No dia 27 de novembro de 1998, o Sega Dreamcast foi lançado no Japão. Este console era aguardado com grande expectativa pelos fãs da SEGA e por entusiastas de videogames na terra do sol nascente.
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A SEGA depositava enorme interesse no lançamento desse console, uma vez que, após os problemas enfrentados ao lançar o Sega 32X simultaneamente ao Sega Saturn e perder o apoio de várias empresas para o Sony PlayStation, o Dreamcast representava uma chance de redenção para a empresa responsável pelo Sonic após o caos auto infligido.
Vendas arrebatadoras
No dia anterior ao lançamento, longas filas se formaram em diversas lojas que estavam prestes a vender o console de 128 bits. Quando as portas finalmente se abriram, a ansiedade dominava aqueles que haviam esperado por horas a fio.
E qual foi a consequência disso? Mais de 225.000 unidades foram vendidas apenas no primeiro dia, tornando-se o console mais vendido no Japão até então. No seu primeiro mês, as vendas ultrapassaram aproximadamente 450.000 unidades.
É claro que o console poderia ter vendido ainda mais, porém havia uma enorme expectativa em torno do anúncio do PlayStation 2, o sucessor do PSX, que prometia rivalizar diretamente com o Dreamcast.
Além do seu tempo
O Sega Dreamcast foi amplamente considerado por muitas publicações e sites especializados como um dos melhores consoles já feitos de todos os tempos. Alguns trechos retirados da Wikipedia destacam:
Em dezembro de 1999, a Next Generation classificou o Dreamcast com quatro de cinco estrelas, escrevendo: ‘Se você quer o sistema mais poderoso disponível agora, mostrando os melhores gráficos a um preço razoável, este sistema é para você.’ No entanto, a Next Generation deu uma previsão futura de três de cinco, observando que a Sony e a Nintendo estavam programadas para lançar consoles mais poderosos.
No início de 2000, cinco revisores da Electronic Gaming Monthly deram notas de 8,5, 8,5, 8,5, 8,0 e 9,0 de 10 para o Dreamcast. Em 2001, os revisores da Electronic Gaming Monthly deram notas de 9,0, 9,0, 9,0, 9,0 e 9,5 de 10. A BusinessWeek nomeou o Dreamcast como um dos melhores produtos de 1999.
Em 2009, a IGN nomeou o Dreamcast como o oitavo maior console de videogame, elogiando seu software e inovações, incluindo seu modo de jogo online. Em 2010, Jeffrey L. Wilson da PC Magazine nomeou o Dreamcast como o melhor console e afirmou que ele foi ‘embora cedo demais’.
Em 2013, a Edge nomeou o Dreamcast como o décimo melhor console dos últimos 20 anos, destacando inovações como o bate-papo por voz nos jogos, conteúdo para download e tecnologia de segunda tela através do uso dos VMUs. A Edge escreveu que ‘o console da Sega estava, sem dúvida, à frente de seu tempo e sofreu no varejo por essa razão… mas sua influência ainda pode ser sentida hoje’.
Dan Whitehead da Eurogamer comparou o Dreamcast a ‘um pequeno e quadrado JFK de plástico branco. Uma força progressiva em alguns aspectos, talvez equivocada em outros, mas ainda assim uma vida promissora interrompida tragicamente por forças sombrias e misteriosas, gerando teorias complexas de conspiração que persistem até hoje.’
Ele escreveu que sua curta duração ‘pode ter selado sua reputação como um dos maiores consoles de todos os tempos’, já que ‘nada constrói um culto como um fim trágico’. De acordo com Travis Fahs da IGN, ‘Muitos fabricantes de hardware vieram e foram embora, mas é improvável que algum saia com metade da classe da Sega’
Ainda temos sites como o Gamerant, que postou cinco razões no qual ele foi o melhor console de sua geração, assim como cinco que ele é muito superestimado. Outro site, chamado Nick Blog, escreve suas razões do porque o Dreamcast é o melhor console de todos os tempos. O Internet Chronicle também cita suas razões, assim como o Level Skip, no caso dizendo que ele AINDA É o melhor console de todos os tempos. E teve até discussão no fórum Neogaf sobre essa questão.
Para mim, o Sega Dreamcast é um dos melhores consoles já criados pela SEGA, sem sombra de dúvida. Fico indeciso entre ele e o Mega Drive, e ao compará-los com outros videogames de outras empresas, ambos se destacam, brigando pelo top 5 ao lado do PS2, Super Nintendo e Xbox 360.
Mais um pouco do além do seu tempo
Até o lançamento do Sega Dreamcast, a possibilidade de jogar online em consoles só era viável por meio do XBⱯND, um serviço online criado pela Catapult que permitia ao Sega Genesis (ou Mega Drive), ao Super Nintendo e ao Sega Saturn se conectarem via modem para jogar com outras pessoas.
Então surgiu o Dreamcast, que já vinha com um modem embutido e utilizava o SEGAnet, o serviço online da SEGA, possibilitando que os jogadores participassem de partidas online. Com isso, o console de 128 bits da SEGA se tornou o primeiro a oferecer suporte nativo a jogos online.
Outro destaque foi o seu “memory card” que possuía uma tela LCD. Essa tela era utilizada em alguns jogos para diversos fins e também permitia que alguns títulos, além de serem salvos no dispositivo, tivessem minijogos! Seis meses depois, a Sony lançaria o PocketStation, que possuía funções similares ao VMU.
Existem vários outros acessórios que poderíamos abordar, mas vou me deter apenas nesses dois, pois, na minha opinião, foram os que se destacaram mais.
Ludum habemus? Mas é claro!
Foram lançados 620 jogos para o Dreamcast. Os três primeiros jogos foram Virtua Fighter 3tb, Pen Pen TriIcelon e Godzilla Generations, lançados inicialmente, enquanto o último título foi Puyo Puyo Fever, lançado em 24 de fevereiro de 2004.
O console recebeu um grande apoio de desenvolvedoras como Capcom, Acclaim, Arc System Works, CRI, Falcon, FOG Inc., Fortyfive, Hudson Soft, Hunex, KID, Koei, Konami, Microcabin, Midway Games, NEC Interchannel, PrincessSoft, Takuyo, Treyarch, Ubisoft e Yuki Enterprises. Além disso, publicadoras como Acclaim, Activision, Atmark, Capcom, Eidos Interactive, Virgin Interactive Entertainment, Crave Entertainment, Datam Polystar, Eidos Interactive, Infogrames, Koei, Konami, Midway Home Entertainment, NEC Interchannel, a própria SEGA e a Ubisoft contribuíram significativamente para enriquecer a biblioteca do sistema.
Podemos dar destaque a jogos como:
- Headhunter;
- Seaman;
- Quake 3 Arena;
- Chuchu Rocket!;
- Samba de Amigo;
- Dead or Alive 2;
- Sonic Adventure;
- Power Stone 2;
- Resident Evil – Code: Veronica;
- Metropolis Street Racer;
- Street Fighter 3: 3rd Strike;
- Skies of Arcadia;
- Ikaruga;
- Rez;
- Jet Set Radio;
- Phantasy Star Online;
- Virtua Tennis;
- Marvel vs Capcom 2: New Age of Heroes;
- Crazy Taxi;
- Shenmue;
- Soulcalibur.
É desafiador escolher apenas alguns títulos entre tantos jogos excelentes disponíveis, mas fica a dica: se não conhece o sistema, experimente os mencionados acima. Dê uma chance a eles e teste depois, será uma boa forma de conhecer o que o sistema oferece.
De quatro é ótimo
Uma das decisões acertadas da SEGA foi incluir quatro entradas para controles, semelhante ao que foi feito com o Nintendo 64. Isso eliminou a necessidade de um multitap para permitir partidas locais com mais jogadores.
Essa escolha foi especialmente benéfica para jogos de esportes, facilitando a experiência dos jogadores sem exigir gastos adicionais.
Porém, quando falamos sobre o controle, aí está um ponto controverso, não é mesmo? Enquanto alguns apreciaram o design, uma grande maioria não foi tão receptiva. A SEGA poderia ter optado por seguir o projeto do icônico controle de 6 botões do Mega Drive, mantendo seis botões de ação na frente. No entanto, ela optou por uma abordagem semelhante à do PSX, porém de maneira diferente.
Em vez de incluir dois botões extras nos ombros, o controle do Dreamcast apresentava apenas um botão L e um botão R, removendo os botões Z e C que estavam no controle 3D do Saturn, que serviu como base para o do Dreamcast. Essa decisão não foi muito bem recebida pelos fãs e não parece ter sido a mais acertada.
E os finalmente
Apesar de o Dreamcast ser um console com uma arquitetura extremamente robusta, o seu projeto teve origens distintas. A equipe japonesa da SEGA desenvolveu a arquitetura do console, conhecida como projeto Dural, enquanto a SEGA da América trabalhava em um arcabouço tecnológico de ponta, chamado de Blackbelt.
Essa escolha pelo projeto japonês foi um dos motivos que levaram a Electronic Arts a ficar cautelosa em relação à SEGA. Outra razão foi o desejo da EA de obter exclusividade na produção de jogos de esportes para os consoles de 128 bits da SEGA. No entanto, a empresa japonesa não concordou com essa exclusividade.
O projeto Blackbelt, que representava o avanço tecnológico da SEGA da América, não foi adotado como a base para o Dreamcast, o que gerou divergências e incertezas no relacionamento da SEGA com algumas desenvolvedoras, como a Electronic Arts, influenciando, assim, o suporte de determinadas empresas ao console.
Além dessas duas questões, havia dúvidas em todo o mundo quanto à veracidade da informação de que o console era de fato um sistema de 128 bits. Na realidade, na geração do Dreamcast, a ênfase e a comparação entre os consoles com base na capacidade em bits foram deixadas de lado.
Mas o que levou a SEGA a sair do ramo dos consoles não foi nem o Sony PlayStation 2, tampouco a chegada do Gamecube e do Xbox, mas sim o próprio Dreamcast. Ao invés de alcançar um lucro esperado, nos seis meses que se encerraram em setembro de 2000, a Sega registrou uma perda de ¥17,98 bilhões ($163,11 milhões), com uma previsão de perda anual de ¥23,6 bilhões. Essa estimativa mais que dobrou para ¥58,3 bilhões e, em março de 2001, a Sega registrou um prejuízo líquido consolidado de ¥51,7 bilhões ($417,5 milhões).
Mas o que levou a SEGA a sair do ramo dos consoles não foram nem o Sony PlayStation 2, tampouco a chegada do Gamecube e do Xbox, mas sim o próprio Dreamcast. Ao invés de alcançar o lucro esperado, nos seis meses que se encerraram em setembro de 2000, a Sega registrou uma perda de ¥17,98 bilhões ($163,11 milhões), com uma previsão de perda anual de ¥23,6 bilhões. Essa estimativa mais que dobrou para ¥58,3 bilhões e, em março de 2001, a Sega registrou um prejuízo líquido consolidado de ¥51,7 bilhões ($417,5 milhões).
Esses números representaram um duro golpe para a empresa, afetando significativamente suas finanças. O Dreamcast, apesar de ser um console inovador e bem recebido pela crítica, enfrentou dificuldades em competir no mercado, especialmente após a concorrência intensa de outros consoles. Os custos de produção, a queda nas vendas e o impacto financeiro das estratégias comerciais malsucedidas contribuíram para a decisão da SEGA de sair do mercado de consoles.
E para você, qual é a sua opinião sobre este último console da SEGA?
Fonte: Wikipedia