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Undeadline (1991)

Análise do jogo Undeadline lançado pela Pal Soft para o Mega Drive em 1991.

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No início da década de 1990, o console Mega Drive já era conhecido pelos seu inúmeros jogos de tiro/navinhas (shoot’em up), porém alguns se diferenciavam justamente por não haverem uma nave como “personagem principal”, mas sim seres humanos ou humanoides como podemos ver em jogos como Gynoug, Forgotten Worlds e Insector X. O jogo objeto deste texto, se assemelha mais com Knightmare (MSX) e Elemental Master (Mega Drive) do que com os outros jogos citados acima.

Capa e contra-capa de Undeadline.

Undeadline foi lançado em 1991 para o Mega Drive somente no Japão através da publicadora japonesa Pal Soft e foi originalmente desenvolvido pela T&E Soft (Hydlide e Blaze and Blade: Eternal Quest) para o MSX2 em 1989 e também para o Sharp X68000 em 1990. Apesar desta versão para Mega Drive ser considerada um port do MSX2, ela é totalmente diferente de sua versão original e o mesmo vale para o port do Sharp X68000.

Tela título com o menu de opções aberto.
Conde Brahzen se preparando para a batalha final!

O jogo tem uma estória simples mas eficiente para um Shmup: “No inicio de tudo, o mundo era habitado por deuses e gigantes que disputavam entre si quem reinaria um sobre os outros. Para vencer tal disputa, os gigantes criaram a assim chamada Arma Viva, que acabou por causar a derrota de ambos os lados no conflito. O dia fatídico quando tais monstros foram criados, recebeu o nome de Ragnarok. Anos depois, um Conde chamado Brahzen, líder da armada demoníaca, decidiu invadir o reino de Gitane, que felizmente só foi capaz de se defender graças as decisões táticas de seu Rei Fahrenheit II… apenas para descobrir que o Conde Brahzen está buscando o espírito de Roshufa para assim reviver um dos quatro monstros lendários. Aí entra o papel de nosso personagem chamado Leon, que é um lutador enviado pelo Rei Fahrenheit II para interromper a missão do maldito Conde.” (texto livremente traduzido do site Sega Retro:https://segaretro.org/Undeadline)

Estória do jogo sendo contada em japonês.

O jogo segue a clássica mecânica de jogabilidade já vista em outros Shoot’em Ups de rolagem vertical, mas com adição de alguns poucos elementos de RPG, tais como o sistema de evolução por nível através das fadinhas que aparecem durante as fases e a posterior distribuição de pontos de atributos equivalentes ao número de fadas capturadas assim que a fase se encerra. Semelhante aos jogos da franquia Mega Man, aqui também podemos escolher a ordem que desejamos para jogar as fases.

Ficha de distribuição de pontos aos atributos de Leon.

O nosso personagem Leon tem três pontos de vida disponíveis, ou seja, o jogo não é one hit kill. Temos também três Options no formato de bolas espetadas que circulam e defendem o personagem até que a mesma se destrua depois de algum tempo. Para a nossa sorte, temos um escudo que é acionado com o botão C, porém quando o usamos ficamos incapacitados de atirar ao mesmo tempo.

Aqui você escolhe o teu destino!

O sistema de aquisição de itens e armas se baseia em baús espalhados pelas fases, diferenciando-se assim, das versões de MSX2 e Sharp X68000, pelo fato de que devemos golpear determinado item ou arma até que a mesma se transforme no objeto desejado e não decorar aonde cada item se encontra, como nas versões já citadas acima. Existem três tipos de baús: no primeiro podemos encontrar sete diferentes armas, onde a mais eficaz é a Crossed Swords, que quando elevada ao nível máximo, consegue atingir quase todos os inimigos na tela; no segundo tipo, encontramos itens de Power Ups, com destaque para o Shield (escudo campo de força) que nos permite levar três tiros ou encostar uma só vez em algum inimigo sem que a nossa barra de vidas sofra no processo; e por último, os baús que armazenam vidas extras.

Primeira fase na floresta!

A jogabilidade no geral é bem responsiva e rápida, porém a caixa de colisão (Hit Box) algumas vezes pode parecer estranha se o jogador ainda não estiver acostumado. Certos obstáculos do cenário que deveriam ter o seu efeito real de interação com o personagem, infelizmente são meros desenhos chapados que bloqueiam o nosso herói enquanto tenta passar por de trás dos mesmos, como por exemplo nas estalagmites da fase Cave. No menu de opções da tela título, temos disponível o Rapid Fire que aqui é chamado de Rensha e três níveis de dificuldade, onde o Easy é aceitável, o Normal é extremamente difícil e a Crazy foi feita praticamente para os verdadeiros mestres veteranos dos jogos de nave!

Malditas estalagmites!
Cenário e inimigos que fazem jus ao nome Undeadline!

Em se tratando de dificuldade, colocaria esse jogo na lista dos jogos mais difíceis do Mega Drive, justamente por ser quase nada decoreba e sim um jogo que requer muito treino no quesito reflexo, tanto para desviar dos inimigos quanto para se defender dos tiros ofensivos com o escudo acionado no momento exato. Por sorte o jogo sofre de leves SlowDowns em algumas fases, que pelo menos calham a nos ajudar em momentos de maiores dificuldades entre as nuvens de tiros inimigos.

Chefe caveira que mais parece ter saído de um livro de ilustração para tatuagens dos 80.

Graficamente falando, Undeadline é muito bonito e colorido, o que nos proporciona cenários saídos de filmes de terror misturados com fantasia medieval e miríades de inimigos bem desenhados e muito detalhados. Para mim, o maior trunfo desta versão são os chefões gigantescos e muito bem feitos, conferindo assim um sabor épico e desafiador em cada batalha vencida.

Notei também algumas possíveis homenagens provindas de outras mídias em alguns chefões, como por exemplo no chefe da fase do fogo Rock que se parece muito com o demônio que sai das chamas na capa do álbum Don’t Break the Oath da banda de Heavy Metal Mercyful Fate. Outra possível homenagem interessante é a notável semelhança da fase Ruins com o primeiro jogo da franquia Splatterhouse, onde podemos observar o clima de terror com os diversos Ricks ou Jasons espalhados nas ruínas da antiga casa ensanguentada e mal assombrada.

Semelhança ou…
…mera coincidência…
Impossível não lembrar de Splatterhouse nesta fase!

E o que dizer de sua trilha sonora? O jogo realmente só tem músicas excelentes e épicas que grudam na cabeça e não saem mais! Além das músicas também presentes nas versões para computadores, essa versão do Mega Drive adicionou outras exclusivas e igualmente perfeitas. A única crítica negativa que faria em relação ao som, seria sobre os efeitos sonoros que as vezes abafam a belíssima trilha sonora.

https://youtu.be/dOXgSl1af8U

Resumidamente, posso dizer que esse é um jogo recomendável para quem está a procura de uma experiência extremamente desafiadora e recompensadora ao mesmo tempo. Recomendo também a jogatina das outras versões, que são igualmente divertidas, únicas e principalmente diferenciadas pelo fato de que nelas é possível jogar com um mago e uma ninja que, infelizmente ficaram de fora nessa versão de Mega Drive.

Batalha final!

Links úteis:

Site Sega Retro: https://segaretro.org/Undeadline

Site Sega-16:

UndeadLine

Mega Review de Undeadline:

Meu gameplay de Undealine zerando sem perder continues:

Dossíe Undeadline pelo canal ShmupsBr:

Revisão de texto: Bruna Chaves

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