Uma das coisas boas deste meio gamer é que temos uma verdadeira torre de babel no que tange a quantidade de consoles disponíveis para nos deliciarmos. Eu poderia ter escolhido quaisquer sistemas para escrever sobre, virar fã e um evangelizador, mas vim a escolher o Mega Drive.
Não que ele seja o melhor console de sua geração, NeoGeo e o Super Nintendo que o digam, nem que ele tenha a maior biblioteca, estou na dúvida se é o PlayStation 1 ou o PlayStation 2 que tem a maior – depois procurarei no Wikipedia, e tão pouco o mais impactante para a indústria gamer, Atari 2600 e o NES figuram nesta área na minha opinião, mas o Mega Drive, ou Sega Genesis, fez algo que poucos consoles fizeram ao longo de sua vida, fazer o consumidor olhar o outro lado da rua.
A Nintendo vinha de um sucesso mercadológico fora do comum com o seu NES nos EUA e empresas como a SEGA minguavam com os seus consoles que não conseguiam bater de frente com a mãe do Mario, isto tudo mudou em 1988, quando do lançamento do Mega Drive ou, mais precisamente, quando o mesmo foi lançado como Sega Genesis no EUA.
A forma de como a SEGA lidou com o seu console de 16-bits no mercado americano, europeu e, até mesmo brasileiro com a ajuda da Tectoy, mostrou de como havia espaço para um outro console e este mesmo ficar de pé de igualdade até mesmo com um console lançado alguns anos depois.
Por conta desta forma de introduzir o console – digamos de um jeito bem agressivo -, o Mega Drive surgiu em minha vida. Bombardeado diretamente pela Tectoy com as mais diversas propagandas nas revistas de videogame – saudosas Videogame, Ação Games e SuperGame -, assim como o programa do Gugu sobre videogame que acontecia aos domingos, Play Game, não havia como não notar este console que me bombardeava com as mais diversas cores e um nível de velocidade fora do comum.
Mas foi quando eu vi um ao vivo que acabei por me apaixonar completamente por um Mega Drive. Meu primo havia vendido o Phantom System dele – na mesma época em que eu ganhei o Top Game VG 9000 – e acabara por comprar um Mega Drive japonês.
Ao ver aquele 16-bit dourado “gigante” na carcaça do console, os olhos ficaram arregalados. Ele tinha dois jogos, Altered Beast e, nada mais, nada menos que o Bare Knuckle, o nosso saudoso Streets of Rage. Quando ele ligou o videogame, a bios se iniciou, a palavra SEGA se formou no fundo preto e a Cidade apareceu com a trilha sonora de Yuzo Koshiro, fiquei completamente fissurado.
Quando peguei no controle do Mega Drive, achei estranho por se parecer demais com o controle do Phantom System, mas como já era acostumado, o formato não me estranhou. Escolhi o Adam e já no início da fase apertei o A e fui chamado de mongol pelo meu primo, mas a diversão ainda perduraria até a última fase.
Se eu comecei a minha carreira gamer com o Atari 2600 com 200 jogos do Paraguai, me formando com o Phantom System / Top Game VG 9000, foi com o Mega Drive que começou a minha paixão pelos jogos eletrônicos e o quão sem número de jogos disponíveis nas locadoras, sejam eles oficiais ou não.
O Super Nintendo, que apareceu em minha vida quando a Ação Games fez um especial sobre a Nintendo e na última página falava que a empresa iria lançar um Super Famicom e eu era louco para ter um por conta do seu controle de botão colorido, veio a colocar uma paixão fora do comum para com os RPG’s eletrônicos – mesmo que RPG não existe nos videogames – e anos depois vim a jogar muitos deles via emulação com inglês arrastado que eu tinha.
Tiveram vários outros consoles que eu havia jogado com o passar do tempo, Game Boy, Game Gear, Sega Saturn, Dreamcast, NeoGeo, Nintendo 64, PlayStation, 3DO, Atari Jaguar, PlayStation 2, GameCube. XBoX Clássico e os das gerações passadas, assim um bom número de jogos destes sistemas, mas sempre que possível lá estava eu, jogando Mega Drive nas locadoras, ou em casa mesmo, ou na casa de amigos ou via emulação, pois o console me representava e ainda me representa.
O Orkut permitiu transmitir a minha paixão para com o console quando do surgimento da Comunidade Mega Drive na rede social e expandir a mesma além do Orkut, indo parar no MSN Messenger e mais além quando do lançamento do site da CMD e o Facebook.
A minha história com o console de 16-bit da SEGA começou ali, em 1991 e, até o presente momento, não tem um ponto para acabar, pelo contrário, acredito que a Comunidade Mega Drive, como um todo, deve perdurar por um bom tempo, seja em forma de site, seja em forma de fanpage, seja em forma de canal, para tentar transmitir informações, paixões e um prazer incomensurável em jogar videogame.
O Mega Drive é o console que une a Comunidade Mega Drive, mas não é o único videogame que jogamos. Ele representa uma geração inteira de gamers, mas não excluí nenhuma outra tribo. Somos Segamaníacos, não seguistas, amamos videogames e adoramos competição, com um pouco de zoeira ao redor.
Que venham os Nintendistas, Sonystas e Caixistas falar mal da SEGA e de seus consoles, defenderemos com unhas e dentes, sempre mostrando os dois lados, mas também não deixando de jogar Super Nintendo, PlayStation ou XBoX só por causa de marca, assim como os fãs destas mesmas empresas que jogam videogame por paixão.
O nosso estimado console, assim como todos os outros da SEGA, está aí, vivo e forte, seja na forma física ou seja na forma virtual para quem quiser experimentar e é importante colocar um pouco de perspectiva ao jogar os títulos feitos há quase 3 décadas.
E, o mais importante de tudo, os videogames foram idealizados primordialmente para unir as pessoas e fazê-las se divertirem e não serem objetos de ego e disputas acirradas para ver quem é o melhor – apesar de o Mega Drive ser o melhor console de todos os tempos em todos os universos conhecidos.
Jogue Mega Drive!