Li em um artigo rápido no Eurogamer.pt que Yoshinori Kitase, o atual produtor da franquia Final Fantasy, afirmou que a possibilidade de produção de um remake de Final Fantasy VI é virtualmente impossível, pois a Square Enix demorou 10 anos para produzir o atual remake de Final Fantasy VII.
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Vejam isso no Twitter abaixo:
Kitase says that FFVII up to Rebirth has taken about 10 years, and if they were to Remake FFVI, Kitase suspects it could take double that. He anticipates the game would be bigger than FFVII (Remake project), and it's already got so many characters in it. pic.twitter.com/QdJZUx6KQ0
— Shinra Archaeology Department (@ShinraArch) January 28, 2024
Provavelmente, ele fez essa afirmação pensando na criação de um remake no mesmo nível que o FFVII Remake e o novo título, Rebirth, onde a história do episódio mais popular da franquia está sendo recontada, refeita e remendada ao ponto que, ao invés de um jogo só, agora estão separando ainda mais o título em si.
Indo nesse pensamento, sim, de fato criar um jogo ao nível do Final Fantasy VII Remake e Rebirth exigiria uma gigantesca equipe da Square Enix para produzir algo decente com o que o Final Fantasy VI tem a oferecer, principalmente pelo fato de este capítulo em questão ser adorado por muitos fãs da franquia.
Mas, pensando nisso, o que eu não posso deixar de questionar é a forma como a Square Enix tira todo o suco da laranja ao ponto de precisar recriar toda a história só para vender ainda mais. Final Fantasy VII é o jogo mais explorado da Square Enix, seguido de Kingdom Hearts.
Digo isso apenas pela contagem de títulos lançados só com a marca “Final Fantasy VII”. Vamos contar?
– Before Crisis: Final Fantasy VII;
– Final Fantasy VII Snowboarding;
– Dirge of Cerberus: Final Fantasy VII;
– Crisis Core: Final Fantasy VII;
– Final Fantasy VII G-Bike;
– Final Fantasy VII Remake;
– Final Fantasy VII Remake Intergrade;
– Final Fantasy VII: The First Soldier;
– Crisis Core: Final Fantasy VII Reunion;
– Final Fantasy VII: Ever Crisis;
– Final Fantasy VII Rebirth.
Nessa brincadeira, são 11 títulos do mesmo universo sem contar com o jogo original! Outros universos de Final Fantasy não chegam a esse montante.
O Fabula Nova Crystallis, no qual o Final Fantasy XIII e XV fazem parte, tem 7 jogos, e o Ivalice Alliance, onde o Final Fantasy Tactics e o Final Fantasy XII são os principais títulos, tem seis jogos dentro do mesmo universo.
Só por curiosidade, vamos contar quantos Kingdom Hearts têm? Não irei contar as compilações e nem os Final Mix.
– Kingdom Hearts;
– Chain of Memories | Re: Chain of Memories;
– Kingdom Hearts 2;
– Coded | Re: Coded;
– 358/2 Days;
– Dream Drop Distance;
– X;
– (Unchained / Union) X;
– 2.8 Final Chapter Prologue;
– Kingdom Hearts III;
– Dark Road;
– Melody of Memory;
– Missing-Link.
Nessa brincadeira, Kingdom Hearts tem mais títulos que o Final Fantasy VII. E sabem o que é o pior? Para acompanhar tudo, antes do lançamento das compilações, era necessário ter o PS2, PS3, PSP, Nintendo DS, celular para acompanhar toda a franquia.
Aí vem um produtor do Final Fantasy dizendo que não é possível explorar a marca do Final Fantasy VI? Acredito que não seja possível fazer essa exploração porque, apesar do sexto capítulo ser aclamado pela crítica, o jogador médio de videogame teve pouco ou nenhum contato com o jogo em questão.
Atualmente, todos os jogos 2D de Final Fantasy podem ser adquiridos na versão Pixel Perfect Remaster que foi lançada para Switch, PS4, Steam e iOS, deixando a plataforma Xbox de fora, sabe-se lá por quê.
Mas, ainda assim, mesmo passando por um remaster, ainda acredito que o Final Fantasy VI não conseguiu se tornar popular ao ponto da Square Enix ter vontade de fazer um remake dele.
Ainda assim, o sexto capítulo da franquia é um jogo que merece um tratamento tão bom quanto o que o 7 vem recebendo nos últimos 10 anos.
Na verdade, eu acredito que todos os Final Fantasy, desde os dois primeiros que precisam de fato de um maior polimento na jogatina e uma melhoria na sua história, poderiam receber um tratamento de primeira qualidade.
Jogos como o interessante Final Fantasy IV, onde temos a transformação de um cavaleiro negro para um paladino, o Final Fantasy V, onde temos de impedir o fim de tudo e de todos os elementos, a bela história de amor do Final Fantasy VIII e a volta às aventuras do cristal no Final Fantasy IX precisam deste tratamento.
Claro que tem a questão de como um remake pode custar caro e se faz necessário que se faça um estudo bem trabalhado para entender se haverá demanda e, por conseguinte, lucro na criação destes remakes, como é o caso do Final Fantasy VI.
Só o futuro dirá sobre as próximas decisões da Square Enix, mas que Final Fantasy VI MERECE um remake, ah, ele merece.