Há fatos distintos a serem considerados. Por exemplo, a qualidade do sistema de som do Mega Drive, um tanto inferior se comparado ao do Super Nintendo, é um desses fatos. Além disso, é inegável que o console da SEGA contava com o talento incomparável de Yuzo Koshiro, um dos mais criativos e influentes músicos na história dos videogames, responsável por composições marcantes que enriqueceram significativamente a experiência dos jogadores no Mega Drive.
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Yuzo Koshiro, um japonês nascido na cidade de Hyno na década de 60 e atualmente com um pouco mais de 40 anos, foi um daqueles indivíduos sobre os quais eu não sabia nada até a ascensão do Mega Drive e, especialmente, com a chegada da Wikipedia. No entanto, o que se pode realmente dizer sobre ele além do que já foi amplamente discutido? Mais do que todos já sabem, foi com sua contribuição, juntamente com alguns gênios da Konami e um notável compositor do jogo Alien³, que o Mega Drive alcançou uma qualidade sonora tão excepcional que muitos jogos do Super Nintendo não conseguiram sequer se equiparar.
Quem por aqui não se recorda da icônica abertura de Streets of Rage? Lançado pela SEGA em 1991, esse jogo foi um marco. E o trabalho primoroso de Yuzo Koshiro também se destacou em “The Revenge of Shinobi”. Não quero me autoproclamar um especialista em games e afirmar que já apreciava o trabalho dele em outros consoles, porque essa não foi a minha experiência. No entanto, com a chegada dos emuladores, pude não apenas ouvir, mas sentir a capacidade excepcional de um console quando um produtor talentoso como Koshiro está por trás da criação sonora.
Em suas colaborações com a SEGA, Koshiro trouxe inovação ao utilizar o hardware do Mega Drive de maneira singular. Sua abordagem na criação de trilhas sonoras foi revolucionária para a época. Em Streets of Rage, por exemplo, ele mesclou elementos de música eletrônica e influências da cena club, resultando em uma trilha sonora que não apenas acompanhou o jogo, mas o impulsionou. Cada batida, cada melodia criada por Koshiro não só se fundia perfeitamente com a jogabilidade, mas também contribuía para a imersão do jogador na atmosfera vibrante e cheia de ação do jogo.
Similarmente, em The Revenge of Shinobi, suas composições não apenas complementaram a jogabilidade, mas definiram o tom para as batalhas e a narrativa do jogo. Koshiro demonstrou sua maestria ao extrair sons complexos do hardware limitado do console, mostrando como a criatividade pode superar as limitações técnicas.
Seu legado na SEGA não se restringe apenas a esses títulos, mas esses jogos em particular ilustram brilhantemente como Koshiro foi capaz de elevar a importância da música nos videogames, estabelecendo novos padrões para a indústria.
Entre outros jogos em que este compositor trabalhou estão ActRaiser, no qual realizou um trabalho com pouquíssimas comparações no Super Nintendo, Streets of Rage 2 – onde se superou em relação ao primeiro SoR – e Beyond Oasis, um RPG de ação que refletia seu estilo característico. Para mim, no entanto, um dos jogos onde ele se tornou praticamente insuperável em sua área foi ShenMue.
Por que chamar esse talentoso compositor de um homem à frente de seu tempo? Por um único e simples motivo: muitos dos ritmos e batidas encontrados na trilogia SoR estão presentes hoje em várias músicas de batida forte ouvida nas boates e shows de música eletrônica por aí. Foi naquela época que comecei a apreciar a música dance, e acredito que seja por isso que esse prodígio ainda seja celebrado como um dos grandes compositores de música para jogos!
Suas contribuições transcenderam os jogos e influenciaram diretamente a música contemporânea, um testemunho de sua visão inovadora e habilidade de criar melodias que atravessam gerações, continuando a inspirar tanto os fãs de videogames quanto os entusiastas da música eletrônica.
Quem duvida? E o que vocês acham?