O dia 23 de novembro marca o lançamento de um console histórico para a lendária Atari. Há exatos 30 anos, a companhia iniciou as vendas do Jaguar, que marcou um ponto de virada para a companhia: esse foi o seu último grande projeto no mercado de consoles.
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O Jaguar é um console da quinta geração, competindo diretamente com o Super Nintendo, o Mega Drive e projetos menos conhecidos, como o 3DO.
O salto arriscado do Jaguar
O Jaguar era uma aposta ousada e definitiva da empresa. No começo da década de 1990, a Atari abandonou a sua divisão de computadores e vinha de um projeto descartado depois de anos sendo desenvolvimento internamente, o Panther.
O design do console ficou marcado pelo controle: um acessório de grandes proporções e com um teclado numérico. Um periférico para rodar jogos em CD-ROM foi lançado, mas teve pouco mais de 10 títulos compatíveis.
Um dos pontos mais lembrados do seu lançamento foi a campanha de marketing, que fazia uma operação matemática bastante controversa. Nos textos publicitários, a Atari alegava que aquele era “o primeiro e único sistema verdadeiramente 64 bits do mundo”.
Na realidade, entretanto, ele tinha dois processadores customizados de 32 bits operando simultaneamente — e a soma dos dois não fazia o aparelho ter o dobro de desempenho dos rivais.
A biblioteca de games do Jaguar também não foi muito variada, em especial por uma arquitetura de desenvolvimento de títulos mais complexa que concorrentes.
Tempest 2000, Alien vs Predator, o primeiro Rayman e versões de Doom e Wolfenstein foram alguns dos destaques, mas empresas como a Capcom decidiram não lançar títulos para o console.
Lançamento e fim da vida
Em novembro de 1993, o Jaguar chegava às lojas de algumas cidades dos Estados Unidos por US$ 249,99. Em pouco mais de um ano, foram comercializadas apenas 100 mil unidades — um número bem abaixo da expectativa da marca.
A “conta” dos processadores pegou mal e o Jaguar não conseguiu emplacar mesmo com cortes de preço. Em 95, para piorar a situação, o lançamento de consoles como o Sega Saturno e o primeiro PlayStation roubaram o pouco de atenção que o sistema ainda tinha.
O Jaguar foi oficialmente descontinuado em 1996 e marcou o abandono do mercado de consoles pela Atari. A empresa entrou em uma nova crise e começou no período um longo processo de troca de donos e licenciamento de marca até chegar nas mãos da Hasbro dois anos depois.
Nos últimos anos, agora com a marca sendo independente e renascendo a partir do que sobrou da francesa Infogrames, a Atari até voltou a lançar consoles. Mas eles são versões retrô, portáteis ou modernizadas de modelos antigos, como o Atari 2600 — sendo o Jaguar a última grande tentativa da fabricante para bater de frente com outras gigantes desse segmento.
Fonte e texto original: Adrenaline