Street Fighter II de rodoviária oficial da Capcom

Street Fighter II’: Hyper Fighting foi lançado num período de 9 meses entre Street Fighter II’: Champion Edition, seu lançamento na verdade não foi propriamente planejado pela Capcom e sim, foi uma resposta rápida da empresa perante as versões piratas chamadas de “Testron accelerator” ou conhecidas no Brasil como Street Fighter de rodoviária, e é sobre elas que iremos falar.

Não se sabe quando foram lançadas as primeiras placas alteradas de Street Fighter II’: Champion Edition, acredita-se que nos primeiros meses já colocaram no mercado estas versões de CPS1 (aqui foram modificadas placas bootleg já que quase não se via placas originais) modificadas no qual pode-se soltar vários hadoukens, pode-se mudar de personagem durante o jogo, sumir e aparecer soltando um spinning piledriver e outras maluquices.

O jogo em si perde completamente sua física e sua estrutura, porém a estratégia de luta permanece. No fim, alguns jogadores adotaram e até preferem esta versão. Em resposta a esta versão a Capcom rapidamente trabalhou e lançou sua versão “louca” de Street Fighter II’: Champion Edition, chamada de Street Fighter II’: Hyper Fighting.

A versão da Capcom modificou alguns golpes, porém o diferencial aqui é a velocidade – que ficou bem próximo ao Street de Rodoviária – , o jogo ficou bem mais rápido e com isto exigia maior precisão dos jogadores além de trazer mais equilíbrio e até mais vantagens a alguns lutadores. E.Honda ganhou o sumo smash porém seu sumo head butt agora com acionamento mais rápido o tornou um personagem fortíssimo, o tiger uppercut de Sagat possui um acionamento mais rápido ao levantar e com isto mais vantagem no contra-ataque, Chun-Li ganhou uma magia kikouken, etc. A CPU também teve sua dificuldade alterada se tornando mais agressiva.

Teve versões para Sega Mega Drive/Genesis – sendo esta chamada de Street Fighter 2′: Special Champion Edition, Super Famicom/Super Nes – sendo chamada de Street Fighter II Turbo, Sega Saturn – que se encontra na Street Fightre Collection 2, Playstation 1 – na Capcom Classics Collection V1, Playstation 2, PSP, XBOX e Xbox Live. As versões de Mega Drive/Genesis e Super Famicom/Super Nes possuem mais velocidade que pode ser selecionado pelo número de estrelas. No Mega Drive já e disponibilizado e no Super NES necessita de código.

Curiosidade : Por mais que Street Fighter II’: Champion Edition fosse um sucesso, as versões taiwanesas malucas – nossa adorada versão de Street de Rodoviária – realmente tiraram o sono da Capcom. Os jogos em si eram todos malucos, magias voando, troca de personagem durante o jogo, desaparecer, etc, além de uma mecânica completamente quebrada e inexistente, mas…as pessoas gostavam, e isto foi comprovado por todos que jogavam Arcade pelo mundo, mesmo com as várias tentativas de proibição pela Capcom seja via de lei ou via de regra. Um dos motivos também vinha pelo preço que era algo em torno de 150, 200 dólares, bem menos que uma placa ou kit de roms original.

Quando estava avaliando e escrevendo para Capcom sobre estas versões Rainbow – Street de Rodoviária –, James Goddard e seu colega de trabalho Joel Pambid foram a um Arcade e jogaram uma média pouco mais de quatro horas a versão maluca. Constatou tudo que já havia visto antes mas com uma diferença : a velocidade absurda do jogo em comparação com Street Fighter II’: Champion Edition. Voltou a escrever mas desta vez, com anotações baseadas nos torneios de Street Fighter II’: Champion Edition, pediu simplesmente que a Capcom fizesse um upgrade em Champion Edition aumentando a velocidade, acrescentando golpes e, pedindo uma redução no preço do jogo.

A divisão norte-americana da Capcom aceitou a ideia, já a japonesa foi firmemente contra e disseram que quebraria completamente o ritmo do jogo se ele se tornasse mais rápido, em especial Akira Nishitani. Pelo sucesso da versão Champion Edition, eles deram este voto de confiança a Goddard e lançaram a versão.

Nos EUA, uma versão protótipo foi apresentada em um evento de Arcades chamado AMOA (Amusement Music Operation association) mostrando o jogo 5% mais rápido e a Chun-li soltando magia. Foi um fracasso mas mesmo assim Goddard não desistiu e aumentou a velocidade em 15% e levou diretamente para o Japão para ser finalizado. Finalizado o beta, o jogo fora apresentado num Arcade para testes com o público e a surpresa: fora muito bem aceito e com isto ganhou o aval final para ser produzido e assim nascia Street Fighter II’: Hyper Fighting.

Escrito por Watcher Hein