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Ys III: Wanderers from Ys (1991)

Análise do jogo Ys III: Wanderers from Ys lançado pela Riot/Renovation para o Mega Drive em 1991.

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Depois de terminada a maratona de finalizar a primeira trilogia dos jogos de RPGs de ação da série Ys e de ter saboreado suas diferentes versões, decidi escrever sobre a terceira parte da saga de Adol – o aventureiro. Voltando um pouco no tempo, lembro-me de ter visto a capa de Ys III, tanto para Mega Drive quanto para Super Nintendo expostas em lojas da rede Progames durante a década de 1990, mas talvez por escolha do destino, acabei por nunca aluga-la, e infelizmente só fui jogar algum jogo dessa famigerada franquia somente no Playstation 2 em meados de 2007, que no caso foi o Ys VI.

Frente e verso da capa da versão ocidental lançada pelo Renovation.
Capa da versão original japonesa.

Ys III: Wanderers from Ys foi desenvolvido pela Falcom originalmente em 1989 para os computadores japoneses NEC PC-8801 e NEC PC-9801 e somente em 1991 foi portado pela desenvolvedora Riot (subsidiária da Telenet Japan) para Mega Drive e lançado pela Renovation nos Estados Unidos. O jogo continua sendo um RPG de ação, só que diferentemente dos jogos anteriores que tinham visão de cima do personagem, dessa vez ele se apresenta como um jogo mais focado na ação e plataforma de deslocamento lateral, demonstrando assim talvez a moda lançada pelo Zelda II pouco tempo antes.

Contra capa da versão original japonesa mostrando os personagens principais no formato Super Deformed.

A história de Ys III é bastante simples e direta: depois de ter salvado a cidade flutuante e utópica de Ys nos dois jogos precedentes, Adol junto de seu amigo ex-ladrão Dogi partem em busca de novas aventuras ao redor do mundo. Passando por algumas cidades, acabam encontrando mercadores que trazem vários boatos sobre coisas estranhas e ataques de monstros na região de Kenai, onde se encontra o vilarejo natal de Dogi chamado Sarina. Então, ambos os heróis decidem em investigar o que está ocorrendo em Kenai.

Durante a viajem flagram um ataque de leão da montanha a um rapaz que rapidamente é identificado como um amigo de infância de Dogi. Depois de salva-lo, o tal amigo confirma os boatos dos problemas das coisas estranhas e ataques de monstros que estão acontecendo em Sarina. Enquanto estavam chegando próximo ao vilarejo, avistam uma caravana de ciganos e aproveitam para tentarem ler a sorte que os espera, onde o resultado é: a bola de cristal explode e a palavra “Demanicus” aparece na visão da cigana durante o ocorrido!! Ao adentrarem no vilarejo, os nossos heróis são informados por Elena (amiga de infância de Dogi) que, coisas estranhas e monstros começaram a aparecer e que a corte do castelo Valestine tem sistematicamente oprimido a população do vilarejo. Com os nossos aventureiros instigados a resolver tal problema, inicia-se assim, mais uma nova e fantástica aventura.

Adol no calor da batalha!

O game continua com o mesmo sistema de evolução típico de qualquer RPG baseado em pontos de experiência e o sistema de magias se baseia na utilização de anéis mágicos como no primeiro Ys, e não mais com MP (Magic Points) como visto no Ys II. A jogabilidade continua bastante fluida e principalmente para as pessoas que detestavam a batalha de colisão de ombros dos dois primeiros jogos, neste é possível inferir espadadas graficamente visíveis. O gráfico do jogo, por assim dizer, não chega a ser um primor, digamos que ficou mais bonito que a versão do PC-Engine CD e um pouco superior a versão do Super Nintendo. Em compensação, os efeitos de parallax são muito bem feitos, o design dos monstros é bacana e principalmente não percebi nem um por cento de slow down, diferenciando-se da versão para o Super Nintendo.

Comparação gráfica entre as três versões que joguei.

E o que dizer da trilha sonora? É uma obra prima à parte composta pela Mieko Ishikawa. É claro que não chega perto da qualidade do CD da versão de PC-Engine CD, mas em se tratando de composição original, digamos que se equiparou em termo de qualidade as músicas compostas pela parceria entre Mieko Ishikawa e o grande Yuzo Koshiro, dos dois primeiros jogos. Talvez para alguns o ponto fraco do jogo seja a sua curta duração, que neste caso, é possível zera-lo numa média de duas a três horas de jogatina, porém, para quem não tem tempo para jogos de RPG que duram mais de sessenta horas, ele acaba sendo uma ótima opção.

Ys III foi portado para diversas plataformas, como por exemplo, as versões lançadas somente no Japão para os computadores Sharp X68000 e MSX2, e para o console Famicom (NES). Já no ocidente houveram versões para PC-Engine CD (Turbo Grafx 16 CD) e Super Nintendo. Além de todos os ports citados acima, tivemos um remake para Playstation 2 lançado pela Taito somente no Japão. E houve também uma re-imaginação com gráficos 3D e visão isométrica chamada de Ys: The Oath in Felghana, lançada para PC e PSP nos anos de 2005 e de 2010 respectivamente.

Entrada do Vilarejo Sarina.

Resumidamente, Ys III representou uma quebra de monotonia encontrada em RPGs mais tradicionais, ou seja, conferiu mais ação em sua jogabilidade e que, felizmente, conseguiu manter o ponto forte da série, que é o enredo contagiante e os personagens carismáticos. Então, para quem quiser se iniciar na série Ys, esse terceiro capítulo da saga é um jogo que recomendo bastante, justamente por não fazer tantas referencias aos jogos anteriores, podendo ser tranquilamente jogado como um capítulo a parte.

Links úteis:

Site Sega Retro: https://segaretro.org/Ys_III:_Wanderers_from_Ys

Site Hardcore Gaming 101: http://www.hardcoregaming101.net/ys-iii-wanderers-from-ys/

Artigo sobre a trilha sonora de Ys III no bom e velho blog Gagá Games:

A magnífica trilha sonora de Ys 3

Revisão de texto: Bruna Chaves

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