Jogos rítmicos nunca fizeram parte da minha dieta como consumidor de games, porém observei com uma certa proximidade o nascimento de tal gênero. Me lembro da febre causada por PaRappa the Rapper (1997) e Bust a Groove (1998) em locadoras que frequentava, Dance Dance Revolution (1998) nos fliperamas e posteriormente a coqueluche global de Guitar Hero (2005).
Tal gênero rítmico é tão maleável a ponto de poder se misturar com jogos de estilos completamente diversos. E assim, esse estilo musical lúdico chega também a uma das principais franquias de RPGs japoneses da atualidade, Persona. Na verdade, a série Persona inciada em 1996 no primeiro Playstation é uma sub-franquia (spin-off) da franquia principal Megami Tensei que teve seu início no Famicom em 1987.
Porém nesta análise em questão, trataremos do recém lançado bundle chamado Persona Dancing: Endless Night Collection para Playstation 4, que conta com os seguintes jogos:
- Persona 3: Dancing in Moonlight (2018): Como o próprio nome diz, é um spin-off de Persona 3 lançado em 2006 para PS2 e PSP.
- Persona 4: Dancing All Night (2015): Foi o primeiro jogo rítmico da série Persona. Spin-off de Persona 4 lançado originalmente em 2008 para o PS2, essa versão dançante foi lançada primeiramente em 2015 somente para PS-VITA e finalmente em 2018 para PS4.
- Persona 5: Dancing in Starlight (2018): Desenvolvido contemporaneamente à Persona 3: Dancing in Moonlight, tem seu enrendo ligado a trama de Persona 5 lançado para PS3 e PS4 em 2017.
Sabendo-se que os três jogos são tradicionais jogos de dança, a jogabilidade segue o padrão já visto em outros exemplares do mesmo gênero. Aqui utilizamos o sistema de seis botões (cima, esquerda, baixo, triangulo, circulo e X) que o jogador deverá pressionar corretamente de acordo com o ritmo da música. Além dos botões principais, utilizamos também os Scratch Rings, que são anéis que indicam o momento em que o jogador deverá tocar o stick analógico (R3 ou L3) para acertar o momento exato.
Se por acaso o jogador não conseguir pressionar os Scratch Rings na hora certa, a falha não será considerada. Temos também os Fever Rings, que se acertados corretamente (na mesma maneira dos Scratch Rings), permitirão ao jogador de entrar no modo Fever, ou seja, durante um período de tempo em certas partes de cada música, será possível ganhar pontos extras em tal modo.
Os acertos do jogador são representados pela Hype Gauge (medidor de acertos e erros) no topo da tela. Se por acaso o medidor de Hype do jogador estiver alto o suficiente durante modo Fever, será ativada a participação de um terceiro personagem, que se juntará ao personagem principal em sua dança.
A interação entre os personagens em Persona 3: Dancing in Moonlight e em Persona 5: Dancing in Starlight, ocorrem na Velvet Room, através do Social Mode. Em contra partida, em Persona 4: Dancing All Night, tais interações acontecem no modo Story. Essas interações são destravadas de acordo com alguns feitos no modo Dance e segundo alguns requisitos no modo social, onde é possível desbloquear os acessórios customizáveis para os personagens, como headphones, óculos, roupas e etc.
O jogo também conta com várias customizações que podem facilitar ou dificultar as danças, podendo assim causar bônus ou ônus ao jogador no score final de cada partida. Tais customizações também são desbloqueadas quando preenchidos determinados requisitos nas danças.
Em se tratando de um jogo rítmico, o maior peso do título são as suas músicas compostas por Ryota Kozuka, responsável pelas músicas arranjadas ou não de diversos temas já conhecidos aos amantes da franquia Persona, que vão do J-Pop e Rock ao Hip Hop e Break japonês.
Analisando a parte gráfica do título, o resultado final foi muito satisfatório, mesmo para o Persona 4: Dancing All Night que é um jogo lançado para o PS-VITA três anos atrás. Como sempre a arte estilo anime concebida pelo character design Shigenori Soejima, irá agradar aos fãs dos diversos títulos da Atlus, que não se concentram somente na franquia Persona, mas sim em variados jogos, como por exemplo no Puzzle/Visual Novel chamado Catherine.
Finalizando essa resenha, o principal ponto que podemos destacar, é sobre o conteúdo relacionando à estória do jogo. Em Persona 4: Dancing All Night, no modo Story, além de ser um jogo de ritmo, percebemos o elemento de um verdadeiro Visual Novel repleto de conteúdo para os adoradores do gênero.
Ao contrario de Persona 4: Dancing All Night, nos outros dois jogos mais recentes, a estória é somente tratada no início do jogo e em pequenas partes no modo Social direcionado ao desbloqueio dos conteúdos extras e customizações dos personagens. Em função do que foi dito anteriormente, já que esse bundle conta com os três títulos de dança da franquia Persona, poderá agradar a quem goste de jogos mais diretamente focados nas danças, tanto quanto quem curta elementos de Visual Novel japonês.
Prós:
- Parte rítmica do jogo bem desafiadora no nível normal ao mais difícil
- Excelente trilha sonora muito bem arranjada e remixada
- Bastante conteúdo extra desbloqueável durante o game play
- Linda arte de Shigenori Soejima
Contras:
- Diminuição dos elementos de Visual Novel nos jogos
Persona 3: Dancing in Moonlight e Persona 5: Dancing in Starlight - Preço elevado do bundle (R$380,99 na PS Store)
Nota Final: 7,5 de 10,0
Observação: A versão digital deste jogo para o console Playstation 4 nos foi gentilmente cedida pela própria desenvolvedora para elaboração desta análise.
Revisão de texto: Bruna Chaves