Eu acredito que, assim como este que vos escreve, você frequentou em algum momento alguma locadora de videogame e pagou 10, 20, 30 ou 1 hora para jogar num determinado console. Talvez, até mesmo, jogou de dois com algum amiguinho ou alguém que queria muito jogar e ficou olhando para você como aquela pessoa que está passando necessidade. Isso sempre acontecia em locadora.
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Este foi um momento bastante específico no universo dos jogos eletrônicos no Brasil – não posso afirmar se ocorreu da mesma maneira no restante do planeta, então limitaremos nossa discussão ao nosso país -, quando diversos estabelecimentos desse tipo surgiram em nosso território nacional. As locadoras representaram uma maneira de democratizar o acesso aos consoles – e seus jogos – de uma forma inédita – neste artigo, evitarei entrar na discussão sobre pirataria.
Nas duas cidades em que residi durante os anos 1990, posso afirmar que locadoras em que se pagava por minuto eram comuns, havendo pelo menos umas 5 no meu interior e umas 9 na capital. Aquelas que disponibilizavam apenas fitas eram menos numerosas – conheci 3 na capital, mas certamente existiam mais, e uma locadora no interior.
As revistas de videogame proporcionavam alguma orientação, nem sempre precisa, na escolha dos títulos para serem alugados nas sextas-feiras e devolvidos às segundas. No entanto, geralmente eram duas ou três fitas que todos queriam alugar, especialmente as “platina“, que eram os lançamentos, e, por vezes, eram mais caras ou não estavam disponíveis para locação.
A verdadeira diversão não residia apenas em levar os jogos para casa, mas sim em alugar os minutos e jogar com os amigos, como mencionado anteriormente. Ter um parceiro em uma variedade de jogos garantia entretenimento, ou frustração, naquele momento. Essa experiência poderia ser replicada em casa, quando o grupo se reunia para jogar no Phantom System, Mega Drive ou Super Nintendo!
Quem não se recorda dos diversos desafios e campeonatos informais criados para determinar quem era o melhor? O jogador habilidoso? O Power Ranger Vermelho da turma? E os campeonatos “oficiais” nas locadoras, com jogos como Top Gear, Mortal Kombat 3 ou Campeonato Brasileiro?
Esses tempos não retornam, pois todos crescemos, as locadoras encerraram suas atividades e adquirimos nossas responsabilidades. No entanto, posso afirmar que é possível reviver um pouco desse sentimento?
RetroArch
O RetroArch é uma interface versátil que reúne emuladores, motores de jogo e reprodutores de mídia, proporcionando a capacidade de jogar jogos clássicos em vários dispositivos com uma interface gráfica intuitiva. Sua versatilidade se estende ao suporte para configuração unificada e a capacidade de executar discos originais, incluindo CDs. Além disso, oferece recursos avançados, tais como shaders, netplay, retrocesso (rollback), resposta de próxima quadra, antecipação de execução, tradução automática, acessibilidade para deficientes visuais, entre outros.
O recurso de netplay do RetroArch permite aos usuários conectar-se com jogadores pela internet, proporcionando uma experiência de jogo multiplayer. Essa funcionalidade torna possível a jogatina a dois, seja para jogadores remotos ou para aqueles que combinam sessões de jogo com amigos.
A inclusão do RetroArch na plataforma Steam amplia ainda mais as possibilidades de jogabilidade, oferecendo uma experiência mais estável através do Remote Play, um serviço fornecido pela Valve. Isso permite que os usuários joguem de forma remota, aproveitando a infraestrutura da Steam para garantir uma conexão estável e uma experiência de jogo fluida. Dessa forma, o RetroArch no Steam proporciona uma maneira aprimorada e conveniente de desfrutar de jogos clássicos em conjunto, independentemente da localização dos jogadores.
Steam & Retroarch
Com o Steam à disposição, é possível convidar amigos para partidas cooperativas (co-op) ou competitivas (vs) em uma variedade de sistemas, como PC-Engine, NES, Master System, Mega Drive, Super Nintendo, Saturn, PSX, entre outros. O Retroarch, disponível na plataforma Steam, torna essa experiência fácil e conveniente. Tudo o que você precisa fazer é instalar o Retroarch no Steam, ter suas ROMs e ISOs favoritas, iniciar o programa e convidar seus amigos para participar da partida.
O processo é simplificado, exigindo poucas configurações no Steam e no RetroArch, como o download dos emuladores necessários e a adição de bios na pasta system, caso deseje emular sistemas como Saturn, PSX ou Sega-CD. Ambos os jogadores precisam ter controles compatíveis, como os do Xbox (360/One/Series) ou PlayStation (PS3/PS4/PS5).
Mesmo para aqueles que preferem usar controles retrô, como o 8-bit Do, é possível configurá-los no Steam para garantir o reconhecimento adequado durante o Remote Play.
A única ressalva é a necessidade de possuir uma conta no Steam, e em casos de problemas de serviço, pode haver interrupções nas partidas. Nesse cenário, é possível recorrer ao netplay do RetroArch, embora seja importante notar que alguns usuários consideram essa opção ainda instável e com alguns bugs.
Utilizando o Remote Play, apenas o jogador que cria a partida precisa ter o RetroArch e os jogos em questão, simplificando a experiência. Se a preferência for por uma experiência nostálgica de locadora, então é hora de aproveitar o Steam para reviver esses momentos com amigos.
