Lembra que há uns 40 anos, lá pelo dia 15 de julho de 1983, a Nintendo soltou no Japão o seu Family Computer, o famoso Famicom? E a versão americana, o NES, chegou causando rebuliço nos EUA lá por 1985, salvando a pátria nos games.
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O Famicom, esse console de 8-bit da Nintendo, teve um monte de acessórios, tipo uns periféricos que a galera no Ocidente nem sabia que existiam, e uma tonelada de jogos – teve de tudo, os bons e os nem tanto.
O NES, a versão gringa, foi um dos consoles mais vendidos na história dos videogames. Ajudou a dar um tapa na indústria americana, que tava meio na lona por causa dos perrengues da Atari. Em 2011, a IGN até nomeou ele como o rei dos consoles, o melhor de todos os tempos.
Olha, tentar explicar o tamanho da importância do Famicom na indústria dos games é tipo tentar desenhar no ar. Cês já viram a quantidade de textos na internet só cheios de elogios pra esse sistema? Não importa se você é fã de Sega, Sony ou Xbox, tem que admitir o impacto que a Nintendo causou, criando um produto que virou sinônimo de videogame, tipo como o Bombril aqui no Brasil virou sinônimo de palha de aço.
No comecinho, o projeto do Famicom era chamado de GameCom, mas a esposa do Masayuki Uemura, o designer do bichinho, foi lá e soltou o nome ‘Famicom’. Ela explicou que no Japão chamavam os PCs de ‘pasokon’, mas não eram nem computadores caseiros nem pessoais. Daí veio a ideia de “computador familiar”.
Enquanto isso, o Hiroshi Yamauchi deu o veredito de que o console tinha que ter um visual vermelho e branco depois de ter espiado um outdoor da DX Antenna, uma firma japonesa de antenas, que usava essas cores.
E olha, o Famicom teve uma influência do ColecoVision, o rival da Coleco na briga com o Atari 2600 nos Estados Unidos. O game mais bombado do ColecoVision era nada menos que uma versão do Donkey Kong da Nintendo. Foi daí que veio a influência.
O chefe do projeto, Takao Sawano, trouxe um ColecoVision pra casa e ficou impressionado com os gráficos suaves, bem diferentes das falhas e lentidões que eram comuns nos jogos do Atari 2600. Uemura disse que o ColecoVision foi tipo o padrão para o Famicom.
Eles queriam se equiparar ao poder do hardware do Donkey Kong dos fliperamas, então levaram uma máquina de arcade do Donkey Kong para a galera da Ricoh analisar. Isso acabou fazendo a Ricoh criar o chip Picture Processing Unit (PPU) pro NES.
E falando na parte de fazer, é bom lembrar que o D-PAD, o tal direcional que os jogadores tanto curtem, foi coisa do controle do Famicom. Virando tipo padrão pra quase todos os consoles que vieram depois do Famicom / NES.
E não é só isso, não! Além de bombar com o D-PAD, o Famicom ainda lançou uns acessórios doidos pros japas, onde alguns ficaram exclusivos por lá.
Acessórios como o Famicom Data Recorder que permitia o dono do acessório salvar e carregar programas criados no Family BASIC! Sim, você podia programar no Famicom.
Outro exclusivo lá do Japão é o Family Computer Disk System, um leitor de disquete proprietário do Famicom.
Famicom Modem, como está dito no nome, era um modem que permitia acessar alguns serviços que a Nintendo disponibilizava para os usuários.
O R.O.B era conhecido como Family Robot no Japão. Era um produto que permitia uma jogatina a dois em alguns títulos compatíveis com o simpatico brinquedo.
Há uma ampla gama de acessórios exclusivos no Japão, porém, detalhar cada um deles demandaria um extenso texto, possivelmente ocupando cerca de dez páginas, o que seria excessivo para esta análise. Portanto, vamos aos jogos.
Nesse aspecto, o Famicom apresenta uma notável diversidade. Destacam-se os clássicos inquestionáveis, como Super Mario Bros. 1, 2 e 3, a série Mega Man, DuckTales 1 e 2, além da saga Ninja Gaiden e os quatro jogos da franquia Teenage Mutant Ninja Turtles, entre outros.
Também se encontram títulos que merecem ser explorados, especialmente por aqueles que não tiveram muita experiência com o NES, e há uma série de jogos que evidenciam o desapontamento devido à sua qualidade questionável. Entre os títulos iniciais, destacam-se:
The Legend of Zelda (Famicom – Japão: 1986)
Gradius (Famicom – Japão: 1986)
Ghosts ‘n Goblins (Famicom – Japão: 1986)
Balloon Fight (Famicom – Japão: 1986)
Kid Icarus (Famicom – Japão: 1986)
Castlevania (Famicom – Japão: 1986)
Yie Ar Kung-Fu (Famicom – Japão: 1986)
1942 (NES – EUA: 1986)
Arkanoid (NES – EUA: 1987)
Bomberman (NES – EUA: 1987)
Elevator Action (NES – EUA: 1987)
Kid Icarus (NES – EUA: 1987)
Metroid (NES – EUA: 1987)
Clash at Demonhead (NES – EUA: 1989)
Double Dragon (NES – EUA: 1988)
Dragon Warrior (NES – EUA: 1989)
Excitebike (NES – EUA: 1985)
The Flintstones: The Rescue of Dino & Hoppy (NES – EUA: 1991)
G.I. Joe: The Atlantis Factor (NES – EUA: 1992)
Gauntlet (NES – EUA: 1987)
The Jetsons: Cogswell’s Caper! (NES – EUA: 1992)
Life Force (NES – EUA: 1988)
Little Nemo: The Dream Master (NES – EUA: 1990)
Metal Gear (NES – EUA: 1988)
Monster in My Pocket (NES – EUA: 1992)
NARC (NES – EUA: 1990)
Operation Wolf (NES – EUA: 1989)
Paperboy (NES – EUA: 1988)
R.C. Pro-Am (NES – EUA: 1988)
Rad Racer (NES – EUA: 1987)
River City Ransom (NES – EUA: 1989)
Road Fighter (NES – EUA: 1992)
RoadBlasters (NES – EUA: 1990)
S.C.A.T.: Special Cybernetic Attack Team (NES – EUA: 1990)
Skate or Die! (NES – EUA: 1988)
StarTropics (NES – EUA: 1990)
Super C (Contra) (NES – EUA: 1988)
Twin Cobra (NES – EUA: 1991)
Yo! Noid (NES – EUA: 1990)
E agora alguns jogos considerados ruins.
Dr. Jekyll and Mr. Hyde (NES – EUA: 1989)
Friday the 13th (NES – EUA: 1989)
Fester’s Quest (NES – EUA: 1989)
Hydlide (NES – Japão: 1986)
Jaws (NES – EUA: 1987)
Karate Champ (NES – EUA: 1986)
Pac-Man (Tengen) (NES – EUA: 1990)
Top Gun (NES – EUA: 1987)
Back to the Future (NES – EUA: 1989)
Rollerblade Racer (NES – EUA: 1993)
Superman (NES – EUA: 1988)
Town & Country Surf Designs: Wood & Water Rage (NES – EUA: 1988)
Wally Bear and the NO! Gang (NES – EUA: 1992)
E esses jogos são apenas uma pequena amostra do vasto catálogo que o Famicom oferece, mostrando-se como um sistema que merece ser explorado de maneira abrangente.
Em resumo, é isso. O Famicom deixou sua marca na história, especialmente através de sua versão americana, o NES. Não é segredo que isso gerou desafios para outras empresas, como a SEGA, que lançou o SG-1000 exatamente no mesmo dia que o Famicom.
Quando a mãe do Sonic, ou seja, a SEGA, lançou o Master System, já era um pouco tarde, pois a Nintendo praticamente dominava o mercado de jogos eletrônicos nos EUA, Europa e, principalmente, no Japão.
Quarenta anos de Famicom, um console essencial para aqueles que valorizam os jogos eletrônicos e sua história.