No mundo dos negócios, sempre houve grandes batalhas para saber quem ficaria no primeiro lugar na escolha dos consumidores. Apple x Microsoft, Internet Explorer x Firefox, Globo x SBT, Bombril x qualquer palha de aço, mas gamer que é gamer sabe que o maior combate de todos os tempos aconteceu em meados da década de 1990 e que só houve perdedores com a chegada de mais uma competidora. E esta briga era conhecida como SEGA X Nintendo.
Desde tempos idos, as duas empresas não começaram com o pé direito. Na verdade, parecia que elas tinham somente pés esquerdos, porque eram impressionantes as atitudes das duas em querer pisar nos calos uma da outra, mas era isso que deixava toda a questão bem mais interessante. As brigas judiciais, a provocação em forma de propagandas ridículas, os contratos esdrúxulos que uma empresa não permitia outra de lançar os jogos nos consoles da outra. E assim vai, e dessa maneira a guerra continuava.
Lembro-me de certa vez que a Capcom lançou o Street Fighter II. Foi um dos maiores alvoroços gamísticos que jamais eu tinha visto antes. Na época, tinha um Top Game VG-9000 e estava mais preocupado com os jogos do Nintendinho, mas eu imagino a quantidade de “bullying” que os donos do Mega Drive receberam com o típico: “Eu tenho, você não tee-eeemm” dos donos do Super Nintendo. Aqui nem tanto, mas nos EUA e no Japão, com toda certeza.
Os jogos que saíam exclusivamente para o Nintendinho e que nem passavam batido no Master System eram realmente de amargar. Enquanto eu podia jogar Mega Man, Little Nemo, Duck Tales, alguns amigos meus tinham de se contentar com os jogos da própria SEGA e outros tantos desconhecidos que não faziam jus aos jogos que eram lançados para o Nintendinho. Assim, deixando claro que o Nintendinho 8-bits, se comparado com o Master System, era o rei daquela geração e eu via da mesma forma, talvez porque eu tinha o console da CCE para me ajudar a ser um nintendista nato.
Mas as coisas foram mudando aos poucos. Havia conhecido o Mega Drive por parte de um primo meu e já era louco pelo console negro da SEGA. Havia conseguido jogar na época QuackShot e Castle of Illusion e fiquei louco. JOGOS DA DISNEY no Mega Drive e com uma qualidade de desenho animado? Minha cabeça de criança explodiu. Uma das poucas coisas que não podemos reclamar era a qualidade dos jogos da SEGA feitos para o Mega; quase sempre com notas A, alguns chegando a A+, e estes jogos foram o chamariz para adentrar no mundo da SEGA de vez.
Enquanto isso, acompanhando a revista Ação Games, – as outras, Videogame, SuperGame e GamePower, não enalteciam tanto a guerra S X N como a revista da Editora Azul -, via todos os meses as novidades da Guerra. Nintendo lança SuperFX, SEGA ataca com o MegaCD; Nintendo lança Donkey Kong, SEGA nos traz Vectorman; Final Fantasy e Chrono Trigger inundam o SNES, a SEGA, por fora, lança Phantasy Star II, III e Shining Force. Este era o momento dos Gamers, onde as third parties faziam de tudo para lançar para os dois consoles o mesmo jogo e foi aqui que começou a bagunça dos Istas, mas isso é outra história.
Não é querendo, de forma alguma, enaltecer esta época, que teve os seus altos e baixos, mas é que pela morosidade atual de termos jogos incompletos, bugados, com DLC e remakes vagabundos, é de se ficar orgulhoso de ter vivido uma das épocas onde o único limite era o hardware do console, mas de software, são poucos os jogos naquela época que não ficaram na memória gamer.
E vocês, gamers? Qual foi a melhor época, a do Atari, a SEGA x Nintendo, a 32-bits, a Era PS2, a geração que passou ou a novíssima 8ª Geração?
Dica: procurem estes livros para entenderem um pouco mais a época:
The Ultimate History of the Videogame