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Maldito hype… Mal posso prever seus movimentos

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Nesses últimos dias tenho acompanhado bastante na internet a especulação sobre o “novo” console da Tectoy. Para quem me acompanha já sabe minha opinião sobre o hype, mas em resumo, acho válido, não tenho nada contra, desde que não seja uma propaganda enganosa. Mas, você sabe o que é hype?

Nada mais é que o marketing excessivo, a propaganda extrema de um determinado assunto, produto, ideia, qualquer coisa. A palavra deriva da figura de linguagem Hipérbole, que por sua vez é o exagero propositado de um conceito para definir algo de forma dramática (ex.: Morri de rir com a piada / Já disse isso um milhão de vezes).

Quando falamos de hype, alguns podem pensar que é algo novo ou um termo novo. Desde os tempos que lembro de propagandas e comerciais ele já existe fortemente. Quem tiver seus 30 anos para mais, vai lembrar muito bem do comercial da Caloi com o slogan “Não esqueça minha Caloi”.

Claro que com o advento da Internet 2.0 abrangeu muito o alcance e a velocidade com que as informações chegam até o consumidor. E da mesma forma que chega, ele vai embora. Ninguém consegue falar de um mesmo assunto por muito tempo de forma exagerada. O consumo por informações acaba pondo em cima novos hypes em questão de dias.

Propaganda Caloi do início da década de 90

Bom mas vamos falar do que interessa nesse artigo. A ideia aqui não é falar do hype em si, mas sim do que ele tem gerado: as especulações e informações ditas como verdade. Não digo somente com relação ao anúncio dessa próxima segunda-feira da Tectoy, mas de uma forma geral. Entenda, também não sou contra o que o hype gera, sou até a favor. O ponto é que toda essa informação deve ser vista com cautela. “Comer bem não significa comer muito. Comer bem é saber selecionar”. Somos soterrados com informações de múltiplas fontes e que por vezes não buscamos nem saber que fontes são essas.

Essas fontes de informações são como um náufragos que jogam uma garrafa no mar com um bilhete dentro, na esperança e expectativa de alguém vá ler aquilo. No fundo há uma certa sensação de solidão nos tempos atuais em que as pessoas não conseguindo ficar consigo mesmas elas precisam estar o tempo todo conectadas. Há pessoas que avaliam a qualidade da relação que tem na vida, pelo número de amigos que tem no Facebook. Pelo número de acessos que teve, quantas pessoas a seguiram.

Essa sensação de solidão acaba em um breve instante em que a informação é consumida, compartilhada, curtida, etc., e que nesse mesmo breve instante acaba. Isso acontece pois o hype acaba, é consumo, é esquecível, logo qualquer fato de interesse geral vai acabar mais rápido.

Uma boa parte dos consumidores de informação diz navegar na internet, mas não navegam, e sim naufragam. Pois para navegar precisa saber onde está indo, precisa ter clareza para onde vai. A internet de fato é um poderosíssimo acesso a informação, mas como já disse algumas vezes, não deve ser confundido informação com conhecimento. Informação é cumulativa, enquanto que o conhecimento é seletivo.

De forma geral, o contexto aqui não é dizer que devemos ter cuidado com o que temos de expectativas, ou o que gostaríamos de ver em determinados produtos. Isso é a parte gostosa! É poder discutir, sonhar, imaginar como será algo.

O que devemos selecionar é sim as múltiplas fontes que nos vem com informações de “fontes confiáveis” e especulações. Pois isso não é benéfico nem para as empresas que criam o hype, nem para nós consumidores, que acabam gerando uma expectativa não gerenciada por quem realmente faz. São informações de terceiros que por muitas vezes somente quer números, acessos e cliques.

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