Eu poderia, neste texto aqui, usar a imagem da BGS e/ou do Cosplayer em questão para chamar mais atenção, mas não o farei porque não é este tipo de clique que pretendo para o site e o canal.
Nós sabemos do evento do suposto espancamento de Michael Giordano Martins Pinheiros, de 34 anos que ocorreu nas dependências da Expo Center North por conta de seguranças de uma empresa terceirizada contratada pela Brasil Game Show, o maior evento gamer da América Latina.
Ele havia decidido sair da Brasil Game Show para retocar a maquiagem, como o mesmo reporta num vídeo, e se certificou que poderia voltar para o evento com o uso do seu ingresso que era um QR Code e, a partir daí tudo desandou.
De acordo com o R7:
No retorno à BGS, o cosplayer do Coringa passou novamente pela revista no Portão C, porém seu QR Code não permitiu o acesso ao evento, pois já tinha sido utilizado. Na tentativa de auxiliá-lo, uma funcionária chamou um organizador para relatar o ocorrido.
Durante a confusão, dois homens, sem identificação e sem uniforme de seguranças, se aproximaram e falaram que Pinheiros não iria entrar na feira. Logo em seguida, segundo o cosplayer, lhe deram um mata leão e o arrastaram até uma sala, usada como vestiário pelos agentes.
Segundo a vítima, o corredor que levava ao vestiário tinha cerca de seis metros de extensão e parecia um “corredor polonês”, pois durante todo o caminho foi agredido. Na sala, Pinheiros afirma ter sido torturado durante 40 minutos.
Os seguranças utilizaram vários métodos de tortura, segundo o denunciante: desferiram socos e chutes, queimaram cigarros em sua pele, jogaram bebida e ameaçaram de estupro a vítima. As agressões só foram interrompidas quando um terceiro segurança apareceu na sala.
A vítima contou que teve perfuração no pulmão, uma costela quebrada e nove trincadas. Além disso, foi liberado e escoltado até o seu carro pelos seguranças, apenas quando conseguiu ficar em pé.
A grande possível brutalidade provida por parte dos seguranças ou das pessoas que não foram possíveis de serem identificadas por parte da vítima em questão é algo completamente desumano e fere as leis brasileiras de uma forma ímpar.
De acordo com a Lei nº 9.455, de 7 de Abril de 1997, que define os crimes de tortura e afins, segue:
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I – constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena – reclusão, de dois a oito anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
O problema que torna a questão deveras complicada, seja para o lado do cosplayer, seja para o lado da BGS é que a palavra em questão é apenas dita.
Falar X, Y ou Z sobre qualquer pessoa ou empresa e processar a mesma é relativamente simples num país que está extremamente dividido social e politicamente. Desta forma, as pessoas querem que a justiça seja plena e rápida, coisa que neste caso não é possível.
Apesar de, num primeiro momento, muitos se compadecem com a situação que o cosplayer apresenta – assim como ele está de forma enferma -, não se pode dizer que a culpa é totalmente da BGS ou da empresa de segurança sem antes averiguar os fatos, se faz necessário uma investigação por parte da polícia civil para que tudo seja passado a panos limpos.
Se houve o espancamento, a tortura e afins, vídeos e testemunhas deverão ser providenciados para que, assim, a justiça comum possa analisar todas as provas e dar as vias dos fatos, não podemos, como cidadãos, requerer uma condenação sem provas, senão, este pedido pode virar contra nós mesmos, quando, numa eventualidade, nós mesmos poderemos ser vítimas de acusações injustificadas, não nos esqueçamos do caso Neymar, recente, que aconteceu aqui no Brasil e repercutiu mundo afora.
Claro que não estou dizendo que a Brasil Game Show e a empresa de segurança não são culpadas sobre a questão, pelo contrário, o que eu peço é por uma justiça digna e complacente. Se as provas foram irremediavelmente contra a BGS que o evento e a empresa de segurança paguem os devidos para com o cosplayer e, assim, a justiça seja feita, senão, o contrário também é válido.
Espero que tudo saía dentro dos conformes e caso confirmado o espancamento por parte da empresa de segurança, que seja divulgada o nome da mesma e os que assim o fizeram sejam condenados com todo o rigor da Lei, fazendo com que a justiça prevaleça acima de tudo.
Vídeo sobre a questão em nosso canal: