O quão deliciosas podem ser as capas das fitas? As japonesas com o seu estilo singular sempre chamavam muita atenção onde quer que estivessem, eram uma contrapartida das, muitas vezes, capas mais tosquinhas das versões americanas de qualquer console.
Ainda assim, sejam as capas americanas, europeias ou japonesas, quando estas encontravam-se com nossos olhos, um turbilhão de pensamentos e sentimentos vinham em nossa mente.
Éramos – será que ainda somos? – jogadores sequiosos. E quando víamos nos pequenos quadrados algumas imagens da gameplay – que eram expandidas em nossas revistas de videogame – ficávamos imaginando como era um jogo num todo.
Por mais, por menos, jogávamos cada título desconhecido em nossas mentes e em nossos corações e quando alugávamos – ou comprávamos -, era uma explosão mental quando a jogatina entrava em consonante com a nossa imaginação anterior ou quando entrava em confronto, não murchávamos e, sem maiores papas na língua, jogaríamos aquele título completamente novo, deslumbre e desconhecido que estava ao alcance de nossos dedos.
E a experiência de cada um que tornava toda a questão das artes da capas, e a composição por toda ela, que a deixa bem mais interessante, pois é através delas que as empresas tinham a primeira, e maior chance, de chamar a atenção de um possível consumidor daquele jogo.
As capas deveriam ser chamativas, mas não deveriam ser exageradas ao ponto que não fosse possível entender o que a mesma queria transmitir. Acredito que tem capas que, literalmente, você fica pensando: certo, do que se trata isso? E aí se perde uma grande chance de venda daquele jogo que, possivelmente, seria fantástico!
Somos seres extremamente visuais e quando percebemos imagens que não nos agrada, ou quando são esteticamente sem noção, acabamos deixando de lado aquele produto, pois, acreditamos, que ali reside uma baixa qualidade, por isso muitos torcem o nariz com as capas americanas do NES e de alguns de seus jogos clássicos e isso não é culpa nossa.
Teve uma pergunta no Quora que dá uma visão um pouco melhor acerca destas mudanças e de como existem estas diferenças de lá para cá, isto é, no Japão e para cá no ocidente, além de um artigo no OCweekly. Dois locais que vale a pena a leitura, mas não tira a fantasia de nossas adoradas capas de jogos de videogame.
As capas faziam isso, deixavam a nossa imaginação seguir solta, tresloucada e sem freios. As revistas nos ajudavam a ter um foco donde a nossa imaginação era aparada e, com a nossa experiência com outros jogos, acabávamos tendo a nossa visão deste ou daquele jogo.
E é isso. Lembrar dessas capas, revisitar elas, e, se possível, tiver elas fisicamente, é algo incomensurável, mas, nos dias de hoje, até caixa reprô tão cobrando 1000 reais, devo ficar, infelizmente, com as minhas capas digitalizadas mesmo!
Que coisa maravilhosa, estas capas das fitas de videogame!