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Ubisoft, não! Os jogos são meus viu?

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Ahhhh, Ubisoft. Claro que vamos nos acostumar a não possuir nada daqui a um tempo. Na verdade isto é algo que já deveria ter acontecido, pelo menos desde que começamos a comprar jogos no Steam, nos termos de uso do serviço em boas letras para qualquer um ler, mas segue aqui um excerto:

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O Steam e as suas Assinaturas exigem download e instalação do Conteúdo e dos Serviços no seu computador. A Valve concede, por meio deste, e você aceita, um direito e uma licença não exclusiva de uso do Conteúdo e dos Serviços para o uso pessoal não comercial (exceto quando o uso comercial for expressamente permitido aqui ou nos Termos de Assinatura aplicáveis). Esta licença termina mediante a rescisão (a) deste Acordo ou (b) de uma Assinatura que inclua a licença. O Conteúdo e os Serviços são licenciados, não vendidos. A sua licença não confere qualquer título ou propriedade sobre o Conteúdo ou os Serviços. Para usar o Conteúdo e os Serviços, você necessita de ter uma Conta Steam e pode ser necessário executar o cliente Steam e manter uma conexão com a Internet.

Por motivos que incluem, sem caráter limitativo, a segurança do sistema, a estabilidade e a interoperabilidade de multijogadores, a Valve necessita fazer atualizações, pré-carregar, criar novas versões do Conteúdo e dos Serviços ou os aperfeiçoar de outro modo e, consequentemente, os requisitos do sistema para usar o Conteúdo e os Serviços podem mudar ao longo do tempo.

Leia mais aqui.

Mas o que foi que a Ubisoft, ou para ser mais preciso, o diretor de assinaturas da Ubisoft, Phillipe Tremblay, falou para que mexesse com o já conturbado meio gamer? Segue aqui as palavras do dito cujo:

Analisamos o comportamento do consumidor e como as pessoas estavam interagindo com nossa oferta, e vimos uma oportunidade para evoluirmos.” Ele continua:

Quando observamos como os jogadores interagem com nossos diversos jogos, percebemos que nosso catálogo anterior ainda está muito ativo e vivo. Então, vimos uma oportunidade de oferecer esses mundos aos nossos consumidores por uma taxa mais baixa. E isso é uma resposta ao comportamento que observamos dos jogadores.

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Imagem: Ubisoft | Serviço Ubisoft+

Tremblay afirma que a empresa teve ‘milhões’ de assinantes nos últimos quatro anos, que coletivamente jogaram mais de meio bilhão de horas de gameplay. Alguns assinam para experimentar um jogo por um ou dois meses, enquanto outros entram, permanecem e jogam vários títulos.

Há comportamentos diversos”, explica ele. “Certamente, muitas pessoas entram para experimentar um jogo e depois decidem comprá-lo [quando a assinatura termina]. Isso faz parte da realidade e está tudo bem para nós.”

Estamos falando de lançamentos no dia um, e com jogos como Prince of Persia, você obtém acesso antecipado. Já temos Avatar, Assassin’s Creed: Mirage… todos esses jogos estão disponíveis para jogar. Isso já é um valor tremendo. E então há o catálogo, também. Milhares de dólares em jogos

O objetivo não é forçar os usuários a seguir um caminho ou outro”, explica ele. “Oferecemos a opção de compra, oferecemos a assinatura, e a preferência do jogador é o que importa aqui. Estamos vendo algumas pessoas que costumavam comprar optando por assinar agora, mas tudo funciona.

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Imagem: canaltech | Serviços diversos

Ele diz que a assinatura permitiu à Ubisoft atrair novos jogadores, com um em cada dez assinantes do Ubisoft+ nunca tendo interagido com os jogos da empresa antes.

Está se mostrando uma maneira de os jogadores acessarem nossos mundos que talvez não estivessem inclinados a comprar”, ele nos conta.

Esses jogadores são totalmente novos. Estamos apertando as mãos pela primeira vez. Tem sido a estratégia da Ubisoft por tanto tempo quanto estive aqui tentar alcançar mais jogadores com as franquias que temos. Então, como líder deste produto, estou feliz por poder cumprir esse objetivo.

Fonte: GamesIndustry

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A questão aqui não se aplica ao caso de alguém assinar um serviço como o Gamepass, que é o que, atualmente, tanto a Microsoft quanto a Sony, a Ubisoft e a Electronic Arts oferecem. Ter esse tipo de acesso, semelhante ao Netflix, Prime Video e outros serviços digitais, é interessante, pois você está ‘alugando’ o conteúdo em questão.

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imagem: Comércio de Brasília

O grande problema surge quando você compra um título digital – e também físico – e acaba acontecendo que você não é dono daquela cópia. Você recebe uma licença para o uso e apenas isso. Alguém pode perguntar: ‘Como eu não sou o dono do jogo que comprei na loja? Eu posso pegar esse jogo físico e vendê-lo como eu bem entender.’

Sim, você pode, ou pelo menos deveria poder. No entanto, se você pegar aquele papel que vem com o jogo – nem manual existe mais – e ler as letras miúdas, verá que não, você não é dono do título e não há nada que possa ser feito. No momento em que você executa o jogo no seu videogame, automaticamente aceita os termos de uso daquele título.

Existe uma brecha que ‘permite’ você ser dono desse jogo, pois você pode vendê-lo sem problema, e a pessoa que compra pode executar o jogo sem nenhuma complicação. No entanto, só pelo fato de esses jogos físicos da geração passada e da geração atual (acredito que na geração do PS3 e 360 também) podem ser facilmente anulados pelas empresas.

Como? Simples, basta associar a mídia física do título à conta do usuário, tornando o disco um lindo peso de papel após a execução no console da pessoa. Agora, por que eles ainda não fizeram isso, fica a especulação.

Agora, indo na direção do que a Ubisoft menciona, de as pessoas se acostumarem a não ser donas dos jogos, no que tangencia os serviços oferecidos acima, é de se acreditar que as pessoas já sabem disso. O problema aqui são os jogos que SÃO COMPRADOS digitalmente e ficam à mercê da vontade das empresas.

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Steam, onde os jogos podem sumir, como qualquer serviço de distribuição digital.

Pode acontecer de um jogo sair da loja por algum problema entre o serviço de distribuição e a desenvolvedora ou publicadora, mas o jogo pode continuar na biblioteca de quem comprou, ou ele pode simplesmente desaparecer, como um caso que aconteceu na Amazon quando uma cópia foi removida dos Kindles de quem comprou a obra.

Essa é a grande questão. Não somos donos de nada digitalmente em um serviço que deveria baratear os custos de aquisição, mas o que vemos são jogos AAA e indies cada vez mais caros. Quando o controle se tornar absoluto e as pessoas decidirem não comprar mais os jogos por não serem donas de fato do conteúdo, os CEOs das empresas virão com cara de coitadinhos pedindo para que nós, os consumidores estúpidos, paguemos caro por jogos digitais.

Assim, teremos uma nova crise dos jogos eletrônicos. Está cada vez mais perto.

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