Ontem, 9 do 9 de 2018, o Sega Dreamcast havia completado 19 anos de seu lançamento em território americano e é impressionante que até a Comunidade Mega Drive passou batido esta data… na verdade não!
Entre a cobertura da Game XP – no Facebook, Instagram e YouTube -, postagem de outras matérias e montando pauta para o MegaCast, já haviam me lembrado sobre o Sega Dreamcast e, também, me mandaram um link sobre o Polymega, onde escrevi um pequeno artigo sobre o mesmo.
Iria lançar um artigo agora sobre o Sega Dreamcast, mas aí veio a notícia do Samurai Shodown e que a Game XP conseguiu reunir mais de 95.000 pessoas no Parque Olímpico, que é gente prá caramba.
Sem contar que, ainda ontem, escrevi sobre um pouco da experiência das filas da GameXP e estava montando a “remasterização” do MegaCast para deixar no ar para hoje. Quer dizer, muita coisa para fazer, em tão pouco tempo.
De forma alguma que eu, Daniel Gomes, poderia deixar de lado o Dreamcast e não escrever nada a respeito. Diferentemente de outras mídias que existem por aí que – com raras exceções – passam batido sobre quaisquer produtos da SEGA, mas quando é aniversário de três dias de Pokémon, aniversário de duas semanas e meia de God of War, sempre fazem uma algazarra infernal -, vamos fazer a nossa parte para falar sobre o console.
O Dreamcast foi o pináculo do desenvolvimento de consoles que a SEGA pode conceber no final do século 20. Ele estava sendo pensado para ser tudo aquilo que o Sega Saturn não era. Um console além do seu tempo, amigável ao usuário, amigável ao desenvolvedor e extremamente flexível para se jogar.
Podendo ser jogado com até quatro jogadores, o console ainda permitia que houvesse partidas online – ele foi o primeiro videogame a trazer embutido um modem no Japão e nos EUA, no Brasil a Tectoy tirou o mesmo. Foi com ele que o primeiro RPG online de consoles surgiu, o agora conhecidíssimo Phantasy Star Online.
Era possível jogar partidas online multiplataforma de Quake 3 Arena contra os jogadores de PlayStation 2 e outros jogos que permitiam este tipo de modalidade.
Os ports de arcade para ele eram praticamente únicos, quase sem loading e, alguns dos jogos, até melhorados no console. Quem aqui pode falar “mal” de SoulCalibur, um jogo refeito do zero pela Namco para usar toda a potência do console? O que dizer, então, de Marvel vs Capcom 1 e 2? E os King of Fighters?
Claro que jogos inéditos apareceram na plataforma, Chu Chu Rocket, Shenmue, D2, Ikaruga, Resident Evil: Code Veronica, Space Channel n. 5, Jet Set Radio, são apenas alguns exemplos de títulos feitos pela SEGA ou por estúdios parceiros que mostraram ao mundo do que o Dreamcast era capaz.
Ele foi o console que mais rapidamente se vendeu de todas as gerações até então, perdendo somente para o Sony PlayStation 2, nos anos 2000. E mesmo com todo o poderio da Sony por detrás do belíssimo console negro, a SEGA bateu de frente e tentou ser uma grande rival até o seu amargo fim.
O console da SEGA trouxe muitas novidades para o mundo dos jogos eletrônicos, como, já dito, as partidas online, assim como uma unidade de gravação de memória que permitia ser também um minigame, entre outras coisas. O Dreamcast, simplesmente, é um marco e é considerado por muitos como o melhor console já criado. Vide sites como Geek.com, PcMAG, senão, por vezes está no Top 10 de várias listas.
Acredito que, se não tivessem sido os grandes problemas que a SEGA gerou para si – Sega CD, Sega 32X, Sega Saturn – dando um rombo de nada mais, nada menos, que US$ 1 bi em suas contas, o Dreamcast teria de tudo para ser o maior – e melhor – console que a SEGA teria lançado e, quem sabe, a história dos videogames viria a ser bem diferente. Pena que nem tudo sai do jeito que a gente quer.
Se você nunca teve oportunidade de jogar num Dreamcast, o faça, certamente não vai se arrepender com os mais diversos títulos que existe nesta grande máquina que a SEGA criou nos seus últimos anos de vida como empresa de hardware.
