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Os nossos amigos, os portáteis

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Uma das melhores criações para o mundo dos gamers foi o que chamamos de consoles portáteis, ou, simplesmente, minigames para muitos desavisados na época e pais que não entendem a nossa paixão por videogame.

Os primórdios destes datam da década de 1970 quando começou a explosão do “vício” para os jogos eletrônicos nas casas pelo Estados Unidos afora. Naquela época houve o estouro de consoles como Odyssey, o Telstar, Atari 2600 e o Intelivision, só para citar alguns.

Precisamos falar sobre a Televisão

Neste momento de febre para com os jogos eletrônicos existia um porém que era crucial para com a família americana. A televisão. Naquela época, na grande maioria das casas das famílias de classe média, a Sala de Estar era o local onde todos iam para assistir TV. Dificilmente você veria numa casa, um aparelho como este em cada quarto – como é, em muitos casos, nos dias de hoje -, e era naquele cantinho que que a família se reunia na hora do jantar para passarem um tempo juntos.

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Com o advento do videogame, esta dinâmica mudou radicalmente em alguns lares, pois o aparelho precisava estar ligado a televisão para que viesse a funcionar e isto poderia, certamente, gerar conflitos adversos entre aqueles que queriam jogar e aqueles que queriam assistir televisão, claro que, estes últimos sempre ganhavam, pois eram nossos pais que eram os donos da casa ou as nossas avós que sempre diziam: “Desliga o videogame menino, vai queimar a televisão”.

Desta forma, aqueles que queriam passar horas e horas e horas e horas jogando videogame não tinham outra alternativa senão esperar depois que chegavam na escola e ver se ninguém estava ocupando a tão esperada TV, mas com o perigo de ainda levar umas rasteiras do pai e da mãe, ou do tio, do primo, que tinham preferência pelo uso.

Por este ângulo, empresas de brinquedos, e dos videogame de mesa, viram um possível novo nicho a ser explorado aí.

Agora o console cabe na sua mão

portáteisOs primeiros consoles portáteis não foram videogames em sua maneira estrita, mas, ainda assim, deram base para o que viria a ser os portáteis de hoje. Eles usavam o que chamamos de eletromecânica, isto é, peças mecânicas movidas por eletricidade simulando um joguinho tal qual a gente via em nossas tvs e ficaram bem conhecidos como consoles portáteis eletrônicos.

Uma das primeiras empresas a apostar neste nicho foi a Coleco, como vocês podem ver acima um dos seus portáteis simulando um jogo de futebol americano. Por conta da sua fabricação bem simples, estes mesmos consoles vieram a fazer um bom sucesso ao longo de três décadas, chegando até 1990, quando passaram a ser realmente substituídos pelos consoles portáteis.

Outras empresas que investiram neste estilo de entretenimento foram a Milton Bradley com o Simon e a Parker Brothers com o Merlin, estes bem mais voltados para a área de brinquedos do que games, e um deles é até bem conhecido no mercado brasileiro, já que o Simon foi importado pela Estrela e teve o seu nome trocado por Genius.

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Sacadas Nipônicas

Mas foi em 1979 que a questão dos consoles portáteis começou a tomar forma. Gunpei Yokoi estava viajando num trem bala e viu um empresário entediado jogando com uma calculadora LCD apertando os botões da mesma. Yokoi pensou então num relógio dobrável que pudesse virar um miniconsole para matar o tempo.

Em 1980, em seu início, a Nintendo começou a lançar uma série de jogos eletrônicos desenhados por Yokoi chamada de Game & Watch. Tomando as tecnologias da época que viam nas calculadoras do tamanho de cartão de crédito, Yokoi desenvolveu junto com a sua equipe uma série de miniconsoles com tela LCD para que um pequeno relógio digital pudesse aparecer no canto da tela.

Mais tarde, Yokoi desenvolveu jogos ainda mais complexos e acabou por inventar o direcional de cruz, ou D-pad, como a gente conhece para controlar os personagens naquela tela LCD. Foi aí que surgiu o famosíssimo D-PAD que é usado até hoje.

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E, nossa, este console acima parece com o Nintendo DS e 3DS tio! Yep abiguinho, a Nintendo reutilizou a ideia de Yokoi nos portáteis mais atuais dela.

Mas não foi com este miniconsole que a Nintendo alçou-se como a rainha dos portáteis.

Garoto Gamer

Foi apenas em 1989, após muitos miniconsoles, minigames e Game’s & Watch’s da vida que veio a surgir um dos consoles mais consumidos do planeta, mas que, também, deveu o seu sucesso a um dos jogos mais viciantes de todos os tempos!

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O Game Boy vendeu muito bem no Japão, onde, em poucos dias, 300.000 unidades foram vendidas em seu lançamento. Nos EUA, com uma estratégia ímpar de consolidar ainda mais o console, a Nintendo vendeu o console com o bundle de Tetris – você poderia encontrar o console sozinho um pouco mais barato -, e como o game russo era fartamente jogado pelo público americano, isto ajudou com que o console sumisse das prateleiras lá nos EUA em apenas um dia.

O sucesso estrondoso do console fez com que outras empresas como a Atari (Lynx), SEGA (Game Gear) e Nec (TurboGrafx Express) viessem também a apostar neste nicho, sempre atrás da Nintendo, que vendia horrores.

Foi por conta do Game Boy que começamos a ver um maior interesse e investimento das softhouses nos consoles portáteis, porque, ali, já havia em torno de 70 a 80 milhões de aparelhos vendidos no mundo inteiro na década de 1990 somando todas as empresas e perder esta fatia de mercado era um suicídio mercadológico.

E no Brasil?

Aqui no Brasil, as coisas eram um pouco diferentes. Consoles de mesa já eram caros por natureza, os portáteis, então, eram os olhos da cara. A aposta veio com a Tectoy e seus muitos minigames licenciados. Como foi o caso dos jogos da Turma da Mônica.

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E de tantas outras marcas, muitas delas com a SEGA como os mostrados abaixo:

Mas o campeão de vendas, o mais famoso de todos e ninguém pode tirar o trono é um que, de uma forma ou de outra, você, caro leitor, já deve ter visto. É um daqueles pequenos notáveis que, à distância, você já consegue identificar ele.

Mesmo que você não tivesse um – coisa que provavelmente teve -, o seu primo teve, a sua irmã teve, a sua mãe talvez teve, o seu colega teve e, por ventura do acaso, você acabou jogando uma partida de um das suas dezenas, centenas ou milhares de jogos.

Será que as dicas que eu estou passando estão bem claras ou precisa-se de uma foto para reavivar a memória?

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Pronto? Lembrou? Não? Mais alguns pontinhos então…

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E agora, lembrou? Está dificil? É um minigame alongado que rima com repolho se formos traduzir o nome dele para PT-BR…

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Desiste? Poxa cara… é o BRICK GAME!

Este, certamente, foi o minigame, console portátil, ou seja lá o que for ele que mais fez sucesso no Brasil e em algum momento da sua vida gamer ele fez parte da sua jogatina.

E nos dias de hoje? PSvita quase morto, 3DS possivelmente sendo substituído pelo NX, muita jogatina via celular, é, talvez seja o fim de uma era de portáteis…

Para vocês, qual foi o portátil mais notável?

Originalmente publicado no Alvanista

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