continuar o seu avanço, onde você tem apenas 10 segundos, é correr feito um Sonic, ou um louco alucinado, pelos corredores do prédio, matando a maior quantidade possível de inimigos e assim conseguindo segundos preciosos e mais dopamina.
Com isso em mente, você terá uma bela quantidade de power-ups para lhe ajudar nesta meta, até chegar no décimo andar, vigésimo, trigésimo e neles se encontrar com o chefão.
Neste momento, o contador de dez segundos para, e você terá apenas energia suficiente para matar o chefão e se não conseguir, volta TUDO de novo ao nível onde você estava.
Tudo de novo?
Sim, tudo de novo. Digamos que você está no 15º andar, com uma ruma de power-up bacana. Morreu, vai voltar para o 11º andar.
Chegou no 19º e morreu – isto é acabou o tempo – vai voltar para o 11º sem nenhum power-up. Morreu no chefe? Mesma coisa.
E foi isso que matou o jogo para mim. Claro que o jogo te recompensa pela velocidade e como as fases são criadas aleatoriamente, é impossível decorar os inimigos, mas voltar tudo de novo me cansou já na primeira etapa do jogo.
Consegui matar o chefão da primeira etapa, estava com uma escopeta e com um bom power-up permanente que você escolhe e, morri no 12º andar, voltando para o 11º e com a arma básica.
Neste momento, para mim, já deu. Eu curti jogar alguns Rogue Lite como Dave the Diver, Trinity Fusion e alguns outros jogos ano passado porque me fisgaram, mas Mullet Madjack não conseguiu este feito.
Talvez mais pelo fato de ter de perder todos os power-ups e começar tudo do zero – e, assim, ter menos força para matar os inimigos – começou a ficar repetitivo.
Ou talvez pelo fato de eu ser um jogador mais tradicional de FPS que prefere que os power-ups fiquem permanentes, mas aí estamos falando de subgêneros diferentes.
E tome velocidade
Apesar deste pequeno porém, o jogo tem o seu atrativo para aqueles que querem um título rápido e de muita adrenalina. Com cada corredor sendo criado proceduralmente.
Isto torna o título com uma boa longevidade e um bom fator replay, porque o jogador vai ter de tentar diversas vezes até conseguir avançar para o próximo andar.
Pelo menos para aqueles que conseguem insistir nesta seara e não acham chato de ficar morrendo várias, várias e várias vezes.
Uma Boa trilha sonora
Mullet Madjack tem uma composição musical que nos transporta literalmente para os anos de 1980 e isso eu achei muito bom, logo de cara me lembrou de um outro jogo, 198X.
O uso desta trilha nos transporta bem para aquela década e suas influências são bem sentidas durante todo o jogo.
Os efeitos sonoros estão bem a par para um jogo de FPS, mas nada que chame demais a atenção. Sendo apenas interessante.
Conclusão
Quer voltar no tempo indo para o futuro, Mullet Madjack pode ser esta forma. Mas se prepare para morrer muitas vezes antes de pegar o jeito.
Eu como jogador que curte Borderlands, DOOM, Duke Nukem 3D, Heretic, Hexen, Bioshock, SystemShock, Deus Ex, ROTT e outros jogos FPS, não consigo positivar completamente o jogo.
Faltou uma jogabilidade que permitisse ficar com os power-ups e não precisar voltar tudo de novo e tecnicamente faltou o MODO JANELA na versão de PC.
Este modo é imprescindível para se fazer captura do jogo e, assim, fazer uma live sem problemas.
Mullet Madjack foi lançado dia 15 de maior e se encontra disponível APENAS no Steam.
A Comunidade Mega Drive recebeu uma key de Mullet Madjack para o review do jogo.