Bugs, Bugs, Bugs escrito originalmente em 2013.
Antigamente, quando batíamos na mesa ou no banquinho que estava o console, o videogame despirocava de vez e apareciam coisas estranhas na tela. Eram imagens trocadas, cores que nunca vimos antes, números, letras, Mario virando Luigi, Sonic ficando preto, gatos beijando cachorros, coisas desse tipo. Grande parte dos bugs eram feitos a partir de uma força externa do jogo, quase sempre o jogador.
Claro que, vez ou outra, havia um bug inerente do jogo e que só depois de um ano de lançamento, a empresa que criou o jogo lança uma revisão do mesmo. Mas o fato importante a se notar é que o Bug, mesmo conhecido, não tornava o jogo ruim, pois pelo visto, antigamente, as empresas se importavam de supervisionar o jogo desde o primeiro bit até o último, lançando o jogo da forma mais completa possível.
Com as ferramentas de hoje as coisas deveriam ser diferentes, não? Os jogos deveriam estar ainda mais completos e sem quaisquer tipos de falhas. Mas o que temos? Jogos lançados às pressas e com uma qualidade duvidosa. E lá vai a empresa lançar um patch para ajeitar este ou aquele problema. De um lado é bom, pois vemos as empresas se importando com os seus consumidores e ajeitando o jogo sempre que possível mas, por outro lado, isto é péssimo, porque a questão do jogar fica comprometida por um bug que não pode ser ajeitado pelo jogador e tem de esperar a empresa achar uma solução no menor prazo possível.
Já contei isto uma vez, mas conto novamente. Adquiri ano passado RAGE, jogo de FPS criado pela ID Software, criadora de ninguém menos que WolfenStein 3D, DOOM e Quake, que era muito aguardado porque os jogos desta empresa sempre revolucionaram o mercado como um todo. Depois de comprá-lo e baixá-lo, instalei ele na minha máquina, que tem como coração uma Radeon HD 5670, e sabem qual foi a minha surpresa? O jogo era completamente imprestável. As texturas não estavam lá. Travava constantemente. E depois fui saber que o problema era no driver OpenGL que a AMD usava, e isto não era problema só das Radeon, mas também das Nvidia. Quer dizer, as duas maiores fabricantes do planeta na questão de GPU’s tiveram de trabalhar, juntamente com a ID Software, para achar uma solução rápida para não queimar o filme do jogo.
O mais impressionante é que o jogo rodava relativamente bem na versão dos consoles, que usam GPU’s destas duas empresas. Soube-se, ao longo do desenvolvimento do jogo, que a IDestava se focando nos consoles e o mesmo fora PORTADO para o PC, uma grande afronta, diga-se de passagem. Foi preciso esperar quase 3 meses para que o patch definitivo, que permitia jogar RAGE de uma forma adequada nos PC’s, saísse e pudesse ser baixado, mas isto fora tarde demais. A imagem da ID, da Bethesda e do jogo foram queimados pelo público consumidor e isto quase nunca tem volta, e olhem que o jogo estava sendo produzido há uns bons quatro anos.
A questão que fica é a seguinte: Desde o advento das redes dos consoles e do PC em si, as empresas ficam às voltas de lançarem patchs a torto e a direito. Muitas vezes para correções de bugs, outras para ajustes e, a pior parte, para a venda de DLCs, a pergunta que fica: não está na hora de rever o conceito de produção de jogos para que quando os mesmos forem lançados, minorar os problemas para com o consumidor?