1 ano após o lançamento de Street Fighter 2, seu enorme sucesso ainda seguia firme e forte, mesmo com a enxurrada de clones tanto nos Arcades quanto nos consoles e computadores caseiros. Mesmo com tantos clones até bem feitos, nenhum sequer chegou perto de ameaçar o trono, a não ser o próprio tempo, pois, como tudo na vida, sempre é necessário inovar e a Capcom sabia disto muito bem, tanto que em março de 1992, já preparava uma nova versão de seu grande sucesso: Street Fighter 2’ Champion Edition.
Esta nova versão na verdade era um upgrade de Street Fighter 2. Champion Edition manteve-se praticamente os sons e músicas do anterior, aonde só os cenários receberam uma coloração diferente, como o cenário de Ryu agora a noite, o de Guile um fim de tarde, o de M.bison a noite e por aí vai.
As mudanças em si ocorreram em leves alterações nos combos aonde se tiram menos energia e os golpes foram readaptados como o Double Lariant de Zangief que agora move-se pela tela assim como E.Honda quando aciona o Hundred Hand Slap, o Rolling Attack de Blanka perde-se menos energia se contra-atacado, etc.
Estas mudanças foram feitas para um balanceamento maior entre os personagens – Guile perdeu seu combo de quatro socos fracos em pé, porém mantém a mesma habilidade, além de ganhar uma joelhada e seu Flash Kick tem dois acertos. Ryu e Ken agora são bem diferentes em suas magias -, porém as duas maiores mudanças desta versão são o acréscimo dos quatro chefes finais jogáveis e poder escolher o mesmo lutador no Vs.
Estes acréscimos tornaram esta versão talvez não tão famosa quanto a anterior mais muito mais jogada. Apesar de mais equilibrada, ajustes na CPU em sua dificuldade comparada com Street Fighter 2: The World Warrior, o jogo ainda possuía alguns erros, como os quatro chefes ficarem mais fáceis de derrotar, alguns personagens ainda eram bem mais fortes que outros além de ainda existir combos que tonteavam fácil demais o oponente.
O Street Fighter 2′ Champion Edition teve conversões, ports e versões para Pc Engine (Esta versão foi lançada para Wii virtual console), X68000, Mega Drive e Super Nes, Sega Saturn, Playstation 1, PSP, Playstation 2 e XBOX. As versões de Mega Drive/Genesis e Super Famicom/Super Nes foram lançadas como um pack contendo também a versão turbo em 1993.
Curiosidade: Apesar de muitos aguardarem Street Fighter 3, a Capcom mesmo não pensava em lançar uma continuação, mas imaginou reutilizar algo que já fazia um sucesso. Na época, apesar de Street Fighter 2: The World Warrior estimular o mano-a-mano, ele não era tão disputado assim no Japão e por isto achavam que um mesmo jogo não faria o mesmo sucesso.
Já nos EUA, a competitividade era algo absurdo, do tipo, torneios semelhantes a duelos, com prêmios, com desafiantes loucos por novos desafiantes. James Goddard era um jogador de Arcades contratado pela Capcom para pesquisas de mercado e, em muitas de suas pesquisas dois pontos foram os mais pedidos pelos jogadores: Jogar com o mesmo personagem no Vs e controlar os chefes. O time de ST2 no Japão achou os pedidos até sem sentido, mas por insistência de Goddard eles modificaram e incluíram as mudanças.
Ainda faltava o aval final e este só aconteceu por causa de Jeff Walker que era vice-presidente de vendas e marketing da Capcom USA que garantiu ao CEO da Capcom na época Kenzo Tsujimoto que venderia de imediato 1000 unidades do jogo. Para isto levou Tsujimoto a negociar diretamente com os distribuidores de Arcade dos EUA em especial Peter Betti da Bretson Enterprises que era o maior. Ele não só pagou de imediato no dinheiro as 1000 unidades quanto ao fim da reunião outras 5.000 foram encomendadas. No final foram comercializadas mais de 140.000 unidades e assim, nasceu Street Fighter 2’ Champion Edition, que quase se chamou Street Fighter 2’ Championship Edition. Um jogo que só viu a luz do dia por causa dos norte-americanos e que se tornou o melhor jogo de fighting Vs de 1992 e o mais famoso mesmo não sendo a continuação que todos aguardavam.
