O site da Comunidade Mega Drive surgiu em meados de outubro de 2010 para servir de continuísmo com tudo aquilo que fora criado no Orkut e foi algo bom. Tivemos um tempo que o nosso site foi saqueado por um terceiro e ficou com o nosso domínio .com.br por quase 2 anos, nos obrigando a ficar com o domínio .com e ter de recriar do zero o site. E, aí, comecei a me perguntar se valia a pena.
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Mas conseguimos o domínio de volta, o infeliz desgarrou do domínio e o tomamos de volta. E durante um bom tempo ficamos de boa, criando textos de qualidade e se divertindo em ser youtuber no YouTube quando o negócio era mais fácil de ter visibilidade.
Chegamos a ter mais de 100, 120 pessoas assistindo o MegaCast. Nossos views batiam, fácil, 1000 views e éramos – e ainda somos – um canal pequeno. Alguma mudança no algoritmo do YouTube fez a gente perder visibilidade e isso até parecia uma espécie de sabotagem, e, novamente, fiquei me perguntando, será se valia a pena.
Ainda assim persistimos, porque, por conta do site, da fanpage e do canal, conseguimos acesso de jornalista para a BGS e fizemos o nosso possível para cobrir o evento e isso foi bom. Conhecemos a estrutura da BGS, visitamos velhos amigos, tivemos bons contatos com a Rosa Arrais, com o Marcelo Tavares e muitas outras empresas e, até ali, valia a pena.
Foi então que alguém que não gosta da Comunidade Mega Drive, não sei porque, fez questão de invadir o site e apagar todo o conteúdo. Fiquei sem entender, porque, a CMD não zoa apenas com o Super Nintendo, mas também com todos os consoles que devem ser zoados, como o próprio Mega Drive. Essa coisa de fanboylismo não é com a gente.
Senti uma tristeza profunda na época, pois foram anos de trabalho, não tão somente meu, mas, também, de outros membros e amigos da Comunidade Mega Drive, jogados no lixo e, mais uma vez, me perguntei se valia a pena.
Neste mesma época, da primeira invasão para com o nosso site, o YouTube jogou o nosso canal a escanteio, o Facebook começou a mudar demais os algoritmos e o site começou a perder relevância justamente por conta da invasão. Estava profundamente chateado e triste, porque o que eu faço aqui – e os outros membros, acredito eu – não é um ganha pão, mas sim um hobby, algo para se passar o tempo, sem mais, nem menos, mas, ainda assim, temos o nosso punhado de pessoas que não gostam de nosso trabalho.
Eu, particularmente, não vou num canal ou num site alheio para denegrir as pessoas por detrás, porque eu sei que, apesar de tudo, cada um se dedica a sua maneira em criar um conteúdo. Mas percebo que a Comunidade Mega Drive perde relevância não por ter conhecimento, as vezes maior que muito canal grande por aí, mas sim por não seguir métricas e guias de Facebook, Twitter, Instagram ou YouTube.
Quando fazemos vídeos, sejam gravados, sejam de lives, não temos em nossas webcams pessoas que estão com uma prateleira cheia de jogos ou consoles ou, por vezes, sequer usamos webcam e, particularmente, para mim, ter uma estante cheia de jogos ou consoles não diz nada sobre a minha pessoa e posso dizer que sou mais jogador que muitos outros que tem aí 100, 200, 300, 1000 jogos físicos, mas nunca os jogou. E me pergunto, será se vale a pena?
Criar conteúdo, para mim, em sua essência não é bater foto da sua interminável coleção, ou dizer que eu tenho o item mais raro feito por um engenheiro acriano que roda todos os jogos de todas as gerações, ou que eu tenho 1000000000000000000000 de pontos na Gold ou na Plus. O que são todas estas coisas do que, sejam virtuais, sejam reais, uma forma de pegar o pau e colocar na mesa para se amostrar? Desde quando isto virou o peso e a medida em ouro se comparado com a experiência e o conhecimento?
Claro que, aqui, não estou querendo dizer que isto não é válido, que não tem mérito, pelo contrário. Eu não sei a história de cada um, e, por isso, seria presunçoso de minha parte cravar que estes acúmulos, ou não, é só uma forma de se amostrar, o que pode ser muito bem o contrário.
Temos os nossos minguados, mas resolutos, companheiros que nos assistem no MegaCast, MegaPlay, MegaDetonado e Megavlog, sei quem é cada um de vocês e eu fico grato, muitas vezes, por tê-los ali do nosso lado, acompanhando nossas opinião sobre os mais diversos temas. E, de nenhuma forma, estou insatisfeito com isso, prefiro os 20 ou 30 gatos pingados que nos conhecem, a 1000 que nos desconhecem.
As vezes fico bem chateado, até mesmo triste, porque essa minha paixão por escrever, por criar conteúdo, por fazer um vídeo, parece que é tudo em vão, principalmente pelo fato que eu sei que o Retrogaming é algo de nicho e já tem canais maiores que obscurecem os menores e ditam “regras” da moda. E eu não deveria estar aqui se lamuriando por essa bobagem de ser Digital Influencer.
Não é isso, de fato, pelo contrário, quanto mais canais, melhor, na minha opinião. É que, por vezes, por mais que a gente se dedique – não estou colocando apenas eu, neste caso -, parece que a coisa não se paga. E não, não estou falando de dinheiro, mas sim reconhecimento e, aí, me pergunto se vale a pena.
Eu sei que a Comunidade Mega Drive é lembrada pelos seus anos de ouro e de como ela foi essencial na formação de vários outros grupos por aí, assim como formar vários laços de amizade e espero – assim – que isso continue por muitos anos mais. Só que… por vezes, quando estamos em live, o chat parece ser um antro de crianças-homens que não sabem respeitar a opinião alheia e isso me deixa triste, pois esse ponto de extremos é que me causa mais angústia e decepção para com aqueles que eu conheço de outrora, sejam amigos ou conhecidos desse meio.
Gostaria de poder fazer mais, faço o meu pessoal com este nosso canal, com o site, com a fanpage, mas tem vezes que fico nesse breu, sem forças para continuar a criar conteúdo, por isso que, por quanto, desisti do meu site e do meu canal, não me sinto motivado o suficiente para isso e outras tantas coisas.
Seria a paixão pelos jogos eletrônicos finalmente se apagando? Será que, finalmente, perdi o gosto pela minha maior paixão, já que não leio mais quadrinhos, não sinto mais nada por filmes e seriados e tudo está ficando bem mais cinza – não por conta da pandemia, diga-se de passagem, mas, sim, dessas panelas que tornam as coisas menos e menos desejosas.
Talvez possa ser isso, talvez seja porque, por tudo que já me passou na vida – e parece até papo de velho -, antes o que eu via como uma válvula de escape, agora se tornou um terreno árido onde muitas pessoas usam este lugar não para compartilhar informação, sabedoria e jogatina, mas só para mostrar que tem o melhor, sabe o que é o melhor para você e te obriga a ser o melhor daquele lugar.
Ou, talvez, tudo isto seja da minha cabeça e eu esteja apenas passando, novamente, por uma fase de tristeza, um momento no qual fico imaginando, analisando e suspirando triste, com o coração partido, onde, no qual, começo a me perguntar novamente se o que eu estou fazendo aqui muda alguma coisa. Se vale a pena.